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9.4.08

Agressão a professores

Ultimamente muitas agressões de alunos a professores se têm gravado (via telemóvel), muito se tem discutido e publicado sobre o assunto e este Post vem a propósito de cobardia.
O meu pai e a minha mãe foram alunos há 60 anos atrás. Há 60 anos atrás havia a palmatória e uma senhora que era senhora professora e bastava-lhe isso, ser senhora professora para manter os meninos em sentido. Amedrontados. Acanhados e infelizes. Sem vontade de aprender coisa nenhuma apesar dos livros terem bonecos e textos encantados e com pavor de irem para a escola. Não havia telemóveis. Se os houvesse muitos vídeos estariam a circular no you tube a mostrarem meninos e meninas, com menos de meio metro, enfiados dentro de umas batinhas colegiais, com fome, cheios de bolhas e calos nas mãos, sangue por vezes, a levarem reguadas fortíssimas como disparos de chicote no tempo da escravatura (e sempre que fugissem com a mão à palmatória, levavam mais), haveria registo de uma senhora professora que não devia ser mãe nem nada, nunca sorria porque não tinha sequer sentido de humor, tal como os telemóveis e as play stations, não havia sentido de humor há 60 anos, se havia não entrava numa sala de aula, sob nenhum pretexto ou contexto.
O meu pai conta muita vezes a história de um colega de carteira que um dia fez uma composição sobre animais da quinta, o colega escolheu os coelhos e a composição começava assim (o começo o meu pai sabe contar, o meio e o final da composição não sabe ninguém pois o menino nunca chegou a ler o resto...)
" Há coelhos de todas as cores, azuis, amarelos, verdes..."
A professora não subentendeu uma enorme criatividade naquelas palavras, a professora que não era mãe nem nada, não sabia que os coelhos são de facto de todas as cores porque a cabeça de uma criança é uma palete de cores incrível, e quando lhes pedimos para fazer um trabalho o mais certo é que elas pintem o mundo como o vêem, a professora subentendeu antes que o menino não podia pintar o mundo à sua maneira, muito menos coelhos e deu-lhe com um ponteiro de madeira no alto do cocuruto e nos ouvidos até já não lhe apetecer mais gastar energia com maus tratos a menores e devia ter sido processada, condenada (isto a haverem telemóveis há 60 anos atrás) por ter causado sucessivas otites a uma criança que hoje é um homem praticamente surdo sem necessidade nenhuma. E por ainda hoje o meu pai chorar (um homem com 70 anos) quando me conta isto.
Aos meninos e meninas que hoje em dia agridem professores, aos meninos e meninas que atendem telemóveis durante a aula e jogam game boy em vez de olhar para o quadro e batem nos professores, vão de encontro a eles, gozam com eles, portam-se como macaquinhos com doenças do foro psiquiátrico, chamam os paizinhos, fazem esperas, empunham canivetes, vocês são uns cobardes! Uns merdas! Vocês deviam ter andado na escola há 60 anos, ou há 50 ou há 40 ou no meu tempo há 30, vocês deviam ter tido a Professora Maria da Encarnação e queria ver se mostravam valentia alguma.
Merdas. Merdas são o que vocês são. Por causa da porcaria de um telemóvel.

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