Expulsamos fumo e ruído para o ar (que sensação libertadora esta) tudo o que conseguimos é sufocar-nos. Alargamos tudo, construímos escritórios maiores, mudamos para uma casa maior com um jardim maior, um carro maior e nunca, em lugar nenhum, podemos abrir os braços livremente, tudo o que conseguimos é não ter espaço, é sentirmo-nos gigantes.
Os gigantes nunca se espreguiçam, nem levantam a cabeça, são demasiado pesados para andar de barquinho, e seus dedos demasiado toscos para acariciar uma flor, se for um gigante com filhos não poderá correr pelo parque com as crianças nem subir às árvores.
Os gigantes (nós) vivem enlatados como sardinhas, atuns ou arenques, ou como os feijões vagem de cera em conserva do Minipreço. Um dia não vamos aguentar, levantamos a cabeça fartos e a querer respirar e furamos irremediavelmente a barreira do ozono, passamos por cima de lagos e rios e por cima do mar e transbordamos tudo, desatamos a correr e enterramos as flores, abrimos os braços e quebramos os escritórios e as casas que construímos e os icebergues, lixamo-nos, e lixamos os ursos, que até então eram gigantes maiores que nós mas estavam sossegados no seu habitat natural, desequilibram-se e caem mortalmente da partícula de gelo que já só habitavam ao pé cochinho.
E eu tenho pena, nesta história, unicamente do fim dos ursos.
Os gigantes nunca se espreguiçam, nem levantam a cabeça, são demasiado pesados para andar de barquinho, e seus dedos demasiado toscos para acariciar uma flor, se for um gigante com filhos não poderá correr pelo parque com as crianças nem subir às árvores.
Os gigantes (nós) vivem enlatados como sardinhas, atuns ou arenques, ou como os feijões vagem de cera em conserva do Minipreço. Um dia não vamos aguentar, levantamos a cabeça fartos e a querer respirar e furamos irremediavelmente a barreira do ozono, passamos por cima de lagos e rios e por cima do mar e transbordamos tudo, desatamos a correr e enterramos as flores, abrimos os braços e quebramos os escritórios e as casas que construímos e os icebergues, lixamo-nos, e lixamos os ursos, que até então eram gigantes maiores que nós mas estavam sossegados no seu habitat natural, desequilibram-se e caem mortalmente da partícula de gelo que já só habitavam ao pé cochinho.
E eu tenho pena, nesta história, unicamente do fim dos ursos.
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30 comentários:
Final doloroso. Depois de ferido com a imagem que criaste do urso apoiado com um pé numa partícula de gelo, ainda vi o vídeo e fiquei deprimido. Já há muito pouco a fazer para remediar ainda assim continuamos a contribuir aceleradamente para o aquecimento global do planeta antecipando o fim… O Post por acaso está genial (a analogia do gigante, as metáforas, não sei como conseguiste).
A metáfora/ analogia do gigante está fantástica, já criaste tantos gigantes imaginários e personagens fantásticas, mas este não é uma invenção tua, o monstro existe (somos nós) e não é tudo extraido da tua imaginação, isso é assustador.
A parte boa é que conseguiste pôr e conseguirás pôr, uma data de cabeças a ler-te e a verem o anúncio e a ficarem sensíveis.
Sou sensível a uma qualquer metáfora tua, a do gigante parece-me bem, a história imaginada também, quanto à analogia com o aquecimento global sou céptico. Os media e as organizações anti-poluição é que inventaram o “apocalipse” do aquecimento central, nada de cientifico prova que o CO2 e outros gases com efeito de estufa estejam a fazer desaparecer o Antárctico ou a derreter o gelo na Gronelândia.
Também há um vídeo sobre caçadores infatigáveis, esse sim assustador, e determina o fim dos ursos.
david
Ainda bem que a ciência da climatologia é uma coisa e as organizações anti-poluição são outra e eu assim posso fazer uma pausa na leitura (estou a ler as "Vinhas da Ira" de John Steinbeck) e vir aqui fumar um cigarrinho (que sensação libertadora esta).
David: Mas as campanhas de sensibilização (como esta do filme) não precisam necessariamente de vir acompanhadas de estudos científicos, toda a gente reconhece que o aquecimento global existe, que o lixo que o homem faz até alterações climáticas graves origina. O homem vive constantemente com falta de espaço e ocupa o território das outras espécies e enquanto as outras espécies o fazem sob o instinto da sobrevivência o homem não, porque para viver não precisava de se "agigantar" e estar-se nas tintas para o urso que já só tem um quadradinho de gelo para morar onde só cabe um pé de cada vez.
Concordo que essa coisa do Carbono já esteve pior e que as alternativas aos combustíveis fósseis é tudo menos preocupação ambiental, estamos sim a esgotar as reservas de petróleo, de gás e de carvão e se com o efeito deles morreremos sufocados em 2100 sem eles também não podemos viver (vai dar ao mesmo).
Não se trata aqui de “apocalipse do século”, não sou dos "media" nem rapariga alarmada, mas, é preciso vir um cientista em climatologia para explicar isto? Acho que não.
Rainha reles: “As Vinhas da Ira" é um romance sobre a dignidade humana que é aquela coisa que sabes que me fascina. As grandes planícies do Texas foram devastadas por tempestades de areia que causaram um gigantesco desastre ecológico e contribuiram para o fenómeno da Grande Depressão, milhares de americanos ficaram sem casa, deu-se o êxodo de muitos deles para a Califórnia.
"As vinhas da ira" não podia ter vindo mais a propósito.
O cigarrinho é que... enfim. Com tanto post que há neste blogue para fumar, neste até parece mal.
Alex: textos geniais, fora da silly season, só mesmo por acaso.
Pronto, agora as pessoas vão pensar que estamos zangados porque discutimos por causa do aquecimento global.
david
Não me envies é o vídeo dos caçadores infatigáveis que eu aterrorizada fico pior que zangada.
Tenho o hábito de plantar árvores para salvar o teu urso.
(Uma árvore madura absorve centenas de quilos de CO2 por ano, e absorve-o por tempo indefinido nas fibras da madeira).
A "silly season" não dá só no Verão? Devem ser efeitos do aquecimento global do planeta...
Eu sei do teu hábito, eu sei que sim.
Em relação à silly season é, devem ser efeitos do AG.
Especialmente aqui no Brasil, o aumento do nível do mar provocará graves alterações nas regiões pantanosas (floresta amazônica) e com Deltas (aquele paraíso de mata, mangues, rios lânguidos, o mar e as dunas), há 3 Deltas no mundo que são o paraíso na terra: o do Mecong (Vietname na Ásia), o do Rio Nilo (Egito na África) e o maravilhoso Delta do rio Parnaíba, Brasil. É só para lembrar que o paraíso existe, se sonhamos com ele, deveríamos lutar por ele.
O anuncio está fantástico, a analogia do homem e do urso é inteligente, eu adoro publicidade inteligente.
Ema: Tu deverias ter um editorial no "Folha de São Paulo", não aqui neste blogue, este blogue é pequeno para ti minha querida, demasiado pequeno para todos aliás, os outros deveriam ter um artigo de opinião no publico.pt em vez de comentadores daqui.
Ora essa, é sempre um prazer comentar num pequeno feed com tanto de lascivo como de maternal, até porque a causa é nobre: contribuir para a sobrevivência de um pequeno feed no meio de gigantes intelectuais (cientistas!)
Ah pois, quando os gigantes intelectuais se esticam eu fico para aqui no blogue com falta d’ ar e ao pé cochinho (porque isto fica mesmo diminuido), nem sei como é que este blogue se tem aguentado (em vias de extinção, mas tem-se aguentado), vocês à semelhança das organizações não governamentais é que me têm valido, porque eles produzem mesmo grandes quantidades de CO2!
Naaaa. Estou muito bem aqui.
Publico ponto quê?
Aqui faço figura de Urso (polar) no sentido de que isto é pequeno, só me cabe uma pequena partícula de gelo do tamanho do sapato e tenho que comentar ao pé cochinho, noutro sítio faria apenas figura de Urso.
david
Um artigo no Publicopontopêtê... hum... mm... sobre o Freeport, as taxas de juro do BCE, o G-20, ou até mesmo sobre a entorse no joelho esquerdo do médio do benfica.
Eu é mais bolos.
I hate this feed, full of miserable post's, I don’t miss you (I think I hate you too), I don’t care about global warming,.. eu não percebo.. hoje é dia das mentiras aí (aaah mentir! sensação libertadora esta) e vocês vêm aqui e não mentem
O novo troço da Routte 66 vai passar na Amadora Este.
Califórnia segue segue, passa aquele Motel muito conhecido no Arizona, segue, bombas de gasolina do Novo México, Texas por aí a fora, o Mc Donald’s do Missouri vai aparecer à direita, segue e depois em vez de virar para Chicago é em frente vai dar à Amadora Este. É uma espécie de Crel (circular regional externa) já não era sem tempo.
O aeroporto de Xangai vai ser demolido.
Ai que já não é 1 de Abril, caneco, já não fui a tempo, mas aquilo também não era uma mentira era mais um pesadelo.
"sensação libertadora" não é? Amanhã sufocarás.
(é o que diz o post)
David: Dificilmente (farias má figura)
RainhaReles: Shanghai Airport é um dos paraísos na terra, era um pesadelo.
João Ayres: Com a verdade me enganas..
Em vez de uma "calculadora de carbono" podes pôr uma "calculadora de endorfinas"? A ver se eu consigo poupar quilos por ano porque há aqui um comentador que me faz libertar imensas.
Não me parece que haja algum estudo científico que comprove que a libertação de endorfinas contribua para o aquecimento global do planeta.
Não precisas de calculadora (precisas de redbull).
LOOOL! Pois preciso, preciso de asas.
Quem diz asas diz barbatanas.
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