oreinabarriga

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5.1.09

Largar as terras Versus largar as fraldas

2008 foi o ano em que Israel e Palestina chegaram a acordo para cessar-fogo. Conseguiram no mesmo ano reacender a guerra.
Os Judeus foram um povo perseguido (Diáspora: fuga dos Judeus), talvez porque a religião judaica diz que Jerusalém, a capital de Israel, é a terra prometida aos Judeus, a ONU deu-lhes um país: Israel. Talvez para enfraquecer o poder britânico sobre aquele território (por uma questão política), talvez baseada na palavra de Moisés (por uma questão religiosa), fez uma divisão de terras: criou um estado Judeu por um lado e um Palestino pelo outro, e por causa dessa divisão, os Judeus viraram o bico à história, foram ocupando as terras da Palestina, na guerra dos 6 dias ocuparam os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, e Israel tornou-se na nação com maior força militar do médio oriente. Atualmente há milhares de refugiados palestinos (na Síria, no Líbano, no Iraque...), trata-se agora da Diáspora: fuga dos Palestinos.
O petróleo está para os países como a infidelidade para os casamentos: na causa de todos os conflitos, mas esta, aparentemente, não é uma guerra pelo ouro negro, não há petróleo em Israel, na Cisjordânia, na Faixa de Gaza, também não. Podemos culpar os Deuses por mais esta guerra horrível, mas o homem está para o mundo como o petróleo para os países: na causa de todos os conflitos. Só o homem é capaz de fazer uma guerra, com o seu fundamentalismo religioso, com a sua politica extremista e com a sua capacidade de multiplicar-se até à demografia insuportável, de preferência em contraste com a miséria de recursos: a escassez de água, de terras cultiváveis, de gás, de luz, de medicamentos, de cultura e de tudo.
A Palestina quer de volta as suas terras, luta pela sua libertação da ocupação de Israel e pela formação de um estado independente, luta também para que Jerusalém seja a capital do seu país, já o quis à pedrada sob a orientação de Ytzhak Rabinde porque o povo não tinha armas de fogo (este movimento ficou conhecido como a Intifada, a revolta das pedras), atualmente contam com as pedras e o Hamas, partido político da Palestina e considerado um grupo terrorista, e com o Hezbollah, uma organização de resistência contra Israel e contra os interesses dos Estados Unidos, e com A Jihad Islâmica, que por fundamentalismo religioso e sustentada financeiramente (acredita-se) pelo Irão, quer a destruição de Israel por meio de uma 'guerra santa'.
Apesar de vários acordos de paz ao comprido nesta longa história de uma guerra, 2008 foi o ano do cessar-fogo e foi o ano em que ela se reacendeu, porque infinitamente, Israel insiste na definição das fronteiras com base nos assentamentos dos judeus, a Palestina quer que Israel reconheça o direito dos refugiados palestinos regressarem às suas terras natal, Israel não muda de ideias, nem de atitude, por uma questão de "segurança nacional" e pela "manutenção das características da raça judaica" (ou seja, não quer cá misturas com muçulmanos), e já agora, porque pelo meio, o novo presidente dos Estados Unidos também ainda não se sentou na cadeira do mundo.
2008 foi o ano em que o meu filho Miguel iniciou uma guerra contra o bacio e foi durante 2008 que houve várias tentativas de acordo para o cessar-fogo cá em casa. Não se trata aqui de uma guerra entre judeus e muçulmanos, entre ocupantes e ocupados, trata-se de uma guerra entre um menino de 3 anos e um bacio e um movimento (armado em parvo, baseado em assentamentos sobre idades próprias para as crianças superarem etapas, pela política do desenvolvimento da criança e quiçá, por uma questão religiosa também, a todo o custo, se for preciso com promessas assim: " - se fizeres cocó no bacio a mamã dá-te um chocolate" ou ameaças assado " - se voltas a fazer cocó nas cuecas a mamã não limpa!"), movimento esse constituído por 2 pais, 4 avós, vários familiares e alguns amigos, a lutar por um estado independente num menino cujo estado era psicológico, preguiçoso, "não estou para aí virado" na questão do "cocó faz-se no bacio", apesar de (para desespero do movimento) aos 3 anos e meio já os "outros meninos todos" o conseguirem fazer. Foi uma guerra. 2008 foi uma guerra cá em casa contra o bacio, mas foi também o ano do cessar-fogo.
Era preciso "dar tempo ao tempo", o menino não estava preparado, quando se sentiu preparado anunciou: - faço cocó à noite, depois do jantar, está bain? E assim foi. Sem mais dramas, que acabámos com a guerra e começamos o ano novo em paz.
Israelitas e Palestinos, não.
Começamos 2009 com Hamas a romper as tréguas e voltar a enviar mísseis para Israel. Israel responde com ataques aéreos e por terra com tanques de guerra e milhares de soldados. E vítimas por todo o lado.
O meu filho, que já tinha largado as fraldas há muito, muito tempo, mas a mamã ainda punha de vez em quando porque o Miguel não queria fazer cocó no bacio, agora faz cocó no bacio e nunca mais usou fraldas.
Se largar as terras fosse assim, como largar as fraldas por exemplo...
..

23 comentários:

Gema disse...

A tua veia literária já não me devia surpreender. Que este ano estejas ainda melhor que o ano que passou era coisa que eu já estava à espera. Também não me surpreende a tua capacidade de juntar temas no mesmo post que aparentemente não se juntam, assim como árabes e judeus, mas este texto está de facto... Admirável. Surpreendentemente Admirável.

Becas disse...

Ainda vais ser chamada pelo presidente dos EUA para mediar este conflito no oriente porque quem é capaz de misturar a história das fraldas com a história desta guerra, no mesmo post, deve conseguir juntar muçulmanos e judeus no mesmo território.
A meio do post comecei a estranhar o título, achei que era mais “conflito israelo-árabe” ou “conflito judaico-muçulmano” e as fraldas eram para enganar. O que não é de estranhar é não fazeres mais um, entre as centenas de textos que há sobre este conflito, mas fazeres um texto sobre isso, único, singular e excepcional.
A avaliar pelo 1º post do ano…

Carmina Burana disse...

Não sou capaz Becas, juntar judeus e muçulmanos no mesmo território não sou capaz, já tentei mas não consegui, ia levando uma pedrada da Intinfada e tudo.
Mas se eu fosse a ONU (por exemplo) ou o Presidente dos EUA (por exemplo), dava Londres aos Palestinos e Washington aos Israelitas, ou vice-versa, é indiferente.

Carmina Burana disse...

Então quer dizer que ainda sou a vossa McWriter?

Carmina Burana disse...

Fixe.

Becas disse...

Claro que ainda és a nossa McWriter. Tu és uma McWriter.
A propósito da borla que acabaste de dar ao Obama e a ONU... e Jerusalém? Ficava para quem?

Rainha Reles disse...

Mais importante que o conflito Israelo- árabe é o Miguel já fazer pú no bacio. Viva! pró Miguel. E viva! também para ti, não começaste nada mal o ano não, com um post assim. O texto não está mau de todo (está fantástico!)

Anónimo disse...

Graças ao teu post consegui finalmente perceber alguma coisa sobre o conflito entre Israel e a Palestina.
Que escreves bem já sabia.

david

Carmina Burana disse...

David: espero que tenhas conseguido perceber também alguma coisa sobre "largar as fraldas".

Carmina Burana disse...

Becas: Jerusalém (e porque não faço acessoria de borla como dizes) ficava eu com ela.
Estou a precisar de um templo como o de Jerusalém, com aquelas dimensões, para orar pela paz no mundo. Ele há tanta guerra e tanto conflito que este blogue está a ficar muito pequeno para isso.

MiudaCute disse...

Enquanto tentavas educar o teu filho a "largar as fraldas" o mundo lá fora não parou, nem a guerra por causa disso, e a ler o post fui-me lembrando daquele outro post teu de 2004 ou 2005 onde dizias que enquanto contemplavas a tua barriga de grávida o mundo lá fora não parava, nem as guerras por causa disso, apenas mudava a maneira como todo ele (o mundo) se movia para ti.

Becas disse...

Washington para os Israelitas, Londres para os Palestinos, provocavas uma diáspora de Londrinos, de norte-americanos, a mim provocaste-me agora uma valente gargalhada com a história de Jerusalém, mas não, não acho nada que este post esteja a ficar pequeno para tu fazeres isso.

Anónimo disse...

Também, também.

david

João David disse...

Sei quem no ano novo te inspirou tão bem... Tenho 1 dedo que adivinha...
Estou a brincar!
És inspirada por natureza.
Um beijo

João David Marinho
2009/01/07

Carmina Burana disse...

Tu? Um dedo?

João David disse...

Hum hum, nem preciso 'beber do teu copo' para adivinhar os teus segredos.

João David Marinho
2009/01/07

Rainha Reles disse...

COF... COF

Becas disse...

Tás tramada :D
Manda-lhe um rocket.

Carmina Burana disse...

Eu bem tento ser diplomata, mas estou a ver que tenho mesmo que lhe mandar um rocket.

Carmina Burana disse...

Mete-te comigo, mete...

João David disse...

Ando a ler o teu blog mas não posso meter-me mais contigo... Ele agora rosna.

João David Marinho
2009/01/08

Carmina Burana disse...

João David: Pois rosna. E se fosses loiro... mordia-te.

João David disse...

Não tenho a < dúvida!
Aliás, moreno, mas não a salvo totalmente.

João David Marinho
2009/01/08