Ninguém se expressa da mesma maneira. Durante os ensaios tudo o que não soa a natural e espontâneo, é corrigido tantas e tantas vezes, e de todas elas com uma espécie de raiva, até as falas atingirem credibilidade e realismo. De vez em quando o professor perde a veia (só para descontrair, até porque há quem chore a ache que não é capaz)
- I'm sorry you don't do anything to seduce me! How is that possible? I' m so easy…
Para laura (Nora):
Há falas que já sei de cor. Gosto de Ibsen (pouco mais que Peer Gynt, mas gosto), gosto de teatro (não sabes tu outra coisa), gosto muito mais de ti. Que posso dizer mais (aqui?). Que cada vez que olho para o vídeo tenho uma vontade enorme de entrar por ele a dentro e interromper uma aula tua? Para te dizer que tenho orgulho (temos todos), tu transpiras talento e força, és exuberante, e dominas (tudo), inteiramente e que aqui é apenas o lugar mais bonito que tu conheces.
Henrik Ibsen - "Casa de Bonecas" - Cena Final
HELMER - Que estás para aí a dizer?NORA - Deixa-me estar só, para me avaliar a mim e a tudo o que
me rodeia. Não posso continuar a viver contigo! Esta noite fico em casa da
Kristina.HELMER – Proíbo-te! Mas tu estás louca?NORA - De agora em diante não me proíbes mais nada. Levo tudo
o que me pertence. De ti não quero nada, nada, nem agora, nem nunca mais.HELMER – Mas o que é te deu?
NORA - Amanhã parto para
casa... quer dizer, para o lugar onde nasci... lá encontrarei mais facilmente um
trabalho.HELMER – Criatura cega e inexperiente.NORA - Tenho que fazer o possível para adquirir
experiência.
HELMER – Abandonar o lar, o marido, os teus filhos! Não
pensas naquilo que vão dizer as pessoas?NORA - Não posso pensar nisso. Sei unicamente que para mim,
isto, é indispensável.HELMER – Serias capaz de negar a tal ponto os teus deveres
mais sagrados?NORA - E quais são meus deveres mais sagrados, no teu
parecer?HELMER – Não serão os que tens para com o teu marido, os teus
filhos?NORA - Tenho outros tão sagrados como esses.HELMER – E quais poderão ser?NORA - Os meus, para comigo mesma.HELMER – Antes de mais nada és esposa e és mãe!NORA - Já não creio nisso. Creio que antes de mais nada sou
um ser humano, tanto quanto tu... ou pelo menos, devo tentar vir a sê-lo. Sei que
a maioria te dará razão. Torvald. E que essas ideias também estão impressas nos
livros. Eu porém já não posso pensar pelo que diz a maioria nem pelo que se
imprime nos livros. Preciso reflectir sobre as coisas por mim mesma e tentar
compreendê-las.HELMER – Pareces uma criança a falar. Não percebes nada da
sociedade em que vivemos!NORA - Não, nada. Mas quero chegar a entender e certificar-me
de qual de nós tem razão: se a sociedade ou eu.HELMER – Estás doente! Convenço-me que perdes-te o
juízo.NORA - Sinto-me esta noite mais lúcida e mais segura de mim
do que jamais me senti...(A Doll's House foi escrita pelo dramaturgo Norueguês em 1897 Ibsen mostra o que pode estar por de trás de belas fachadas: duplicidade moral, isolamento, obediência, traição e uma constante insegurança. 1897 (parece que foi ontem não parece?)
9 comentários:
Are you trying to seduce me?
I was able?
You went so far... Why? I'm easy.
D'ont leave, but I have to answer this call, desculpa
É a Drew? Ou o Justin Long?
A Drew vai casar (acho que pela 3ª ou 4 vez! Muito casa aquela miuda)
ainda casa contigo
Poe lá isso no masculino
Foi boa a viagem?
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