oreinabarriga

este blogue está protegido pelos direitos de autor © todos os direitos reservados ao autor designado como carmina burana. a cópia não autorizada de conteúdos de propriedade intelectual e criativa protegidos pelos direitos de autor é ilícita e pode fazê-lo incorrer a si em processos civis e criminais ao abrigo da lei 16/2008 de 1 de abril.







este blogue tem Livro de Exclamações

15.7.08

E agora o Post do Casamento

Atravessei a nave central. Arrastava comigo um penoso véu, uma cauda crua imensa e uma criatura trajada de anjo. Para trás ficava um exercito de pessoas e os seus murmúrios. Um exercito de pessoas por baixo de caricatos chapéus.
(Queria livrar-me do braço apertado ao meu braço)
As rugas fundas do abade, estavam cada vez mais próximas, mais fundas (e o braço, cada vez mais apertado ao meu braço).
Os olhos azuis do abade, misericordiosos, cada vez mais azuis, cada vez mais misericordiosos e o braço que não folgava o meu.
Caí de joelhos num manto de veludo e tinha o nó do cabelo a desfazer-se. Olhei a cruz e um Deus humilhado (com a cabeça muito direita e hirta para não acabar de desfazer o nó do cabelo). A mão do Eduardo procurava a minha. Devia ser quente e pegajosa. Comecei a bater com as biqueiras dos sapatos uma na outra. O abade, em monólogo teatral. Os murmúrios suspensos e aquela mão quente e pegajosa a derreter a minha.
- Sim, sim! Já disse que sim, não me beijes mais.
Atravessamos a nave central. A claridade do sol, passou de um rectângulo com raios luminosos a abranger totalmente as nossas cabeças e as pétalas de flores também e o arroz à mão cheia.
No copo d’ água, o exercito de pessoas a fazer ruídos metálicos e os lábios dele outra vez impiedosos em cima dos meus.
A minha mãe de olhos cor do manto de veludo, o meu pai com eles emocionados (certamente como no dia em que me viu pela primeira vez). Abracei-me aos dois (precisava desmaiar urgentemente)
No quarto do hotel, eu escovava os cabelos e o Eduardo por trás de mim começou a desapertar os botões minúsculos do vestido. Eu continuei a escovar os cabelos e ele a desapertar os botões, um a um, com uma minúcia paciente. Comecei a abrir e a fechar prendas e ele ainda a desapertar o vestido. Comecei a abrir e a fechar a boca e ele ainda à altura da minha nuca...
Finalmente rasgou-o até ao fim! Finalmente o som do pano a rasgar.
Finalmente o meu peito desapertado e ele, a pegar na minha mão, com as dele (quentes e pegajosas) e a pedir desculpa.

35 comentários:

Carmina Burana disse...

Um Post literário. Está bem assim easy guy?
It is enough for you?

João Ayres disse...

Yes my dear, it's enough for me, your talent is more than I could expect.
Do more (Posts like that) I need your talent more than your feed

Rainha Reles disse...

Quem era o noivo sininho? Para teres casado assim tão contrariadita?

Carmina Burana disse...

Não era ninguém. Isto é um Post literário! Li-te-rá-ri-o.
Tem apenas uma função estética.
Texto literário: conotativo (liberdades poéticas)
Texto não literário: denotativo (palavras em "estado de dicionário")

Rainha Reles disse...

Ah pois é!
Tinha-me esquecido do literario.

Rainha Reles disse...

Eu até à bem pouco tempo achava que a língua Italiana era a mais sensual (mais precisamente até às 14:41 horas d' hoje)

Becas disse...

Eu até pensei que o noivo (no sentido conotativo) fosse o João Ayres quando tem aqueles ataques de ... timidez? Quando está mais sensível. E que se tivesse esquecido de lavar as mãos.

João Ayres disse...

Enganaste-te Becas eu neste Post faço de padre (abade), sou o dos "olhos azuis misericordiosos"

Carmina Burana disse...

Matas-me com o teu olhar, perdão, sentido de humor.

Gema disse...

Se fosses tu rasgavas não era João?

Carmina Burana disse...

Não tens vergonha Rainha reles? a meteres-te com um padre (abade)...

Rainha Reles disse...

Nenhuma. Estou a meter-me no sentido conotativo (liberdades poéticas).

João Ayres disse...

"Se fosses tu rasgavas não era João?"
Re: se fosse eu fazia tudo sem tocar no vestido (sou um anjo)

Carmina Burana disse...

Anjinho

João Ayres disse...

sou um anjinho. vivo na cidade dos anjos e tudo

Carmina Burana disse...

Eu já li o disparate que escreveste no post "Agrupador (leitor) de Feeds" já, I'm watching you João Ayres.

João Ayres disse...

How Do I look Today?

João Ayres disse...

I'm attractive?

Carmina Burana disse...

You are too flirty today.

João Ayres disse...

too flirty?

João Ayres disse...

I'm a little bit shy

João Ayres disse...

That's what I am

Carmina Burana disse...

Yes, you are a little bit shy and you are easy and you are a well-behaved boy... ... ...
Don't play whit me João Ayres!!

João Ayres disse...

I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don't you like me?
Why don't you like me?

João Ayres disse...

(Getting angry doesn't solve anything)

João Ayres disse...

I must go back to work, you also. But you have to work until 5:30PM to compensate this conversation, don't you?

João Ayres disse...

goodbye my little

Carmina Burana disse...

GRRRRRRRRRRRRR!!

Gema disse...

Eu fiz-te uma pergunta meu lindo(João Ayres): " Se fosses tu rasgavas (o vestido) não era João?"
e tu respondes que "se fosse eu fazia tudo sem tocar no vestido (sou um anjo)" e
"neste Post faço de padre (abade) sou o dos olhos azuis misericordiosos" e blá, blá, blá... e eu vou ao Post
do "Agrupador (leitor) de Feeds" e deparo-me com... aque... aqui... ó meu lindo, vais levar poucas vais (da manuela)

Gema disse...

Eu parece que já a estou a ouvir...

Gema disse...

Filho...

Gema disse...

... tu não nasces-te mesmo para padre (abade)

Gema disse...

:)

Gema disse...

Já tinha saudades disto.

Gema disse...

Sou mesmo uma manteiga no verão pá...