oreinabarriga

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este blogue tem Livro de Exclamações

28.9.08

"Cars" da Disney

Lá em casa não se vê (e ouve) outra coisa. "Life is a highway".

- Mamã! mamã! poe os McQueen no computadôe!

25.9.08

Vaga de comentadores

Tenho para aqui revistas e mais revistas cheias de colunas de comentadores. É comentários dos leitores, do director, dos colaboradores, dos convidados especiais e até há quem escreva crónicas que é uma maneira encapuçada de ser comentador e comentar.
Toda a gente manda bitaites.
Nada melhor que ficar em casa a um dia de semana (estava de férias, era um dia de semana quando me pus a escrever isto, depois gravei como rascunho não fosse eu um dia achar que já tinha publicado post's demais sobre o AMOR e pimba, espetava no blogue com este dos comentadores e ainda bem que gravei isto), nada melhor que ficar em casa, estava eu a dizer, a um dia de semana sem nada para fazer a não ser ler tablóides, assistir televisão e consultar a internet (e também comi dois torrões de açúcar amarelo), para tomar conhecimento das proporções desta nova vaga. Já houve uma geração de locutores, empresários de teatro, jornalistas, dramaturgos, políticos, jogadores de futebol, cantores líricos, actores, jogadores do cubo mágico, agora de comentadores nunca tinha visto uma coisa assim.
Quem começou com isto (aposto) foi o criminalista Moita Flores (aposto), depois a coisa foi ganhando a forma de uma avalanche e hoje em dia há comentadores a atropelarem-se por todo o lado, nos blogues, nos fóruns da internet, nos jornais, na televisão, na rádio, nas revistas, no prédio, no trabalho, na paragem do autocarro, no barbeiro, nas padarias (isso já havia antigamente que eu por acaso lembro-me da minha avó falar nisso) a atropelarem-se uns aos outros e atropelam-nos e a atropelarem as nossas ideias e sentimo-nos completamente invadidos, devassados por todos os lados, atropelados, pronto.
Depois mandam bitaites sobre tudo: politica, futebol, crime, celebridades, não celebridades, casos em segredo de justiça e há comentadores para todos os gostos: jornalistas, escritores, treinadores, astrólogos, cartomantes, apresentadores de tv, ex concorrentes do Big Brother, ex agentes da policia judiciária, criminalistas, ciclistas, trapezistas, estes dois últimos já sou eu a inventar mas deve haver, e como comentar é uma coisa compulsiva e doentia quanto mais se comenta mais se quer comentar, os astrólogos não se limitam a mandar bitaites sobre astrologia, nem os jornalistas sobre casos de reportagem, nem os escritores sobre livros, nem os criminalistas sobre casos de polícia nem os políticos sobre política, não, comentam sobre aquilo que não lhes diz respeito, mandam bitaites nas áreas uns dos outros e comentam-se até uns aos outros.
Não me lembro desde a vaga de vendedores de enciclopédias e mais tarde vendedores de aspiradores, ter havido vaga mais chata!
Agora vou mandar este monte de revistas para o lixo e não são permitidos comentários a este post ou não vá alguém pensar que aqui neste blogue também há com… comenta… comen
disso.

Amor, a mais suportável de todas as dores

"O amor implica sofrimento, inevitavelmente, uma dor proporcional à intensidade com que se ama. há pessoas que sofrem mais outras menos uma dor igual. é uma questão de sensibilidade à dor. há pessoas mais intensas outras menos intensas num amor à mesma escala. passar por sofrer é inevitável em ambos os casos. é humano que tentemos não lhe dar muita confiança (ao amor). "
João Ayres no Post "Voltar a escrever" 8-09-2008

Amar é humano e implica “passar por sofrer”, ninguém quer sofrer, porque ninguém gosta, por isso dominamos os nossos sentimentos, que não é amar mas também não é padecer de cancro do coração. Eu sou boa amante, até porque todas as coisas que amo, menos uma e tirando os livros, não se levam para a cama. Não levar para a cama aquilo que se ama é amar generosamente e em absoluto. E eu sou generosa, intensa? Eu também não gosto de me auto flagelar, mas sofrer por amor não é mau e tem vantagens a considerar. De todas as coisas pelas quais já sofri, picadas de insectos, a morte de alguém querido, o medo, o parto, sofrer por amor é a mais suportável de todas e se for um sofrimento correspondido então, chega a ser uma dor agradável, simpática e encantadora.
Nós sofremos por amor e os olhos transpiram, um olhar transpirado é das coisas mais lascivas que conheço. Sofremos e a música (qualquer merdita de música) ganha uma sonoridade magnífica e a letra da música até foi escrita para nós, por acaso.
Sofremos e andamos na lua que é a aspiração milionária de muita gente, sofremos e perdemos o sono que é aquela coisa medonha, chata, que nos dá nas horas mais inapropriadas, que nos faz perder as melhores séries da televisão que dão depois da 1 da manha, que nos faz ter acidentes de viação, embater contra as portas, praguejar, não querer ir trabalhar... Sofremos e temos mais tempo para as coisas boas. E o olfacto? Apuradíssimo como se tivéssemos que farejar até encontrar o cheiro que nos faz lembrar. Sofremos e é a melhor altura para ir à perfumaria e acertar no frasco. Sofremos e ficamos fáceis que é meio caminho andado para encontrar um novo amor e nada melhor para curar um amor que outro, porque não há amor como o último. Sofremos e ficamos humanos que é a única coisa decente que nos distingue dos seres das outras espécies.
É portanto perdoável não querer amar, e uma grande parvoíce não querer amar porque inevitavelmente nos fará sofrer.
Carmina b. in "Voltar a escrever" 8-09-2008

Cartas de uma Freira Portuguesa

PRIMEIRA
(...) Parece-me, no entanto, que até ao sofrimento, de que és a única causa, já vou tendo afeição. Mal te vi a minha vida foi tua, e chego a ter prazer em sacrificar-ta. Mil vezes ao dia os meus suspiros vão ao teu encontro, procuram-te por toda a parte e, em troca de tanto desassossego, só me trazem sinais da minha má fortuna, que cruelmente não me consente qualquer engano e me diz a todo o momento: Cessa, pobre Mariana, cessa de te mortificar em vão, e de procurar um amante que não voltarás a ver, que atravessou mares para te fugir, que está em França rodeado de prazeres (…)
Tão deslumbrada fiquei com os teus cuidados, que bem ingrata seria se não te quisesse com desvario igual ao que me levava a minha paixão, quando me davas provas da tua (…)
Não enchas as tuas cartas de coisas inúteis, nem me voltes a pedir que me lembre de ti. Eu não te posso esquecer, e não esqueço também a esperança que me deste de vires passar algum tempo comigo. Ai!, porque não queres passar a vida inteira ao pé de mim? Se me fosse possível sair deste malfadado convento, não esperaria em Portugal pelo cumprimento da tua promessa: iria eu, sem guardar nenhuma conveniência, procurar-te, e seguir te, e amar-te em toda a parte (…)
Adeus. Ama-me sempre, e faz-me sofrer mais ainda (…)
SEGUNDA
(…) Como poderia esperar que ficasses para sempre em Portugal, renunciasses à tua carreira e ao teu país para não pensares senão em mim? Nenhum alívio há para o meu mal, e se me lembro das minhas alegrias maior é ainda o meu desespero.

TERCEIRA
Não sei o que sou, nem o que faço, nem o que quero; estou despedaçada por mil sentimentos contrários. Pode imaginar-se estado mais deplorável?
(…) Contra mim própria me indigno, quando penso em tudo o que te sacrifiquei: perdi a reputação, expus-me à cólera de minha família, à severidade das leis deste país para com as freiras, e à tua ingratidão, que me parece o maior de todos os males. Apesar disso, creio que os meus remorsos não são verdadeiros; do fundo do meu coração queria ter corrido ainda perigos maiores pelo teu amor, e sinto um prazer fatal por ter arriscado a vida e a honra por ti (…) agradeço-te, com toda a minha alma, o desespero que me causas, e odeio a tranquilidade em que vivi antes de te conhecer(...)

QUARTA
(…) Atormentaste-me com a tua insistência, transtornaste-me com o teu ardor, encantaste-me com a tua delicadeza, confiei nas tuas juras, seduziu-me a minha inclinação violenta, e o que se seguiu a tão agradável e feliz começo não são mais que suspiros, lágrimas e uma tristíssima morte que julgo sem remédio (…)
Porque envenenaste a minha vida? Porque não nasci noutro país? (...)

QUINTA
(...) O orgulho tão próprio das mulheres não me ajudou a tomar qualquer decisão contra si. Ai, suportei o seu desprezo, e teria suportado o ódio e o ciúme que me provocasse a sua inclinação por outra! Ao menos, teria qualquer paixão a combater. Mas a sua indiferença é intolerável (…)
Se me mostrasse, ao de leve que fosse, ter sentido algum desgosto ao ler esta carta, talvez eu acreditasse; talvez a sua confissão e o seu arrependimento me enchessem de cólera e de despeito; e tudo isso poderia de novo incendiar-me (…)
Não sei eu por experiência que um coração enternecido nunca mais esquece quem lhe revelou prazeres que não conhecia? e de que era susceptível? que todos os seus impulsos estão ligados ao ídolo que criou? que os seus primeiros pensamentos e primeiras feridas não podem curar-se nem apagar-se? que todas as paixões que se oferecem como auxílio, e se esforçam por o encher e apaziguar, lhe prometem em vão um sentimento que não voltará a encontrar? que todas as distracções que procura, sem nenhuma vontade de as encontrar, apenas servem para o convencer que nada ama tanto como a lembrança do seu sofrimento? Porque me deu a conhecer a imperfeição e o desencanto de uma afeição que não deve durar eternamente, e a amargura que acompanha um amor violento, quando não é correspondido? E por que razão, uma cega inclinação e um cruel destino, persistem quase sempre em prender-nos àqueles que só a outros são sensíveis? (…)
Morria de medo que me não fosse fiel; queria vê-lo a cada momento e isso não era possível; inquietava-me com o perigo que corria ao entrar neste convento; não vivia quando estava em campanha; desesperava-me por não ser mais bonita e mais digna de si; lamentava a mediocridade da minha condição; pensava nos prejuízos que lhe podia acarretar a afeição que parecia ter por mim; imaginava que não o amava bastante; receava, por si, a cólera de minha família; enfim, encontrava-me num estado tão lamentável como aquele em que estou agora (…)
Acostumei-o desde início, ingenuamente, a uma grande paixão, e é necessário algum artifício para nos fazermos amar. Devem procurar-se com habilidade os meios de agradar: o amor por si só não suscita amor (…)
Sou uma doida, passo o tempo a dizer a mesma coisa. É preciso deixá-lo e não pensar mais em si. Creio mesmo que não voltarei a escrever-lhe. Que obrigação tenho eu de lhe dar conta de todos os meus sentimentos? (…)

In "Cartas Portuguesas" atribuídas a Mariana Alcoforado (freira portuguesa que se apaixonou por um oficial Francês destacado na sua cidade natal, Beja)
As 5 cartas que lhe escreveu, foram inspiração para muitos poetas e romancistas.

24.9.08

E nem me perguntes porquê, não sou capaz e pronto.

Ainda bem que já nem te amo nem tenho tantas certezas como tinha no principio da nossa relação. Ainda bem que és mesquinho e avarento porque são precisamente dois dos defeitos que mais me desagradam num homem. Felizmente que te queixas do teu trabalho de escritório e chegas a casa exausto a falar em guias e em folhas de ponto, não suportaria que chegasses a casa exausto de salvar vidas, ou abatido de nem todas as vidas te chegarem a tempo de serem salvas. Ainda bem que não gostas de ler e só vais ao teatro para me fazer companhia. Não me imagino apaixonada por um homem que lê, na cama, é uma espécie de paixão contemplativa, platónica? Eu deitada ao teu lado, ciumenta do livro que te absorve, de cabeça pregada à almofada a demorar-me nas tuas mãos a segurar uma lombada, a observar pormenores como pelinhos escassos e os teus dedos esguios, lascivos... um arrepio breve a cada página que muda e a minha série preferida a dar na televisão sem eu dar por isso.
Não me imagino apaixonada por um homem que goste de teatro, arte dramática, personagens, voz, expressão corporal, palcos, cenários, palmas, não! Assistir a um filme contigo num final de tarde de domingo é fácil, em casa, com surround à volta, interrompidos pelo nosso filho que nos salta para o colo, pede atenção, iogurtes, bolachas e carrinhos nas cenas que não queremos perder e basta fazermos depois um Rewind, ou um Previous Chapter, é fácil. Sem dramas. Só com o comando.
Abençoada voz a tua, "a voz branca", fraca, destimbrada, as vogais claras são estridentes, as abertas são engrossadas e as nasais nasalizadas demais, provocaria em mim um permanente distúrbio se tivesses uma voz grave, quente, dois tons a baixo, se falasses só na altura certa, se medisses as palavras, se não dissesses f** nem m**** nem tudo o que te vem à cabeça, eu, em vez de discutir contigo, desatinar aos falsetes estridentes, telefonava-te todos os dias, aparentemente sem motivo e quando estivesse contigo encostava provavelmente o ouvido à tua boca porque dirias amo-te em vez de blasfémias pró ar! As pessoas que têm vozes do Sol ao aposto que dizem amo-te com frequência, ninguém diz amo-te aos berros, a desatinar, aos berros e a desatinar dizem-se coisas como "A janela ficou escancarada!" ou "Porra! Deste outra vez com a jante no passeio!" ou "Vê onde pões os pés!" ou "Isso não é para pegar assim!"
Adoro a maneira como exibes os teus defeitos, o teu mau feitio e adoro a maneira como escondes as tuas virtudes, a sete chaves ou cobrindo-as de extractos, faturas, talões de combustível e de multibanco e demais papeis, para eu me admirar quando dou por elas, quando as descubro e me surpreendo (sou péssima a encontrar coisas, até aquelas que estão de baixo do meu nariz quanto mais, de modo que quando encontro algo que ando à procura é uma satisfação enorme), adoro a maneira como as escondes dentro de lugares profundos, que não lembram à anatomia do corpo humano nem a ninguém, e depois espanto-me.
Ainda bem que não espero por ti para jantar, ainda bem que esperas que eu acabe de por a mesa, ainda bem que não espero que desapertes as camisas, tires o cinto, entres na cabine do duche e te demores, depois saias do compartimento envolto em vapor de água quente e não espero que esperes por mim na cama num quarto com cheiro a after-shave entornado, ainda bem que tomas duche e nem dou por isso, é rápido.
Felizmente não gostas da mesma música que eu, do mesmo programa de tv, do mesmo carro, do mesmo quadro, das mesmas cidades, do mesmo desporto, do mesmo prato, da mesma bebida e felizmente eu nem sequer me esforço por gostar daquilo que gostas, não tenho esse poder.
Felizmente não podes beber shots of tequila nem cafés, fazem-te mal.
Eu sei as capitais dos países, os ossos do corpo humano, os planetas, tu sabes cálculo, electrónica, cinema, o que nos dá uma grande vantagem sobre os que sabem das mesmas coisas, a jogar ao Trivial Pursuit.
Graças a Deus não és meigo e compreensivo, nem tolerante, nem sempre sedutor (cheio de charme), não sabes fazer as tarefas domésticas, o teu sentido de humor está quase sempre ausente, a vaidade também, não gostas de mudar lâmpadas, nem fraldas, deixas sempre a tampa da sanita para cima, ainda bem meu Deus! ou eu não teria olhos para mais ninguém e não faria mais que suspirar por ti a toda hora e a todo o instante e trinta por uma linha para fazer as minhas amigas acreditarem que eu vivia com um homem de sonho, um príncipe perfeito.
A tua voz, a tua maneira de ser, tudo, impedem-me de ter vertigens e tonturas (que coisa desagradável!), tudo isto são coisas admiráveis que possuis e que mantêm e controlam o meu equilíbrio emocional, não só aquela parte dos órgãos do equilíbrio localizados no ouvido interno que possuem ligações nervosas com o cérebro e são responsáveis pelo equilíbrio físico, não, tudo isto são coisas admiráveis que possuis e controlam o meu equilíbrio todo, por inteiro.
A mim, basta-me que cheires ao perfume que eu te oferecer, que não cortes o cabelo, e que os teus olhos claros, limpos e grandes brilhem das poucas vezes que te dá para sorrir.
A mim, basta-me isso e pouco mais que isso ou não fosse assim e eu seria obrigada a viver contigo um amor impossível, um amor proíbido e sabes que isso, eu não era capaz. Não sou capaz de viver um amor impossível. E nem me perguntes porquê. Não sou capaz e pronto.

Casamento entre sexos iguais

Deu-me um vaipe, não sei se influencias do Post anterior "Casamento só entre sexos diferentes", que seja, apeteceu-me vir aqui só para dizer que sou a favor do casamento entre homossexuais. O casamento é uma celebração e os filhos que vierem serão herdeiros legítimos, de preferência também desse grande ato de amor. Não vejo outra diferença que não seja os sexos serem iguais, na celebração de um casamento homossexual, e sempre achei essa diferença demasiado pequena, sequer para me incomodar. Mais, sou a favor da adoção por parte de casais homossexuais. Sou plenamente e em consciência, a favor. O problema nunca esteve nem nunca estará num casal homossexual que adota crianças como filhos, o problema está, e sempre esteve, entre outras coisas, nos casais heterossexuais que abandonam os filhos.

"Casamento só entre sexos diferentes"

23.09.2008 Alberto João Jardim, diz
"não ter preconceitos quanto às opções sexuais de cada um."
mas realça que casamento é
"só entre sexos diferentes. Eu não tenho
qualquer preconceito em relação às opções sexuais de cada um, é um problema de
cada um. Agora, a mim, o que me irrita, é pôr-se os portugueses por tontos e
chamar casamento a uma coisa que não é casamento!"
referiu à Agência Lusa.
"Um casamento pressupõe sexos diferentes, é o mesmo que chamar o Sol à Lua e
a Lua ao Sol."
Ainda bem que a opinião deste Alberto João qualquer coisa que ouvi dizer, parece que é presidente do governo regional duma ilha qualquer, não interessa para nada, o que vale é que ninguém lhe dá ouvidos, o que ele diz não se escreve e como tal não é notícia em lado nenhum nem esta brilhante conclusão/definição para casamento vem escarrapachada no público.pt
Olha se fosse um daqueles tipos a quem se dá tempo de antena?! Livra.

23.9.08

Viver o agora

"... é melhor vivermos a vida, agora, pois a cada momento fazemos uma nova história."

In Grey's anatomy

Saturday 20th September 2008 01:49AM

"Most of the sex I've had in my life was not as personal as that kiss."


In Elizabethtown
a film directed by Cameron Crowe (excerto que veio parar ao meu gmail)

18.9.08

Uma raia a cantar ao microfone


miguel: - isto é uma Raia

mãe: - e o que é que a raia tem na barriga? alguma coisa que ela comeu?

miguel: - não, a raia não comeu nada, isto aqui na baíga é um micófóne. É pa ela cantáe.


"Peixe com asas"

16.9.08

Já cá estou

(Gmail)

11.9.08

"Não há públema, mãe!"

"Qualquer criança que se pinte com tinta de esferográfica se ri do acontecido.O Miguel ontem destapou uma e experimentou riscar a palma da mão, depois olhou para o rabisco de tinta azul (disse o pai), o lábio de baixo sobrepôs-se ao de cima e o queixinho começou a tremer, a tremer, deixou a caneta escorregar para o chão, com mágoa, como coisa malvada e desatou a correr para o meu colo (íamos caindo os dois no chão da casa de banho).
- O que foi filhinho? O que são esses olhos cheios de lágrimas? São por causa de um risco? Mostra à mãe.
E o Miguel mostrou o rabisco na palma da mão.
- Não chores filho, a mãe não ralha e a tinta sai com sabão, anda, vamos buscar a caneta que a mamã desse risco vai fazer um coração! Queres?
- Xim.
Apanhamos a caneta do chão, o pai fez também um desenho na palma da mão e a mãe, do rabisco do Miguel, fez um coração e abriu-se um sorrido descansado.
- É o coração da mãe?
- É filho, o coração da mãe está na palma da tua mão!
- Que bunito…
- Agora vamos lavar, vai ficar limpinho, vais ver!
Querem saber como sai a tinta de esferográfica da pele? A tinta de esferográfica da pele sai com beijinhos.

Tinta de esferográfica por Carmina Burana, em 22-04-2008

Desta vez a tinta não saiu. Nem com beijinhos, nem com um banho!
Mas o Miguel está mais crescido. Pintar é divertido, esfregar as mãos e os joelhos com espuma e os rabiscos azuis não sairem nem por nada também é divertido, o Miguel deu umas boas gargalhadas. E disse no fim, prontamente:
- Não há públema mãe!

Os desenhos segundo Piaget

"Até aos dois anos a criança só faz riscos, sem qualquer
sentido, porque, para ela, o desenho não tem qualquer significado.
A criança,
aos três anos já atribui significado ao desenho, fazendo riscos na
horizontal, na vertical, espirais, círculos, no entanto, não dá nome ao que
desenha. Tem uma imagem mental depois de criar o desenho.
Aos quatro anos a criança já é mais criativa e começa a
perceber os seus desenhos e projecta no desenho o que sente.
A criança
projecta nos seus desenhos a realidade que ela vive, não há realismo na cor, e
também não há preocupação com os tamanhos. Nesta fase os desenhos começam a ser
mais compreensíveis pelos adultos. "
Estádios de desenvolvimento da criança segundo Jean Piaget (1896-1980) psicólogo e filósofo Suíço, dedicou a sua carreira profissional ao estudo da inteligência infantil.

Os primeiros desenhos

O meu filho começou agora a fazer os primeiros desenhos. Segura bem na caneta, tem um traço firme mas não carregado, concentrado e não desenha por norma riscos e rabiscos como era de prever, desenha uma linha curva que raramente quebra, interrompe ou trespassa com outra e vai dando-lhe uma forma. Eu não sei interpretar desenhos muito bem, nem as cores. O que quer dizer o azul, a cor preferida do Miguel.
No fim, atribui um significado ao desenho.
Riscos riscos e mais riscos, círculos (espirais) e mais riscos é o que todas as crianças começam por fazer, os primeiros desenhos do Miguel tem expressão, movimento. Ainda é cedo (ele só tem 3 anos) pode não ser 'o Dom, certeza tenho que guardaria os primeiros desenhos do meu filho de qualquer das maneiras.

Os 1ºs desenhos do meu filho - parte III












Os 1ºs desenhos do meu filho - parte II


"Fogueira" e "Uma coisa que ainda não sei o que é"


"Girafa" e "Leão"


"Leão"


"Baleia"
(Clique em cima das imagens para ampliar)

Os 1ºs desenhos do meu filho


Esta sou eu (A mãe!), pus setinhas com legendas não vá alguém olhar e não perceber logo do que se trata. Para além do meu filho, com apenas 3 anos já revelar talento como retratista, revela também sentido de humor (estou com dois galos na cabeça!).
(Clique na imagem para ampliar)

10.9.08

Há comentários espalhados pelo blogue todo! Vejam lá se se arrumam no último Post que esteja "aberto", ainda agora apanhei uma exclamação num Post do ano anterior, onde é que isso já vai! É que eu estou de férias não é para andar a apanhar comentários espalhados por todo o lado.

40

Gosto do número quarenta. Também gosto do 41, 42, 43...
O problema é que o quarenta é um número impedido. É um número ocupado. Um 40 está invariavelmente, sempre ocupado, ou chama chama e ninguém atende, ou atende o gravador. Bem, às vezes damos com um 40 desimpedido, mas quando isso acontece ou foi troca de linhas ou enganamo-nos a marcar o número e vem de lá um quarenta sessenta ou um quarenta dezoito e temos forçosamente que desligar: "desculpe, foi engano, pensei que estava a ligar para um 40, 40 ou para um 40, 41, 42..."
Quarenta... é um número cheio de charme. O problema é que o 40 é um número impedido, ocupado, invariavelmente, sempre ocupado.

9.9.08

A melhor parte

Acariciar os cabelinhos enquanto dorme, receber aquele cheirinho a água de colónia de winnie the Pooh transpirada, contemplar-te, fechar os olhos e arrecadar-te. O meu filho é a melhor parte do dia, é a parte melhor de mim, é a melhor parte.

8.9.08

Voltar a escrever

Voltar a escrever voltar a escrever, como se fosse fácil! Como se finalmente tivesse recuperado o login e a password.
Talento não chega, é preciso trabalhar muito.
E tu davas muito trabalho.

Depois da felicidade


“(…) Quando se é feliz muito novo, a única obsessão que se tem é aguentar a coisa. Vive-se ansiosamente com a desconfiança, quase certeza da coisa piorar. O pior é que as pessoas que se habituaram a serem felizes não sabem sofrer. Sofrem o triplo de quem já sofreu. É injusto mas é assim. No amor é igual. Vive-se à espera dele e, quando finalmente se alcança, vive-se com medo de perdê-lo. E depois de perdê-lo, já não há mais nada para esperar. Continuar é como morrer. As pessoas haviam de encontrar o grande amor das suas vidas só quando fossem velhas. É sempre melhor viver antes da felicidade do que depois dela.”

Miguel Esteves Cardoso

5.9.08

Ainda a Anatomia...

"Time heals all wounds. All any of us can wants, is more time.
Time to stand up. Time to grow up. Time to let go…
time."
ou,
O tempo cura todas as feridas.
Tudo o que qualquer um de nós quer, é mais tempo.
Tempo para nos pormos de pé.
Tempo para crescer. Tempo para deixar ir…
tempo.
Narração de Meredith Grey no final do primeiro episódio "Time Has Come Today" III temporada de Anatomia de Grey.

4.9.08

Dr. House e Anatomia de Grey

Os médicos Italianos estão contra a falta de rigor clínico nos guiões das séries de televisão de grande êxito como «Dr. House», «Anatomia de Grey», «Serviço de Urgência» (...) e apelaram ao fim da sua transmissão.
Segundo a agência EuropaPress, os médicos consideram que aqueles programas reflectem mal as práticas médicas, exigindo por isso aos canais de televisão italianos que se abstenham de os transmitir.
A presidente da Federação Nacional de Faculdades de Medicina, Annalisa Silvestro, explicou que aquelas séries «estão a ensinar aos espectadores formas inexactas de aplicar medicina, desinformando a população», além de estarem «repletas de erros médicos e detalhes equivocados».

Fonte: iol Portugal diário, 25-08-2008 - 11:25h

Alguém pode explicar a estes palermazecos destes médicos Italianos que a Anatomia de Grey, Dr. House e outras séries de tv são obras de ficção?
E que na suspeita de tumor cerebral não vamos a correr aplicar os conhecimentos adquiridos a ver a Anatomia de Grey e o Dr. House em ratinhos? Faremos antes uma RMI (ressonância magnética intracoronária) num hospital de verdade e depois não chamamos o Dr. Derek para nos abrir a cabeça, chamamos um neurocirurgião a sério?

«estão a ensinar aos espectadores formas inexactas de aplicar medicina, desinformando a população»

Mas quem é que lhes disse que a população assiste à Anatomia de Grey para aprender medicina? Eu vejo a Anatomia de Grey (e se me tirassem a Anatomia de Grey do ar eu desafinava) nem é para ficar informada, é porque gosto do Patrick Dempsey e porque a série tem um humor e um contexto brilhantes, porque se eu quisesse aprender medicina, ia assistir às aulas da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

«aquelas séries estão repletas de erros médicos e detalhes equivocados»

Na Itália não sei, mas os Hospitais Portugueses estão repletos de "erros médicos e detalhes equivocados" e nunca ninguém se lembrou de pedir com tanta paixão que "se abstenham" disso. É que numa série de ficção sobre médicos, haverem "erros médicos e detalhes equivocados" é com' ó outro, perdoamos os actores com uma certa facilidade, já uma série de "erros médicos e detalhes equivocados" em se tratando da vida real...

Não sejam palermazecos, nós (população) não aprendemos procedimentos clínicos nem cirúrgicos exatos a ver séries como estas, já os médicos podem aprender muito com elas: a serem humanos, a tratarem os doentes com dignidade, a respeitarem o direito do utente a ser informado detalhadamente sobre a doença que lhe foi diagnosticada e sobre os procedimentos cirúrgicos a que vão ser submetidos.
Querem saber? O Dr. Derek é um neurocirurgião tão giro que eu estou farta de o ver fazer operações na Anatomia de Grey e ainda não consegui saber como é que se extrai um coágulo do cérebro como deve ser e antigamente, via o X-Files compulsivamente e não fiquei verde fluorescente por causa disso.

3.9.08

As descobertas (ou o Post do sexo no 52)

Galileo Galilei descobriu a dinâmica, Madame Curie descobriu o rádio (fonte de radioatividade), Luís Pasteur a vacina contra a raiva, Santos Dumont, o avião, Karl Benz o automóvel, um homem de 28 anos residente em Alijó descobriu que a mulher o traía com um GNR de Presandães, a Nasa descobriu uma galáxia 'baby boom' que é uma autentica fábrica de fazer estrelas, gera mais de quatro mil estrelas por ano! Thomas Edison descobriu a lampada, Bell descobriu o telefone, Luís de Camões descobriu o que é o amor que foi nada mais nada menos que a descoberta de um verbo a mais, uma vez que não lhe é atribuída nenhuma utilidade.

"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer (...)"

Isto na prática não nos leva a lado nenhum (como levam os automóveis), não serve de diagnostico como a radioatividade (raio x), não nos ilumina como a lampada, não é estrela nem vacina sequer.
Amar é um verbo e os verbos implicam movimento (muito mais que um simples movimento de vai-e-vem). Ainda por cima amar é uma ginástica altruísta que implica a abstinência do egoísmo e todos nós somos compulsivamente viciados em egoísmo (egoísmo, conveniencia, comodismo, é a mesma coisa).
Amar é ter saudades, é ter passado apenas meia hora e ter saudades e é acima de tudo desejar que a outra pessoa seja feliz, ora, o que nós desejamos durante o verbo amar não é que a outra pessoa seja feliz, isso é lá com ela, ela que se arrume, o que desejamos é que seja feliz connosco.
E os amigos que se perdem?
Amar é o melhor exercício para perder amigos.
Há uns anos atrás estava eu cheia de pressa e fiz sexo na escada do 52 da Rua dos... não interessa o nome da rua, era um prédio antigo, em Lisboa, daqueles com monta cargas (quem sabe o que é um monta cargas?), sempre tive um fascínio pelos antigos elevadores de mercadorias que coexistiam ao lado dos elevadores de passageiros, eram ambos de grades e fiz sexo (rápido, amar é ter saudades, é ter passado apenas meia hora e ter saudades, mas eu fiz sexo, a urgência foi só porque podia aparecer alguém), ninguém faz amor de pé encostado a um monta cargas, de pé encostado a um monta cargas é substantivo, comum, é tudo o que pode ser visto, agarrado ou sentido, precedido ou não de artigo, pode ser uma pedra, um caderno, um computador, um punhado de terra, um homem, o sexo é substantivo mesmo durante o movimento de vai-e-vem (substantivo abstrato; prática de acções verbais) e mesmo quando acaba, designa a existência de qualidades ou sentimentos humanos, como: saída; a existência do belo; a saudade, mas em abstrato.
No fim de semana seguinte ia a descer a calçada com a minha amiga Manuela e quando passamos à porta do 52 ela vira-se para mim e confessa-me que teve um momento de aflição ali mesmo.

manuela: - Estava tão aflita!
eu: - E foste ao 52?
manuela: - Tive vergonha de fazer aqui na rua, encostada a um carro sabes? e o 52 era o único que tinha a porta aberta.
eu: - E reparas-te no monta cargas?
manuela: - Pois foi justamente no monta cargas que fiz, estava mesmo aflita.
eu: - Eu também (sei o que isso é).
manuela: - Sabes? Não me digas que também...?
eu: - Hum, hum... Antes de ontem, mais precisamente.
manuela: - Jura!
eu: - Também estava aflita.
manuela: - Eu sei que é uma coisa horrível mas eu estava tão aflitinha, tão aflitinha para fazer chichi, se a porta do 52 não estivesse aberta eu não aguentava mais e tinha feito pelas pernas!

E foi assim que a Manuela deixou de ser a minha melhor amiga porque nesse dia, a descer a calçada descobri que amava o substantivo, tanto o comum como o abstrato, descoberta que não me levou a lado nenhum, ao contrário do raio x que me diagnosticou a espondilite, da vacina contra a raiva que me impediu de dar com um sapato na cabeça da Manuela, do automóvel que me levou a casa e da descoberta do GNR de Presandães que estava cheio de pressa para ir ter com a mulher do individuo de Alijó e não me fez o teste do balão, e porque é impossível continuar amiga de uma pessoa que faz chichi no mesmo lugar onde eu fiz verbo escaldante.

1.9.08

O meu cheiro preferido

Baunilha. Vanilla. É o meu cheio preferido. A vanilla é o fruto de uma orquídea, é uma vagem alongada que liberta um cheiro adocicado (há quem lhe chame enjoativo). As caras das bonecas que tive em criança cheiravam a vanilla. Ainda hoje persigo esse cheiro. Sempre que pego numa boneca encosto a cara ou os braços dela ao meu nariz para ver se a borracha cheira a vanilla, não cheira, à mais de vinte anos que a cara das bonecas deixou de cheirar a vanilla. Quase todas são fabricadas na China (as bonecas) e a borracha da China tem isso sim, um cheiro enjoativo.
E este post é para dizer que o meu gel de banho é de vanilla.
Ou, que quanto mais nos afastamos da natureza (nos distanciamos do dia em que nascemos) mais conforto sentimos ao chegar às coisas que nos lembram a infância.