oreinabarriga

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30.4.08

Outro fio de cabelo, é só cabelos...

Não termos aproveitado o facto do menino não estar em casa às 8 da noite (que é raríssimo), não termos aproveitado o facto da vizinha do 2ºB não ter vindo tocar à nossa campainha com a história dos furos e do estendal (o que é raríssimo), para termos feito troca de epitélios gustativos ainda vá que não vá, agora não teres reparado que te entrou pela casa a dentro um gajo de Éle Ei e começou a tocar Jorge Palma, Nossa Senhora! (Nossa Senhora era o nome da música) e depois não teres vestido o pijama ao menino só porque disses-te duas vezes que eu ainda não tinha vestido o pijama ao menino, e eu não ouvi, caneco! Não achas que a vida te está a passar ao lado? É para ti, é! Tu foste dormir (eram mais 10 minutos vestir o pijama ao menino) e veio um outro pai via satélite e vestiu o pijama ao menino. Caramba, é teu filho. E tu deixas? Que a tua mulher e o teu filho se movam via satélite?!
Se eu fosse factura de telefone examinavas-me detalhadamente. Se a nossa vida fosse um consumo de luz eléctrica cobrado mensalmente por uma companhia qualquer, tu saberias como poupá-la. "Estives-te mais de 1 hora ao telefone, 2 Euros!" Pois fica a saber que há comunicações grátis, não se paga nada e no fim, saem caro. Porque não era uma amiga. E um brilho nos olhos? Uma coisa que não é lâmpada, não acende por energia eléctrica sabes quanto poupavas se me acendesses a luz dos olhos?
Eu sei que não gostas de escrever, que não tens jeito, que não te sai nada, é natural, para aspirante a escritora já basto eu cá em casa, não há mal nenhum nisso, mas conheces isto?
"Se eu fosse compositor
Compunha em teu louvor
Um hino triunfal
Se eu fosse crítico de arte
Havia de declarar-te
Obra-prima à escala mundial
Mas eu não passo dum homem vulgar
Que tem a sorte de saborear
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar"
Isto é Jorge Palma "Dá-me lume" do Álbum "Bairro do Amor", era só fazeres um copy-paste.
É por não fumares? E teres raiva de quem fuma? O álbum está cheio de outras letras sem fumo, não seja por isso.
Eu não sou mulher para ti, passo horas a escrever, a contemplar o nosso filho e a beleza que encontro em todos os pássaros e aves pequeninas, falas comigo sobre talões de desconto do Continente e eu a viajar, por mar, há mais continentes que o de Alfragide, ó, ao todo são 6 (um é desabitado é certo, mas são 6, enormes! Estão no mapa mundo e tudo), quando fumo nem sempre vou fumar para a escada do prédio e quando nem sempre vou fumar para a escada do prédio, esqueço-me de fechar a janela da cozinha e o fumo entra pela janela do quarto e vai poisar aonde? No teu cabelo! Eu sei que é desagradável... no entanto os amigos entram pela janela de um Philips que era do Paulo e nunca chegamos a comprar um LCD, este serve muito bem, e torcem para que a Carmina Burana beije um homem cheio de charme porque em todas as histórias de amor, romances que tu não lês, acontece o beijo, e a ti, não te cheira a nada.
Eu não sou mulher para ti, eu nunca sei o caminho, erro o nome das estradas, erro todas as direcções, o norte, o sul, a casa dos amigos que visitamos milhares de vezes e se tiver que lá ir, assim de repente, ...
"A paixão leva ao amor, passados 5, 10 anos, é o amor que leva à paixão. Se houver amor tudo passa, se não houver amor as coisas vão piorando, piorando..." Entre nós há amor. O teu é seguro, confiante, esqueces-te porém que o excesso de confiança é o principal causador de acidentes. O meu é leal. Eu sempre falei com a vida por meio de figuras de estilo, e por ironia alguém me tenta com metáforas (num belo estilo de figura) e não será lealdade quando depois me deito, adormeço e vivo com a hipérbole do ridículo? Queres maior prova de amor?
Eu não sou mulher para ti, por tudo o que já disse e porque o jantar estava pronto, quente, mas a mesa ainda não estava posta. Eu sei que são fases. Um dia destes vais cair em ti, rebobinar este filme, declarar que "Eu fui mesmo estúpido pá", eu gosto de ti, tu és a mulher da minha vida! Eu a partir de agora vou ser diferente, vou ser um delico-doce!" e eu, leal, vou buscar o amor que ainda sinto por ti, requentado, e sirvo-te o amor num prato com esparguete, tu comes, sossegado enquanto eu, fico a olhar para o meu prato, distraída, horas infinitas e tu vens de lavar os dentes e com a boca cheia de colgate, perguntas-me:
- Então? Não comes? Estás a deixar arrefecer?
E eu respondo, vagamente:
- Não. Está aqui um cabelo na sopa...
A partir de agora (tenho este pressentimento), que quando voltares a ti, faremos as pazes, trocaremos epitélios gustativos mesmo contra a campainha incessante da porta, mas eu encontrarei mesmo onde ele não exista, um fio de cabelo, com o passar dos anos, fios de cabelo por todo o lado.
É para ti é. Porquê? Não lês-te com atenção como de costume, este Post e o do fio de cabelo e os outros todos desde que sou pseudónimo? Não sabes o que são metáforas ou ainda tens dúvidas?

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