Isso da "Falta de diálogo entre casais considerada principal causa de violência", "Falta de comunicação é o problema mais sério entre casais", "A falta de diálogo conduz ao divórcio", é treta, peta, intriga, conluio, é tudo mentira, uma grande intrujice, "A falta de diálogo revela imaturidade do casal", não revela nada, revela bom-senso. Eu já várias vezes improvisei o diálogo e saí-me mal.
- Querido, vis-te aquela reportagem da menina ambliope que deu ontem na SIC?
- Eu não te disse já que não gosto de lençóis de flanela!
- Existe Ligação entre a Maçonaria e outras Sociedades de Cunho Filósofico, Religioso ou Esotérico?
- Olha, por falar em ligação, toma lá a factura da Clix e vai pagar amanhã no multibanco que acaba o prazo.
Conversas são para ter com os amigos, com os colegas de trabalho e com os vizinhos, com o cônjuge o mínimo. Dos mínimos.
- Hoje estou com má cara não estou?
O vizinho diria: - Ora essa, não está nada.
O Cônjuge dirá: - Péssima.
- Amanhã vais outra vez à bola?
O amigo responderia:
- Pá se tu fores, eu é na boa.
O cônjuge dirá: - Não, vou ficar no escritório a fazer horas extras mais a estagiária nova.
- Este vestido parece que encolheu...
O colega de trabalho diria: - Pois assenta-lhe como uma luva.
O cônjuge dirá: - Não, tu é que alargas-te.
Quais diálogo quais carapuça. Com tanta coisa que um casal, se quiser, arranja para se entreter um com o outro, vinte anos, vai por-se a conversar? Para quê? Para armar chatice? Para se habilitar? O tanas!
Guardem mas é o diálogo para a velhice que é a parte mais cómica do casamento, pois todas as conversas de surdos têm piada e não vão em cantigas...
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