oreinabarriga

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este blogue tem Livro de Exclamações

30.5.05

8 meses

O quadro do circo


Nas sobras do tempo pintei mais um quadro para o quarto do meu filho.
Inspirei-me nos desenhos do Circo da BebéConfort que vão aconchegar o Miguel dentro em breve. Não ficou mal pois não? E cá está a barra com uns bonecos muito engraçados prontos para irem para a caminha que a mamã e o papá colaram na parede.
Gosto do quartinho do meu filho. Ainda bem que lá que vou ficar a dormir também...

Voltar atrás

Tenho na mão o relatório da última ecografia. Às 35 semanas de gestação, pesa 2.350 kg e mede 41 cm's. Já me rodeei de livros e revistas onde constam o peso e as medidas de um "cocó de formiga" às 35 semanas de gestação. Estou ansiosa por conhecê-lo. O nervoso miúdinho repete ao meu ouvido que um parto é coisa para doer muito e eu repito para mim mesma que não quero fazer nenhum chinfrim, doa o que doer, vou esforçar-me para me controlar.
Volto atrás aos primeiros Post's do Blog, escolhi Tenho o rei na barriga como título para o primeiro Post. Tinha a intuição que esperava por um filho. Por um rapazinho. Quando era pequena nunca soube escolher entre querer um mano ou uma mana, na minha gravidez nunca soube dizer se queria ter um filho ou uma filha 8os filhos não têm sexo) apenas não tive que mudar o nome ao blog, nem substituir meu filho por minha filha e fiquei tão feliz!
A minha barriga de três meses de grávida, uma meia lua, um satélite pequeno, tão pouco saliente e eu por essa altura já a exibia como faço hoje que parece que engoli o plutão. A ansiedade que eu sentia a fazer o calendário andar para trás, "há vinte dias que não passa uma semana" desabafava eu para o papelinho colado na porta do frigorífico com a data da ecografia, "se podemos comprar um frigorífico porque não se vendem máquinas de ultra sons?"
A Euforia do Euro 2004 realizado em Portugal, a nossa selecção de futebol na final, guardarei na memória para sempre que todas as janelas de todas as ruas e todos os carros e em todos os lugares havia uma bandeira de Portugal! Somos um país envergonhado, complexado, cheio de chicos-espertos, pouco mais que um país envergonhado, complexado, com a mania da pequenez, com a melancolia do fado atrás, mas a terra tremeu de certo com os pulos que demos aqui no quarteirão. É pena esta euforia toda, este orgulho de ser, este patriotismo só se manisfestar quando se trata de bola, mas enfim, isso é outra história.
Depois a tragédia do Tsunami que me custou horrores assistir, principalmente porque tinha medo de perder o meu filho e tantas mães perderam os seus filhos...
Na passagem d' Ano no Hard Rock Café em Lisboa pulei e dancei toda a noite até de madrugada e senti-me sempre muito bem, não tomamos a opção mais tranquila mas ainda hoje creio que o meu filho curtiu a passagem do ano 2004 para 2005 tanto como eu. Quem disse que uma grávida não pode dançar e pular, divertir-se, cometer alguns excessos? Uma gravidez normal é uma dádiva, há que aproveitá-la e deitar para trás das costas alguns comentários e livrarmo-nos das preocupações constantes.
À medida que os dias do calendário iam ficando efectivamente para trás e as ecografias se juntavam uma à outra, a primeira cambalhota do meu filho que eu senti e as outras todas que se seguiram, eu ia finalmente atingindo a segurança tão desejada. A fase mais tranquila da minha gravidez começou sem dúvida por volta das 27 semanas porque comecei a sentir vivamente os movimentos do meu filho. Quando queria saber dele, esperava, e se um pontapézinho tardava eu esticava-me no sofá de papo para o ar e não demorava nada, estávamos os dois a brincar juntos outra vez! Já não precisava barafustar com as folhas do calendário, esperar pela próxima ecografia e pelas consultas no posto médico para ouvir o coraçãozinho do meu filho a bater, e é assim hoje, carregá-lo é quase como tê-lo no colo, só faltam os sons, o choro, a risada, o palrar, só falta um bocadinho mais de grávida para poder olhar para ele, contemplar cada pedacinho de bochecha, de pezinho... cá fora temos tanto para brincar e descobrir juntos! Vou ter tanto para escrever, para blogar!
Aproxima-se a hora do parto. A hora de todas as dores. Vou chorar cada uma delas, vou chorar quando te vir pela primeira vez mais do que nas dores, vou dar-te o meu peito, os meus braços a minha vida e o futuro. Vou trazer-te para casa, vais abrir os olhos e os quadros que pintei para ti são sombras ou nem isso e os brinquedos podiam não existir, vais depender de mim e eu de ti.
Vamos conseguir sobreviver? Tu muito indefeso, eu muito aselha? Podemos sempre contar com a ajuda do pai, aquele que passa a vida a encostar-se à minha barriga e fala lá para dentro como se isto fosse um altifalante: É o pai! É o pai!
Vou aproveitar para apertar a mão dele (do pai) com força, talvez consiga dar-lhe até uma dentada e vingar-me das eco-grafias onde ele não esteve, mas de certo estará nos momentos em que realmente precisar-mos dele. Bem sei que a maior dor há-de ser sempre a da mãe, o maior esforço, a maior culpa, a cobrança de permanente disponibilidade (nunca uma mãe poderá ficar ausente, nunca lhe será perdoado o facto de pensar em outra coisa qualquer primeiro, como a profissão, um compromisso, uma conversa com uma amiga, qualquer coisa que não seja o seu filho), se um pai não muda uma fralda ou se esquece de dar um biberon pode até em conversa, ser um episódio com graça, se uma mãe cometer o mesmo esquecimento é logo apelidada de má mãe, cabe à mãe a maior das responsabilidades, a maior força de braços e a passada mais comprida, mas se a felicidade tiver tamanho, caberá à mãe a parte maior? Parecia-me justo...



P.S.: Toda a gratidão pelos bons momentos sobretudo a imensa felicidade que trouxe à minha vida a minha gravidez, vai para o meu pai e para a minha mãe. É impressionante como as mãos dos dois me embalam e me seguram todos os dias, até mesmo naqueles em que não estamos juntos. Até hoje nunca amei ninguém como amo incondicionalmente o meu pai e a minha mãe. Com a vinda do meu filho Miguel o meu coração (re) partiu-se em mais um. Graças a Deus...

25.5.05

A Última ecografia?

Hoje, fiz a última ecografia. Certamente, a próxima vez que vir o meu filho poderei pegar-lhe de seguida e contemplá-lo sem a ajuda dos ultra sons. Ele estará ali, fisicamente, poderei senti-lo, cheirá-lo, beijá-lo, tudo, finalmente. Ainda bem porque ele já não cabe inteiro no ecran e depois de ter realizado a eco a 3/4 dimensões, ver o meu filho por partes e a preto e branco...
Estou com 35 semanas de gestação e 41 cm' s de bebézinho! Fui bem examinada mas às pressas, talvez porque o corredor lá fora estava apinhado de grávidas e de outras barrigas cheias de água mineral, qual balões prestes a rebentar se a espera demorar mais um nadinha que seja, ou talvez porque os médicos e enfermeiros estiveram a ler as mesmas notícias que eu e ficaram cheios de stress. Muito embora o governo tenha mudado à pouco tempo da direita mais para a esquerda, a verdade é que vão haver cortes no orçamento para a saúde (cortes, tem piada, mais um corte milimétrico e ía jurar que deixa de ser possível substituir as lâmpadas fundidas nos hospitais); os impostos vão aumentar assim como a prestação para a segurança social (tudo em nome do défice) e outras notícias da mesma espécie para as quais tenho aplicado os exercícios de respiração mais adequados que me tem ensinado a Professora Lurdes.
O meu filho está bem e já deu a volta, ou seja, está de cabeça para baixo, a fazer o pino como deve de ser, prontinho para nascer e isto é o que me deixa aliviada e ligeiramente adormecida, lembro-me das notícias mas se calhar li o jornal de outro país qualquer igualmente moribundo... O que realmente importa é o meu filho.
Já fora da clínica é que me passou pela cabeça que atrás de mim outras mães vêm e estiveram tal como eu uma eternidade de calendário e depois de salinha de espera a aguardar por uma ecografia para ouvirem dizer que está tudo bem, sentirem a saborosa anestesia das frases mágicas que eu também pude ouvir: percentil 50, boa vitalidade fetal, posição cefálica... a realidade é que somos atendidas às pressas, representamos para o estado um número de beneficiário com uma senha na mão com o número da nossa vez, mas deveríamos ser atendidas e atendidos como os que fogem às contribuições e são atendidas(os) no privado: como reis e como raínhas! Com pompa e circunstância, porque afinal, somos nós, os utentes da segurança social, os miseráveis do costume que vamos mais uma vez salvar Portugal do défice, da lama, da cauda da Europa e nas próximas eleições estaremos lá, esperançosos, com o perdão na mão e a esferográfica na outra para votarmos outra vez no mesmo partido!
O avôzinho João, depois de amanhã que é feriado, vai voltar à clinica para buscar o relatório da ecografia... não sei quanto pesa o meu filho ao certo e o peso do meu filho é que me importa. Mais que tudo, devia até ser notícia de abertura de telejornal. Pelo menos...

23.5.05

Ficou assim o quadro do caracol...

Ficou como novo o Varão

O Móbile

O véu que cobre o berço

Pormenor

Pormenor do Circo

O Circo da BebéConfort

A Cómoda

A caminha do Miguel

A Mobilia chegou!

Chegou o berço do meu filho! É mais bonito que na fotografia e que na exposição dos móveis Gaspares. Ainda não tenho suporte para pendurar o véu, mas quando o comprar, vai ficar o máximo! Chegou a cómoda também para eu logo guardar o enxoval e as coisinhas já separadas do meu filho. O quadro do caracol está a secar e o varão azul também, estão lá em cima na arrecadação. O avôzinho João montou o candeeiro (um grande balão de papel) no tecto e a avózinha Ana ajudou a limpar o quarto entre mil e uma coisas que encontramos para fazer os três, enquanto a mobília não chegava.
Este fim de semana arrumei uma mão cheia de afazeres. Ufa... o que vale é que conto com a ajuda deles (do avôzinho e da avózinha) todas as horas e com o próximo fim de semana também.

20.5.05

Mudanças

Ontem voltei a ouvir o coração do meu filho. Continua a bater a 140 pulsações por minuto.
Já não tenho a ansiedade dos primeiros meses porque sinto todos os movimentos e chega a ser visivel o agitar das águas dentro da minha barriga quando ele se mexe. Nesses momentos, fico a comtemplar as formas dele às voltas por baixo da minha pele. É tudo tão mágico. E tranquilizante... se ele se mexe é porque está bem, é porque está lá... é porque o coraçãozinho dele bate, naturalmente.
Tenho o rei na barriga e toda a vaidade. Não engordei mais do que o peso do meu filho e seus meios aquáticos. Não visto roupa de grávida (os uniformes!), estou uma uma grávida bonita! Não enjoo comidas, nem cheiros nem ambientes, não tenho azia (continuo sem saber o que é esse desconforto na garganta), não tenho mais nem menos apetite que antes de engravidar e o cansaço que sinto é porque já não há posições confortáveis para eu me aninhar, durmo mal e porque todo o tempo é pouco para todas as tarefas que me cabem.
A ansiedade do tempo a esgotar-se tem tomado conta de mim apesar das mil maravilhas que tenho passado.
Não sei se o pai já compreendeu que não quero sair cá de casa, não me apetece ir para a Sertã, nem para lugar nenhum. Trabalho muito e todos os dias, apetece-me ficar de molho aos fins de semana e nos feriados que por esta altura estão todos no calendário só para eu ter que me chatear com o pai que está claustrofóbico, este ano não vai de férias para lado nenhum por causa do bebézinho e está farto de passar os fins-de-semana em casa!
De vez em quando choro uma lágrima cá para mim, que deslisa sem incomodar ninguém. Preciso urgentemente que entendam isto: Neste fim de semana que está para chegar, no próximo estúpido feriado que vier eu não estou para ninguém! Deixem-me descansar sózinha mais o meu filho, não quero sair daqui, não quero ir para lado nenhum, não quero fazer outra mala que não seja a que hei-de levar à maternidade. Não tenho muito tempo e quero criar o mundo do meu filho, pintar, blogar, engomar as últimas roupinhas, pintar o varão dos cortinados, isto não são horas de contrariar uma pessoa grávida!
Ás vezes sinto um medo breve que logo espanto, uma solidão que logo afasto (as grávidas nunca estão sózinhas). Sinto uma fragilidade como se estivesse a vergar-me porque não posso com o mundo todo em cima dos ombros.
Felismente a caminha e a cómoda vão chegar já na segunda-feira!
Hoje, quando chegar a casa vou pintar o varão dos cortinados. Hoje é que é.
Quando o meu filho nascer será igualmente assim: um intenso cansaço e uma imensa felicidade!
Que turbilhão!! São as mudanças... Mudanças no quarto do meu filho e por dentro de mim.

12.5.05

Os alinhavos

Ando a arquitectar um mundo para o meu filho lá dentro de casa.
Já comprei "O Circo" da Bebé Confort para decorar o berço, é cinzento, tem bordados animais do circo e o véu que cobre o berço tem tantas cores!
A mobília está para chegar. Já comprei telas e tinta não tóxica a condizer para eu mesma pintar os quadros. Vou desenhar numa delas, um caracol. Pensei em desenhar e pintar euzinha os animais do circo numa barra à volta da parede do quarto mas a ideia (genial!) não agradou nem um bocadinho ao pai... Paciência... Acho que vamos deixar as paredes em branco ou talvez colar uma barra de papel de parede.
Sei as cores do caracol, mas ainda não sei de que cor pinto o fundo porque ainda não sei de que cor vai ficar o mundo. Estou nos alinhavos.

10.5.05

O Milagre da Maternidade



Como é possível agarrar uma mãozinha que ainda está dentro da barriga como se fosse uma grande borbulha?
Será um pézinho? Ou um cotovelo?
A mim, pareceu-me uma mãozinha fechada. Agarrei-a por uns segundos, posso dizer que segurei na mão do meu filho e ele ainda está na minha barriga!
Ao mesmo tempo faz impressão ter ali um alto, uma bola saltitante e também faz impressão tentar agarrá-la. O pai diz que parece que tenho um "Alien" na barriga.
Liguei o rádio do carro e no primeiro semáforo contorci-me no banco como o corpo se contorce quando sente cócegas. Olhei para baixo, vi a mão fechada do meu filho ao lado direito a empurrar a minha pele como se o punho acompanha-se um veemente discurso. Foi numa dessas investidas que consegui agarrar a grande borbulha e segurá-la uns breves segundos... ninguém buzinou atrás de mim e uma gota de água salgada pingou a minha blusa verde...
É isto e uns pózinhos mais, o começo do milagre da Maternidade... Posted by Hello

8.5.05

Todo o tempo que me resta parece pouco

32 semanas de Gravidez, 7 meses de grávida, nesta fase, num piscar de olhos passa um mês. Faltam dois e a mim parece-me que todo o tempo que me resta é pouco.
O meu filho explora a gruta uterina durante a noite, de vez em quando enfia os pés pelas mãos, acordo e todos os meus pensamentos vão para ele: a hora do nascimento, as dores, a mala da maternidade, os primeiros dias. É verdade que todas as mães estão preparadas para serem mães sem o saberem? Estou nisto até voltar a adormecer, durmo até que o meu filho me voltar a despertar.
Ontem o avôzinho João e a avózinha Ana compraram a caminha de grades e a cómoda para o quarto do Miguel. Eu e o pai gostamos da mobilia do cãozinho http://moveisgaspares.pt desde a primeira vez que a vimos no site. Quando a mobília chegar daremos os primeiros passos na decoração do pequeno mundo do nosso filho.
Está quase tudo ainda na minha cabeça. Daqui vejo a alça da mala que hei-de levar para a maternidade: está a meio... e todo o tempo que me resta parece pouco...