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20.5.05

Mudanças

Ontem voltei a ouvir o coração do meu filho. Continua a bater a 140 pulsações por minuto.
Já não tenho a ansiedade dos primeiros meses porque sinto todos os movimentos e chega a ser visivel o agitar das águas dentro da minha barriga quando ele se mexe. Nesses momentos, fico a comtemplar as formas dele às voltas por baixo da minha pele. É tudo tão mágico. E tranquilizante... se ele se mexe é porque está bem, é porque está lá... é porque o coraçãozinho dele bate, naturalmente.
Tenho o rei na barriga e toda a vaidade. Não engordei mais do que o peso do meu filho e seus meios aquáticos. Não visto roupa de grávida (os uniformes!), estou uma uma grávida bonita! Não enjoo comidas, nem cheiros nem ambientes, não tenho azia (continuo sem saber o que é esse desconforto na garganta), não tenho mais nem menos apetite que antes de engravidar e o cansaço que sinto é porque já não há posições confortáveis para eu me aninhar, durmo mal e porque todo o tempo é pouco para todas as tarefas que me cabem.
A ansiedade do tempo a esgotar-se tem tomado conta de mim apesar das mil maravilhas que tenho passado.
Não sei se o pai já compreendeu que não quero sair cá de casa, não me apetece ir para a Sertã, nem para lugar nenhum. Trabalho muito e todos os dias, apetece-me ficar de molho aos fins de semana e nos feriados que por esta altura estão todos no calendário só para eu ter que me chatear com o pai que está claustrofóbico, este ano não vai de férias para lado nenhum por causa do bebézinho e está farto de passar os fins-de-semana em casa!
De vez em quando choro uma lágrima cá para mim, que deslisa sem incomodar ninguém. Preciso urgentemente que entendam isto: Neste fim de semana que está para chegar, no próximo estúpido feriado que vier eu não estou para ninguém! Deixem-me descansar sózinha mais o meu filho, não quero sair daqui, não quero ir para lado nenhum, não quero fazer outra mala que não seja a que hei-de levar à maternidade. Não tenho muito tempo e quero criar o mundo do meu filho, pintar, blogar, engomar as últimas roupinhas, pintar o varão dos cortinados, isto não são horas de contrariar uma pessoa grávida!
Ás vezes sinto um medo breve que logo espanto, uma solidão que logo afasto (as grávidas nunca estão sózinhas). Sinto uma fragilidade como se estivesse a vergar-me porque não posso com o mundo todo em cima dos ombros.
Felismente a caminha e a cómoda vão chegar já na segunda-feira!
Hoje, quando chegar a casa vou pintar o varão dos cortinados. Hoje é que é.
Quando o meu filho nascer será igualmente assim: um intenso cansaço e uma imensa felicidade!
Que turbilhão!! São as mudanças... Mudanças no quarto do meu filho e por dentro de mim.

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