oreinabarriga

este blogue está protegido pelos direitos de autor © todos os direitos reservados ao autor designado como carmina burana. a cópia não autorizada de conteúdos de propriedade intelectual e criativa protegidos pelos direitos de autor é ilícita e pode fazê-lo incorrer a si em processos civis e criminais ao abrigo da lei 16/2008 de 1 de abril.







este blogue tem Livro de Exclamações

25.9.08

Amor, a mais suportável de todas as dores

"O amor implica sofrimento, inevitavelmente, uma dor proporcional à intensidade com que se ama. há pessoas que sofrem mais outras menos uma dor igual. é uma questão de sensibilidade à dor. há pessoas mais intensas outras menos intensas num amor à mesma escala. passar por sofrer é inevitável em ambos os casos. é humano que tentemos não lhe dar muita confiança (ao amor). "
João Ayres no Post "Voltar a escrever" 8-09-2008

Amar é humano e implica “passar por sofrer”, ninguém quer sofrer, porque ninguém gosta, por isso dominamos os nossos sentimentos, que não é amar mas também não é padecer de cancro do coração. Eu sou boa amante, até porque todas as coisas que amo, menos uma e tirando os livros, não se levam para a cama. Não levar para a cama aquilo que se ama é amar generosamente e em absoluto. E eu sou generosa, intensa? Eu também não gosto de me auto flagelar, mas sofrer por amor não é mau e tem vantagens a considerar. De todas as coisas pelas quais já sofri, picadas de insectos, a morte de alguém querido, o medo, o parto, sofrer por amor é a mais suportável de todas e se for um sofrimento correspondido então, chega a ser uma dor agradável, simpática e encantadora.
Nós sofremos por amor e os olhos transpiram, um olhar transpirado é das coisas mais lascivas que conheço. Sofremos e a música (qualquer merdita de música) ganha uma sonoridade magnífica e a letra da música até foi escrita para nós, por acaso.
Sofremos e andamos na lua que é a aspiração milionária de muita gente, sofremos e perdemos o sono que é aquela coisa medonha, chata, que nos dá nas horas mais inapropriadas, que nos faz perder as melhores séries da televisão que dão depois da 1 da manha, que nos faz ter acidentes de viação, embater contra as portas, praguejar, não querer ir trabalhar... Sofremos e temos mais tempo para as coisas boas. E o olfacto? Apuradíssimo como se tivéssemos que farejar até encontrar o cheiro que nos faz lembrar. Sofremos e é a melhor altura para ir à perfumaria e acertar no frasco. Sofremos e ficamos fáceis que é meio caminho andado para encontrar um novo amor e nada melhor para curar um amor que outro, porque não há amor como o último. Sofremos e ficamos humanos que é a única coisa decente que nos distingue dos seres das outras espécies.
É portanto perdoável não querer amar, e uma grande parvoíce não querer amar porque inevitavelmente nos fará sofrer.
Carmina b. in "Voltar a escrever" 8-09-2008

Sem comentários: