O Miguel ontem destapou uma e experimentou riscar a palma da mão, depois olhou para o rabisco de tinta azul (disse o pai), o lábio de baixo sobrepôs-se ao de cima e o queixinho começou a tremer, a tremer, deixou a caneta escorregar para o chão, com mágoa, como coisa malvada e desatou a correr para o meu colo (íamos caindo os dois no chão da casa de banho).
- O que foi filhinho? O que são esses olhos cheios de lágrimas? São por causa de um risco? Mostra à mãe.
E o Miguel mostrou o rabisco na palma da mão.
- Não chores filho, a mãe não ralha e a tinta sai com sabão, anda, vamos buscar a caneta que a mamã desse risco vai fazer um coração! Queres?
- Xim.
Apanhamos a caneta do chão, o pai fez também um desenho na palma da mão e a mãe, do rabisco do Miguel, fez um coração e abriu-se um sorrido descansado.
- É o coração da mãe?
- É filho, o coração da mãe está na palma da tua mão!
- Que bunito…
- Agora vamos lavar, vai ficar limpinho, vais ver!
Querem saber como sai a tinta de esferográfica da pele? A tinta de esferográfica da pele sai com beijinhos.
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