O Brasileiro foi dos três o mais original, como já vem sendo apanágio, nunca me esquecerei do Brasileiro bonito que quando me viu passar no largo da Princesa fez alusão a um reclame de tv que passava na altura às pastilhas Chicletes onde um rapaz perguntava: "Qué distraí sua boca? Pega uma chiclete da caixinha..." e daí o Brasileiro disse para mim: "Ei princesinha, qué distraí sua boca?" Um dia ainda ganho traquejo e quando encontrar outra vez o Joaquim na FNAC do Colombo ou o Paulo Pires no Teatro Aberto cá vai disto. Qué distraí sua boca? (Pode ser que eles se lembrem do reclame... é claro)
O Brasileiro foi de novo o mais original (êta povo original, criativo, caloroso e amigo)
-“Olha qui coisa maiz liiinda! Dá uma voutchinha prá mim, dá?” - Piropou distraído, com a biqueira dos ténis apontados à bomba mas o resto do corpo em sentido contrário, a apontar para mim, com um sorriso todo grandgi (deve ter atestado até ao gargalo). Obrigada irmão. E desculpa lá não ter andado às voutchinhas só para te agradar mas palavra d' honra que ontem estava mesmo derreada das cruzes (eles a pensar que era o meu andar sexy, antes fosse). O outro devia ser Espanhol porque à parte de deitar o piropo ao mesmo tempo que abanava só os ombros, bamboleava as omoplatas, não sei se estão a ver, queria deitar a manápola, eu é que tropecei no tubo do ar por duas vezes e ele não me deitou a mão. O terceiro ía a sair da bomba mas Oláááááá- espera-que- isto-promete e toca de imobilizar a viatura atrás da minha e ali ficou a apreciar os meus modos de meter 2.2 bares de pressão de ar em cada pneu, com uma mini-saia de ganga enfiada por mim a baixo (é sempre assim, quando se me esvaziam os pneus estou de mini-saia, é preciso ter sorte).
Um piropo é uma coisa que só se pode agradecer já um gajo (uma gaja, neste caso) vai longe e de preferência através do blogue porque nunca na vidinha deles vão adivinhar que eu lhes agradeci a gentileza, a cortesia, o miminho, numa coisa que se chama oreinabarriga tudo pegado ao post 475.
O meu marido é que é engraçado. Dos dois primeiros comentou Naaaa, eles ali era para meter gasolina e tal e do terceiro:
"- O homem queria era meter ar nos pneus e estava à tua espera." (como quem diz, qual piropo qual quê! Tu não vês que estavas mas era a demorar? A estorvar?)
Agora, sempre que o meu marido me telefonar para o emprego a dizer assim:
"- Querida, vai meter gasolina nas Bombas da Galp de Alfornelos que dá para descontar o talão do Continente e dão-te outro para descontar… blá, blá, blá…. "
Eu respondo:
"- Ó querido, está descansado, vou assim que sair do trabalho lá direitinha."
E como quem não quer a coisa, passo antes por casa, dispo as calças, visto a mini-saia, esvazio um ou dois pneus do carro e com sorte, hei-de estar boa das cruzes para ir à Bomba.
Mais uma vez um grande bem há-ja aos três. E já agora agradeço também à
Galp
Continente, Hipermercados
Tiago Almeida (que faz do amigo neste episódio)
H&M (patrocinador da minha mini-saia)
e ao Brasil, no geral.