oreinabarriga

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este blogue tem Livro de Exclamações

31.8.07

O Presente!

Como diria a minha mãe, o Miguel hoje fez um presente! Pela 1ª vez o Miguel fez cócó na sanita! É verdade, não sei se foi o início de qualquer coisa, se o meu filho estava mesmo aflitinho, mas de qualquer das maneiras houve festa! A mamã té cantou os parabéns ao Miguel, chamou o pai e betemos palmas no fim!
O Miguel ficou mesmo a pensar: Ena pá, fiz um grande feito! Se fizer isto mais vezes a minha mamã deixa-me desperdiçar uma caixa cheinha de toalhitas, boa!

30.8.07

Mais palavras

Avião, cão, areia, linha, sózinho, vai, vem, além, ali e aqui. Não diz muita coisa o meu filho, mas o que diz, diz bem. E a canção da Cunquinha? É uma ternura, um dia destes tenho que filmar, aos poucos, nada mais se repetirá, só em vídeo, só nas lembranças...

fi - fi, na, na, na... cun - quinha! Que é como quem canta:

Miffy, que esperta coelhinha...
Miffy, que linda coelhinha...

É parecido não é?

Para saber mais...

http://www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=3387

Haverá coisa mais linda...


Não consta nas 7 maravilhas do Mundo. Mas a Miss Mundo também não é a mulher mais linda do mundo pois não? Eu por mim, tirava o Coliseu de Roma e punha lá o Palácio da Pena nas Sete Maravilhas do Mundo. Não é que o coliseu não seja bonito, é. Já lá estive. Senti o chão a tremer e tudo e fechei os olhos e vi os gladiadores na minha imaginação. Mas o Palácio da Pena...
«Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Conheço a Itália, a Sicília, a Grécia e o Egipto, e nunca vi nada, nada, que valha a Pena. É a cousa mais bela que tenho visto. Este é o verdadeiro jardim de Klingsor – e, lá no alto, está o Castelo do Santo Graal.»
Richard Strauss
O quarto da Raínha D. Amélia, os Jardins, o Ar, a Serra, o Castelo, o Palácio da Pena Meu Deus, haverá coisa mais linda?

29.8.07

Gosto quando ela passa na rádio

Soa-me a Freddie Mercury...

Do I attract you?
Do I repulse you with my crazy smile?
Am I too dirty?
Am I too flirty?
Do I like what you like?
I could be wholesome
I could be loathsome
I guess Im a little bit shy
Why dont you like me?
Why dont you like me without making me try?
I try to be like Grace Kelly
But all her looks were too sad
So I try a little Freddie
Ive gone identity mad!
I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtfulI could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why dont you like me?
Why dont you like me?
Why dont you walk out the door!
How can I help it
How can I help it
How can I help what you think?
Hello my baby
Hello my baby
Putting my life on the brink
Why dont yo like me
Why dont you like me
Why dont you like yourself?
Should I bend over?
Should I look older just to be put on the shelf?
I try to be like Grace Kelly
But all her looks were too sad
So I try a little Freddie
Ive gone identity mad!
I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtfulI could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why dont you like me?
Why dont you like me?
Why dont you walk out the door!
Say what you want to satisfy yourself
But you only want what everybody else says you should want
I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why dont you like me?
Why dont you like me?
Why dont you walk out the door!




Para ouvir, vá pelo youtube
http://www.youtube.com/watch?v=uzA0nG_PurQ

Ou pelo Site oficial do Mika, para explorar mais...
http://www.mikasounds.com/uk.php

A minha primeira grande desilusão

Era eu pequena e o meu pai entrou em casa com uma grande caixa de papelão. Era Sábado e todos os sábados o meu pai ía à Feira da Ladra e trazia brinquedos. Lembro-me particularmente dos carrinhos, dos serviços de loiça, uns de loiça verdadeira, às miniaturas muito, mas muito pequeninas, de uma delicadeza que só os meus deditos de criança pequena conseguiam manipular. Pousou a caixa (era pesada, grande e pesada) no hall de entrada do lado direito, no chão. Eu na minha imaginação, achei que quando o meu pai abrisse a caixa, sairíam carrinhos, serviços de loiça, jogos e bonecas dela!
- O que achas que o pai tem naquela caixa?
Eu enfiava tímida a cabeça dentro dos ombros e os meus olhos deviam brilhar por demais. Respondia que não sabia, mas a minha imaginação e expectativa, não paravam de crescer.
A grande desilusão veio quando o meu pai finalmente, abriu a grande caixa de papelão.
O que havia dentro daquela caixa? E agora, faço eu um bocadinho de suspense, nada de baixar a vista e ler o último paragrafo hein? Eu também esperei para saber.
Ontem comecei a ler "O vendedor de Passados" do José Eduardo Agualusa, que não é para aqui chamado mas para fazer tempo serve. Por falar em tempo, hoje está de chuva. E hoje é Agosto.
Pois o que havia dentro daquela caixa era um lustre. Um candelabro volumoso, para pendurar no tecto da sala. Decepcionados? Agora imagem uma criança tão pequenina, tão cheia de imaginação.
Ainda hoje lá está. Pendurado no tecto da sala, os pinjentes a lacrimejar como que para cima da mesa de jantar. Claro que nunca gostei dele, até porque várias vezes lhe acertei com brinquedos e bolas e o gajo nunca, mas nunca se partiu.
Foi a minha primeira grande desilusão.

28.8.07

CEDACE

Fui convocada pelo Registo Português de Dadores de Medula Óssea, para comparecer até 31 de Outubro no Hospital Pulido Valente para fazer as análises que irão permitir a minha inscrição definitiva nos registos de dadores de medula.
Não preciso ir em jejum e há transporte gratuito à entrada do Pulido Valente para o Cedace (ver Post de 26 de Julho de 2007).
Vou pedir ao meu pai para lá ir comigo. Sou filhinha do papá, pois sou. Por mim, ele vinha trazer-me à escola, e eu já não ando na escola, trabalho na escola.
Assim, sempre o meu pai espanta o nervoso miudinho, é que eu sou da qualidade de despir a camisola, até me atiro da ponte sem elástico, dou tudo quanto tenho, camisola, medúla, mas sou um bocado maricas. Tenho tanto de aventureira como de temerosa, tenho tanto de orgulho como de modéstia, tenho tanta coragem como dores de barriga (às vezes, nem eu me entendo com os pratos da balança).

27.8.07

Já que estou numa de lembranças...


Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque a casa
Não tinha parede

Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.

26.8.07

Dar tempo ao tempo

Os filhos não são engenhos que se possam programar com uma espécie de comando para ares-condicionados. Se não, certamente aos 2 anos já fariam xixi no bacio e não na fralda ou nas cuecas e iriam para a caminha sempre à mesma hora, sem histórias, sem miminhos, provavelmente sem choramingar. Os filhos não são engenhos que se possam programar através do PC, não vêm com ship incorporado, bluetooth, nem wirelless, nem fios tão pouco! Se não, não andariam agarrados às saias da mãe, não teriam medo de pisar a água do mar, não dariam conversa nem confiança a estranhos, não abririam a porta de casa para fugir para a escada nem enfiavam a cabeça nas grades da varanda. Comiam sempre a horas e deixavam a tijela limpinha, como se tivesse sido lambida. Não os ouviamos chorar nunca. Na doença, curavamos os nossos filhos com infra-vermelhos, raios lazer, ultra-violetas e outros efeitos especiais e íam para a natação e para o Karaté, virtual, obviamente.
Hoje uma funcionária da escola contou-me que o netinho dela (para além de ter perdido um dente ou dois, de leite e ter levado 4 pontos na cabeça devido a um daqueles mirabolantes trambolhões) decidou sózinho, por iniciativa própria, sem ser empurrado, aliciado com bombons ou brinquedos, passar férias com ela. Um menino que nunca foi capaz de dormir longe da mãe! E não é que não chorou dia nenhum? E não é que não sentiu a falta da mãe? Nem à noitinha?
Se o nosso filho não anda, andará quando for capaz.
Se o nosso filho não fala, falará quando chegar a altura.
Se o nosso filho não dorme sózinho, dormirá sózinho quando perder o medo
Se o nosso filho não faz xixi no bacio é porque ainda é cedo. É porque não é o momento...
Há que dar tempo ao tempo.

23.8.07

Saudades...

Do Blhu Blhu
Do Datsun 1000
Dos livros D' Anita
Dos comboios e da linha que saíam na Nestlé
Das réguas que saíam no Juá
Do Vigormalte
Dos pacotinhos de leite da L.I.T.A.
D' Os parodiantes de Lisboa
Das anedotas da Can-can
Das cassetes de cartuxo
Da gasosa
Da farinha 33
Do Lp da heidi
Da avó Maria José
Das revistas do Marco
Da última Vez que Chorei
Do Pão D' Açucar
Da Gabriela
Das chicletes
Do DN Jovem
Da Revista K
Dos All Star rosa velho
Dos Já Fumega e da Lena D’ Àgua
Da View-Master
Da minha primeira bicicleta
Do gel de banho da thaithi
By da Dolce & Gabanna
Da máquina de escrever
Do quarto escuro
Dos sofás vermelhos
Da Roque Gameiro
De estar exauta

22.8.07

Os desenhos animados que eu mais gostava



A Bani e o Falpi, o Calimero, o Dartacão, o Marco, a Heidi, a abelha Maia, o Jacky, o Tom Sawyer e a Vicky Hei, Vicky Hei!

O Datsun 1000 do meu pai, vermelho cor de vinho, liiiiiindo,


O melhor carro do mundo!

A Turma da Pandilha, "Era uma casa..."


Os livros encantados da Anita


"Patilhas e Ventoínha" dos Parodiantes de Lisboa


Uma pérola do humor universal

Marco e o macaquinho, a triste musiquinha

Num ponto Italiano entre as montanhas,
vive o nosso amigo Marco na sua humilde casinha,
logo cedo com o seu mano, vão ajudar,
a sua pobre mãezinha,
mas um dia a tristeza, chega ao seu coração,
não existe mais beleza,
a Mamã, tem que partir.
Não se esqueça Mamã, não se afaste mais de mim, por favor,

eu nem quero pensar,
Perto ou longe daqui, para qualquer canto eu irei e te encontrarei, lá, lá, lá...



Porque é que todas as histórias da minha infância eram para chorar? Até o Dartacão, se não me punha a pau, chorava. Porque é que há quem diga que há 30 anos atrás é que os desenhos animados eram bonitos? Quando os bonecos de agora são igualmente bonitos, fazem igualmente sonhar, ensinam, educam, (Ah, já sei, são os que vêm a sic e a TVI, e os desenhos animados bonitos só passam no canal 2 e no Panda e noutros, mas há que saber onde os há, é um pormenor importante de facto, mas em todo o tempo coube aos pais seleccionar, iluminar o melhor caminho aos filhos) o bem continua a vencer o mal, só que agora fazem rir com muito mais facilidade que fazem chorar. O que eu acho, francamente, bem. Chorar é preciso. É preciso que as crianças se emocionem, mas quanto a mim, era drama e comoção a mais...

21.8.07

Obrigada Enid pelos Sete e pelo Noddy

Noddy, personagem inventado e escrito by Enid Blyton. A mesma Enid Blyton que inventou e escreveu Os Cinco, e primeiro Os Sete (Os Sete eram os meus preferidos, aos Cinco já não liguei muito), os livros de aventuras que eu devorei na minha infância (talvez logo a seguir às revistas do Marco e da Heidi que a minha avózinha comprava à entrada-saída da Estação de Comboios de St.ª Apolónia, quando vinha do Tortozendo.)


Um dia, tinha que vir aqui agradecer. À Enid, à minha avózinha e à senhora que vendia jornais e revistas do Marco e da Heidi à porta da Estação.
Noddy é um menino de 5 anos que vive na Cidade dos Brinquedos, usa um barrete azul, muito azul, com um guizo na ponta. Conduz um táxi amarelo porque tem cinco anos, mas não é um menino de verdade, é um brinquedo, como todos os outros personagens da Cidade dos Brinquedos, a ursa teresa, o rechonchudo, a boneca dina, o Sr. lei, os xadrezinhos, o Sr. volumoso (que está-se mesmo a ver é um elefante!)
O primeiro livro editado do Noddy chamava-se "Noddy Goes to Toyland", foi publicado em 1949. Esta edição foi magnificamente ilustrada por Harmsen Van der Beek (Alemão) como se diz obrigado em alemão? A ilustração conta muito, que eu bem me lembro de ver o Noddy na televisão, no canal 2 pela primeira vez, estava eu pouco grávida do Miguel ainda, à hora do jantar, fui ficando a olhar para o ecrã, encantada com as cores, com os bonecos, fui escorregando no sofá até ficar deitadinha, maravilhada com aquilo, não pus a mesa para o jantar a horas naquele dia e a partir daí, sempre que podia, lá ía eu mudar para o canal 2 para ver o Noddy. O livro foi um sucesso imediato. Depois do livro, seguiu-se a série "Make Way for Noddy" de que vos falo, em Português, Abram Alas para o Noddy.
Os CD's do Noddy fazem parte do software que deve acompanhar qualquer criança pequena, tal e qual como a chucha, o biberão do leite, o leite. Antigamente, contavam os nossos avós, quando os bebés não paravam de chorar molhava-se a chucha em mel, hoje em dia poe-se um Cd do Noddy no leitor e não habilitamos os nossos filhos à diabetes. O efeito é o mesmo e pode prolongar-se por mais tempo, depende da quantidade de Cd' s do Noddy que tivermos em casa.
Todos os bebés e crianças gostam do Noddy (ou seja, aplica-se o método Cd do Noddy não só aos nossos filhos como aos dos outros se estiverem lá por casa).
Ainda hoje, quero tomar banho sossegada, ponho o Miguel a ver o Noddy, quero aspirar ao fim-de-semana, Noddy, quero ir escrever um Post no Blogue, Noddy... Obrigado Enid. Que criança teria eu sido sem ti? Que mãe seria eu agora? Não fosse mais esta fabulosa criação sua?

20.8.07

Cura de mãe

De inicio não gostei da ideia... Quando a minha sogra me disse que afinal já não ía para a Sertã. "Fico cá mais uns dias e hoje durmo cá com vocês." Confesso que não me cheirou a bolos.
Quando o Ricardo mais precisou fui eu que fiquei à cebeceira dele (como se costuma dizer). Ora porque já não "estavam ali a fazer nada", ora porque "também estamos cansados" Foram indo embora... Depois a "terra", as couves porque grelam, a fruta porque se perde de madura, o avô (esse não se perde) "que está para lá há mais de três semanas... "
Por outro lado a atitude pode ser interpretada (e se calhar até, bem) de outra forma, eu sou a mulher dele, cabia a mim ficar, ele já não é um miúdo, precisa mais da mulher que da mamã. Não quero aqui fazer mau juízo de ninguém. Isto não prova nada, não é por isto que se ama mais ou menos os filhos. Talvez de chame poupar. São duas pessoas poupadinhas. Isso sim. Poupam-se igualmente.
A mamã acabou por ficar e eu acabei por lembrar-me da altura do meu parto. Também foi ela que ficou lá em casa, depois da alta, mas eu queria tanto que tivesse sido a minha mãe. Não foi, porque o Ricardo se antecipou na altura a convidar a mãe dele. Ainda hoje, acho que a maior preocupação dele era quem íria fazer a comida se eu não fosse capaz, com um bebé e tudo, e não os miminhos que eu gostava de ter tido da minha mãe, numa situação em que ela foi e será sempre a única pessoa que sabia e sabe exactamente a dor que senti, aquilo que padeci depois e ainda por algum tempo. Só por me ter lembrado disso, deitei os meus azedos juízos para trás das costas e achei bem que tivesse ficado. Achei até que era obrigação dela, ter ficado. É o filho, justamente, quem mais dela precisa agora.
E parece que hoje registo melhoras. Será que mãe cura tudo?
Eu creio que sim.

Refluxo Biliar O Regresso do mal

É preciso ter azar é...
"Problemas emocionais exacerbam os sintomas. Os pacientes demonstram sinais de ansiedade e depressão, são poli-queixosos e hipocondríacos... " Eu sabia! Eu não disse que ele estava hipocondríaco?
Eu sei que é preciso ter azar, acabadinho de ser operado a uma hernia enguinal e inoportunamente, tunga! Toma lá refluxo biliar, mas se fosse uma gastrite ou uma ulcerazita, ... No esófago existe por assim dizer, uma válvula, uma válvula que se abre para deixar passar os alimentos para o estômago, mas que logo se fecha para impedir o movimento inverso, que o conteúdo do estômago reflua para o esófago, ora, o Ricardo tem a canalização avariada (quando a mim, desta vez, foi das cocas) e o resultado é que anda ali uma espécie de veneno a circular para cima e para baixo, a arreliar uma pessoa, a provocar vómitos, nauseas, ardor no peito, no estômago, deve ser de desesperar, para mais quando se deseja recuperar de uma operação, não forçar a costura, os pontos, dormir...
O pior, é o mau feitio e a parte do poli-queixoso. Só uma Santa para aguentar...

16.8.07

A Alta

A Alta fica para outro dia que o Ricardo passou mal, vomitou umas poucas de vezes e tudo.
Terá sido das Coca-colas? gostava que me explicassem por que raio naquele hospital dão Coca-cola aos doentes?! Quando lá cheguei vi um cafésinho na mesinha de cabeceira (que ele não bebeu) junto a uma latinha de Coca-cola (essa já meio bebida) e como o Ricardo sofre de Refluxo Biliar, não tolera a cafeína, bebi eu o café, em primeiro lugar e depois fui perguntar à enfermeira de serviço se queriam avariar o fulano da cama 27 de vez (isto por outras palavras claro). Que não, disse a enfermeira, que a cafeína tinha um efeito absolutamente imprescindível no processo de recobro da anestesia, que se eu o quizesse ver recomposto, que fosse ao bar comprar mais duas latinhas... e eu fui... a coçar o alto do cocuruto, mas fui. "Não se pode fazer tudo o que eles dizem." Tantas vezes já me lembrei desta sábia frase da minha sogra...
Estive no Hospital desde o meio-dia às 22 e 30.
A meio da tarde fui a casa dos meus pais buscar uma televisão portátil e o nosso filho para ver se ele animava. Com o nosso filho animou-se se bem que o Miguel não pôde ficar mais do que 5 minutos, entrou à revelia e sobre a minha responsabilidade (se ma pedissem claro, não pediram que ali ninguém dá por nada, eu podia ter entrado com o elefante do jardim Zoológico que eles assobiavam para o ar, basicamente) porque dentro do hospital o risco de contraír vírus, tuberculose, é consideravel, as crianças pequenas, são muito indefesas já se sabe.
À noite deixaram-me ficar depois da hora, lá nisso, são bons, não nos mandam sair dali para fora nem circular, devem precisar de nós para vestirmos e despirmos os doentes, para vazar os urinois, para darmos de beber pelas palhinhas e ajudarmos a mudar de posição, que eles têm mais que fazer, e se fizerem o mais que fazer com todo o respeito e dignidade, eu não me importo mesmo nada de tratar do resto, é para isso que eu lá estou e estarei até me mandarem embora. Ontem aconteceu (o mandarem-me embora) às 22 e picos. O Ricardo jantou bem, mudou de modelito, fez três ou quatro jarros de xixi depois de variadissimas tentativas sem sucesso porque não conseguia fazer deitado, lá conseguiu fazer de pé, às escondidas, porque o enfermeiro proibiu veementemente o ricardo de se levantar, é que nem a cabeça, e eu dizia-lhe que ele não conseguia fazer e ele ameaçava que lhe punha uma algália se ele "começasse com coisas" e só não se criou ali uma incompatibilidade entre mim e o enfermeiro sem necessidade nehuma, porque eu me enchi de tolerância.

Quando eu trabalhava na C. Saúde do R., o doente para mim tinha sempre razão. Exactamente como o cliente. Se dizia que dói eu concordava com ele e se me dizia que não era capaz eu acreditava piamente. Desde um simples formigueiro a uma dor grave, do doente humilde ao picuínhas, para nós importa apenas ter sempre presente que o doente está ali para ser "bem servido", não é para que agradeça e volte em breve, é porque não somos nós treinados para outra coisa caramba.
Deixei-o bastante ensonado e sem enjoos. A alta, essa, fica para amanhã, que como diz o ditado, é outro dia, melhor com certeza.

14.8.07

Cirurgia B cama 27



O Ricardo foi operado à hernia enguinal. Aconteceu um contratempo, anestesia (epidural) a mais e levou duas horas e meia a sair do recobro. (Ele levou analgesia a mais, eu para ter o nosso pequenino, não levei nehuma. São de um humor tão inconstante aqueles médicos...)
Andei pelos corredores e pelos elevadores a esgueirar-me aos vigilantes, sempre a tentar saber pelos médicos que entravam e saíam do recobro se ele estava a recuperar bem. Diziam que sim, que havia pacientes que demoravam mais que outros a mexer as pernas, que era normal. O "normal" para nós não chega, primeiro porque somos pais, filhos, irmãos ou conjuges, segundo porque eles não transmitem grande confiança. Podem ser muito bons a abrir e a costurar e a remexer as nossas miudezas, mas a falar...
Finalmente, a maca com o Ricardo em cima, de barrete verdinho e a sorrir. Uma dorzita aqui, uma acoli, tonto da analsegia e das mistelas que enfiam para dentro do soro, lá ficou a dormir entre os companheiros.
O nosso filho ficou na casa dos meus pais e dorme lá que é tardissimo e eu ainda nem jantei nem tomei banho nem coisa que o valha.
Amanhã será o dia da Alta se tudo caminhar para o melhor.



Esta é a marioneta que a mamã fez com um copo de plástico e uma foto do Miguel e colocou na mesa de cabeceira do pai.



13.8.07

A Ludoteca de Oeiras


A Ludoteca de Oeiras é dentro do Jardim Municipal de Oeiras. Procurem um electrico amarelo (que é como um electrico deve ser, amarelo) decorado com muitos desenhos de crianças, diz que vai para St.º Amaro, é o 16, mas não vai, é só a brincar. Está cheio de brinquedos e de livros e as crianças podem pintar e desenhar também para além de brincar.
O Miguel mostrou-se timido, muito relutante, até porque logo à entrada do electrico, estava o volante do electrico pois claro! Por ele, ficava logo ali, mas a mamã lá o convenceu a entrar mais um bocadinho e depois veio o carro dos bombeiros, o tatô (tractor), os peluches, mais carrinhos de brincar, afinal havia mais meio mundo para descobrir. A mamã filmou tudo e o pior foi depois para sair "na próxima paragem".
Para quem achava que ía de seguida visitar o palácio do Conde de Oeiras ou o Parque dos Poetas em Porto Salvo, andar de Mono Carril e coisas assim, passar o resto da tarde na esplanada do Inatel não foi muito bom para o meu humor, não. Mas o avô Vitor encontrou uma sombra para estacionar a viatura e meu amigo, enquanto a sombra não saiu de cima da viatura, nós também não saímos do perimetro.

O meu filho não calça chinelos


O primeiro sapatinho do Miguel foi a botinha do baptizado, era uma botinha azul da Chicco. Os que se seguiram, eram todos da Chicco. Últimamente anda a calçar Adidas, pois não admira que este fim de semana tenha tentado enfiar um chinelo de praia no pé do meu filho e nada, não deu sequer dois passinhos seguidos!

Habituam mal os miúdos, a calçado de qualidade, depois é bem feita...

A propósito, será que o meu filho sabe andar descalço?

Eram tão giros os chinelinhos... com o piu-piu, lilázes... de enfiar no dedinho...

11.8.07

A Não Notícia

Portugal não está a arder. Já repararam? Não é... absolutamente extraordinário?
Shiiiiiu. Agora caladinhos que isto é uma não notícia e os pirómanos estão a dormir...

7.8.07

Aniversário da mãe

Quantos são? Quantos são? 35.
Uns miseros trinta e cinco. Há quem tenha 60 e 80, há-os que chegam à centena! 35. 35 não é nada! Ainda só vou nos alinhavos. Deve ser por isso que ainda mudo muito de ideias e de ideais. Deve. Para o ano já não sou trintinha, 36 já sou trintona. Tá-se bem. Ó, ó, é preciso é que há-ja saúde, mais nada.
(Leão é um signo muito bom, os Leões são creativos, generosos, leais, vaidosos, muito vaidosos. É muito bom, é um signo muito bom, lá isso é, pouca modéstia mas enfim, um Leão não é um rato. Parabéns aos Leões!)