oreinabarriga

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este blogue tem Livro de Exclamações

30.6.08

Ops!

- Ops! O Miguel escorregô
- Ops! Ito caiu
- Ops! Miguel enganoche
- Ops! Ficou tudo moiádo

Agora aprendeu esta do Ops! e é muito engraçado. Se isto se pega, qualquer dia estou eu a

- Ops! Já disse
- Ops! Já está

Raspanete

- desculpa mãe.
O Miguel faz xixi pelas pernas a baixo e
- desculpa mãe
O Miguel entorna o sumo e
- desculpa mãe
O Miguel não tem fome e
- desculpa mãe

O raspanete fica a meio da garganta. Isto quando o Miguel não diz a seguir:
- ainda tás zangada?

Aí engulo (o raspanete)
Quem é que resiste?

Um dia

ainda faço um Post sobre o melhor Aeroporto da Europa.



"O Aeroporto de Francisco Sá Carneiro, na Maia, foi considerado o melhor da
Europa, em 2007. A aerogare internacional do Porto foi ainda distinguida como a
quarta melhor do mundo, no que diz respeito a aeroportos com menos de cinco
milhões de passageiros."

Classificação do Conselho Internacional dos Aeroportos

sem falar em nada disto.

29.6.08

Entretanto...

... o Sócrates apanhou-me de férias, distraída com a bola e tudo mais e só fez disparates.
Aquela da melhoria de condições nas cadeias Portuguesas (com campos de jogos e ar condicionado e mais não sei o quê) isto a passar à frente da melhoria de condições de trabalho dos funcionários públicos, não públicos e juristas que continuam a trabalhar com 40 graus no Verão e temperaturas negativas no Inverno, a conviver com os bichos do papel, com o amontoado dos processos, sem segurança, nalguns casos nem vigilância! o melhor Senhores funcionários e magistrados é fazerem qualquer coisa, qualquer coisa digna de pena de prisão está bem? Querem ou não querem mudar de vida, para melhor, ã?

Espanha-Alemanha


Depois de ter passado férias em Espanha rodeada de Alemães por todos os lados nem conseguia ter um favorito, mas mesmo antes do golo de Torres (impressionante, a fé, a força da corrida, a passagem pelo adversário, o golo!) já estava rendida ao jogo da Espanha. Desconcertante. A Alemanha usou todos os seus truques habituais e a Espanha nem se importou, nem se espantou (não deu parte de fraca, houve ali uma meia hora mas deve ter sido a hora da sesta) nem cedeu, nem se intimidou vez nenhuma com a supremacia da altura, da constituição física, de ser por si só um jogo contra a Alemanha (A nossa selecção foi penalizada mas ao pé da Espanha fomos uns cagadinhos só nos últimos minutos é que nos deu a fúria). A Espanha desconcentrou a Alemanha que até à final foi uma equipa que não precisou de jogar grande coisa à bola, chegava ali e marcava, mais nada. Foi este sangue frio (e futebol quente), esta concentração, esta fé (explicita no golo da partida) que faltou a Portugal.
Merecida vitória a da Espanha.

Eu(phoria)!

Santa Mónica, Los Angeles, EUA a 20 minutos da "cidade dos Anjos", famosa praia onde foi gravada a série Baywatch (marés vivas). Próxima dos Estudios de cinema Universal, do Bairro de Beverlly Hills, o pôr do sol (the sunset) é deslumbrante...


É pena a água ser tão gelaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaada!

(Em Maiorca é mais quentinha)


Eu(phoria)! e estão a acabar as férias.


26.6.08

Medo da piscina

Passei horas na piscina dos bebés, a tentar que o Miguel se ambientasse e achasse a piscina azulinha muito mais divertida por dentro que do lado de fora.










Foi uma experiência (no mínimo) diferente (para os três).

Praia


De manhã praia à tarde sesta e piscina, durante 8 dias e estou... dourada? Mudei de cor, mas estou... beije? casquinha d'ovo? se me perguntarem como é possível (isto há uns anos atrás e já estava preta) a resposta é fácil: o meu filho de manhã não gostava de areia (que coisa chata, agarra-se aos pés e está quente) e à tarde não queria entrar na piscina de modo que tomar banhos de sol na areia ou apanhar ultra violetas debaixo d'água foi uma missão quase impossível.



Ao menos não arredava de ao pé de mim! De ao pé do pai. Não tive aquele problema de andar sempre a gritar pelo nome do meu filho e a correr atrás dele praia a fora e a trazê-lo por um braço com ameaças: se voltas a fugir apanhas!


Esta é a prainha de Can pastilha a 5 minutos a pé do hotel onde ficámos. Muito povoada (apesar da época baixa), não tão bonita e limpa como as praias do Arenal e Magaluf, tinha imensas algas e peixes parecidos com sardinhas (devido ao meu tempo que fez uns dias antes da nossa chegada). As praias de Maiorca são boas para quem tem crianças (que vão à água, claro), formam baías, não têm ondas e a água é quentinha. Magaluf e Arenal à noite já não são propriamente destinos para levar crianças porque é muita agitação, confusão, em Julho e Agosto deve ser a loucura total, aliás Magaluf e Arenal são destinos para maiores de 16 e menores de 30. Trintões (como nós) só mesmo com muita, muita pedalada... os filhinhos é melhor que fiquem com os avós até terem idade.

A capital de Palma de Maiorca


La Seu (entrada principal)

Palma, a capital de Maiorca é uma cidade surpreendente, pela arquitectura (Gaudí por todo o lado tal como em Barcelona) pelas igrejas e mosteiros góticos e palácios barrocos, pela geografia, pela Catedral (La Seu), gótica, 'principal monumento da cidade, é dourada, erguida junto ao mar, o interior é deslumbrante (foi remodelado no início do século XX, por Gaudí). O espólio do Museu da Caedral não é muito grande mas contem painéis e tesouros valiosíssimos, as rosáceas coloridas são lindíssimas, as colunas, o baldaquino sobre o altar-mor (criação de Gaudí também) parece suspenso no ar, cheio de lâmpadas.
É uma passagem imperdível. A visita pela cidade também, pelas lojas de grandes marcas (mas também há muitos bazares coloridos e cheios de atracções), pelos restaurantes, esplanadas, bairros típicos, a rambla, que eu julgada ser uma rua de artistas (como em Barcelona e noutras capitais) é uma rua só de floristas. É uma cidade muito povoada e cheia de turistas.
Aqui fica o Postal da Catedral por termos filmado a cidade. As poucas fotos que tiramos também não ficaram grande espingarda. Sobraram as do "Picoli", um fantoche que encantou o Miguel, era um ratinho muito engraçado e ainda por cima, distribuía rebuçados!!



Sem televisão



Oito dias (ou sete noites, ou as duas coisas) sem internet, sem cd's, sem conduzir e sem tv! Não fosse o hotel estar cheio de Alemães nem a televisão da área comum do hotel era ligada no dia do jogo (não havia tv nos quartos, só pagando e era um hotel de 3 estrelas! Caricato é que nem ligaram a tv da área comum quando eu pedi para o Miguel ver os desenhos animados!). Não fosse o hotel estar cheio de Alemães nem no dia do jogo! Eu ainda pensei em jantar mais cedo e ir para a rua ver o Portugal-Alemanha num bar da marginal não fosse o botão do on estar encravado (falta de uso) ou o satélite estar cheio de ferrugem e não apanhar a bbc nem nada, mas o miúdo trocou-me as voltas, estava a Alemanha a meter dois papo-secos na baliza do Ricardo e eu a dar a sopa ao Miguel no restaurante do Hotel que fechava às 22 (em Maiorca o jogo deu 1 hora + tarde que em PT) e foi por causa disso que Portugal perdeu porque se eu não tivesse arredado pé da sala nada daquilo tinha acontecido, se fosse hoje o miúdo tinha ficado sem jantar (tinha-lhe feito a vontade) à noitinha comia bolachinhas com leite que era um regalo e assim comeu sopa às colheradas todo enjoado e gelatina às pressas e ainda um bocadinho de melão e quando regressei já o jogo estava descomposto e depois estive para ali a torcer a torcer com todas as minhas forças, sózinha praticamente, aquilo era só cabeças amarelas à minha frente a gritar Deutschland! Deutschland! Deutschland! (que nervos) e o Ricardo passou 70 minutos do jogo a dizer que o jogo estava perdido e "alguma vez? Alguma vez Portugal ganha a estes gajos?" e eu com vontade de lhe enfiar uma bolacha na cara porque odeio gente que só bate quando um gajo está aleijadinho, mas o arbitro também fez o favor de anular o nosso golo (limpo, limpinho ã, mais limpinho que o 2º da Alemanha foi de certeza) e depois aqueles 4 minutos finais que honraram a nossa selecção mas não chegou para nada, perdemos... a selecção foi com os porcos e nós fomos para a marginal, dar a voltinha nocturna e levar com a euforia dos Alemães (há mais Alemães no Arenal que na Alemanha então em dias de jogo, ui!) foi bom, sim senhor...

para as sestas...


e o Miguel a acordar sempre primeiro que a mamã, claro.

Tempo para os miminhos






Massagens


Logo no 1º dia de piscina fui às massagens. Apesar do ar robusto da Marta, a massagem não foi
mais do que relaxante. Mas valeu a pena.

14.6.08

A-de-eus!

Voucher's, bê ís, protectores solares, partes de baixo dos biquinis (partes de baixo e partes de cima para a fotografia), toalhitas, escova de dentes, sandálias, mola do cabelo (ai que me ia esquecendo da mola!) ll
ll acho que está tudo, filho, marido, malas, digam Adeus à sininho. A-de-eus!
E força Portugal!! (Euro 2008), força Vanessa Fernandes, apurada líder do ranking mundial e olímpico de triatlo (Jogos olímpicos de Pequim) beijinhos! (dêem um beijinho por mim ao Americano de L.A. (maluco da bola, é assim a vida, uns vão, outros vêm) e não digam que 12 dias passam depressa hã? Não me digam uma coisa dessas nem que não vão ter saudades minhas!

13.6.08

Fernado Pessoa nasceu à 120 anos e nunca mais morreu


Toda a paz que sinto, quando a sinto, não é mais que desassossego. Esta é apenas uma das coisas que a vida e obra de Fernando Pessoa (mais que de seus heterónimos) me ajudou a compreender.
Fernando Pessoa está espalhado por este blogue, em citações, em poemas, há os excertos D' O desassossego (Bernardo Soares), está nos comentários evocado por diversas vezes, está no side bar: "Pedras no caminho? Guardo-as todas. Um dia vou construir um castelo."
Eu não sei escrever. Ainda bem que eu não sei escrever, sobra-me mais tempo para ler. Que seria de mim, eu, se os poetas não escrevessem por mim? E ficasse de repente, tudo tão claro?
Faz hoje 120 anos que nasceu Fernando Pessoa. Poeta, filósofo? Um poeta é um filósofo, o contrário é que já é mais difícil. Quando se descobriu que Fernando Pessoa tinha nascido, ele já tinha morrido. É sempre assim. Faz parte do ser Português. Não reconhecer ninguém, não dar por nada e assim que essa pessoa se passa para o outro lado, oh! Morreu caneco. E agora? O gajo até escrevia bem, a Mensagem era dele não era? E era tão bom vizinho e amigo de toda a gente ll
ll (Pause) carreguei no pause porque alguém tinha acabado de comentar no Post "O melhor momento", fui ver, alguém que também diz que não sabe escrever citou Inês Pedrosa (que seria de nós, se os poetas não escrevessem por nós? E ficasse de repente tudo tão claro?)
Depois fui buscar o Fazes-me falta, mais lido e relido, não para encontrar o fragmento deixado no meu Post porque ele agora pertence ao meu Post, ao meu blogue, mais do que à Inês Pedrosa (desculpe Inês, mas eu li aquilo e estremeci, no seu livro não estremeci à sua passagem como agora me aconteceu) porque de repente lembrei-me que tenho uma página, a 95, estou a olhar agora para ela, dobrada num canto porque diz assim:
"Tudo o que tocamos se desfaz. Depois fica-nos o vício da decomposição, o perfume intoxicante das coisas mortas. (...) amei com muito mais rigor os meus pais mortos, do que aqueles que tive na vida real durante catorze anos"
Antes da pausa ll era isto (precisamente) que eu queria dizer sobre Fernando Pessoa.

Mas...


... quantos graus estão hoje? 40?!

12.6.08

Marchas Populares de Lisboa 2008



"Fernando Pessoa e Padre António Vieira dão o mote a esta
tradição alfacinha, lançada pelo cineasta Leitão de Barros, nos anos 30 do
século passado. "Fernando Pessoa" (120ºaniversário do seu nascimento), "Padre
António Vieira" (IV centenário do seu nascimento), a "Chegada da Família Real
Portuguesa ao Brasil" (bicentenário) e o "Ano Europeu Diálogo Intercultural"
(que se celebra em 2008) são temas que as colectividades vão agarrar para
integrar na marcha que submeterão a concurso. Hoje dia 12 de Junho, a
partir das 21.00 a festa começa na Avenida para acabar nos arraiais."


In DN Online

Depois da sesta...

... fui para as compras. Os nossos camionistas disseram "sim" ao governo já de madrugada, acabou hoje o bloqueio dos camionistas ao abastecimento de combustível, as prateleiras do hipermercado estavam finalmente a ser preenchidas com iogurtes, leite, hortaliças, congelados (bens de primeiríssima necessidade), não deixou de me assustar este bloqueio, como ouvi alguém ontem dizer para um jornalista: "- Isto assemelha-se ao início de uma guerra civil." A PSP e a GNR preparadas por ordem do governo (por meio de requisição civil) para "usar a força" e por um fim à paralisação, as gasolineiras com placas de "Fora de Serviço" e as que ainda tinham algumas reservas de gasóleo e gasolina contavam com filas enormes de carros com pessoas lá dentro a querer desesperadas abastecer pelas mais diversas necessidades (sem combustível não são só as nossas viaturas particulares que não andam, os transportes públicos, as transportadoras, o País não anda e foi preciso esta ameaça para tomarmos melhor consciência disso e não foi um bom momento...) vamos ver como termina em Espanha onde os camionistas não têm sido tão moderados, nem tolerantes e onde a crise continua apesar do cerco da Polícia Espanhola ser apertado, apesar de já terem havido imensas detenções.
Fui às compras dizia eu, fui aos iogurtes, ao pão, ao leite, às hortaliças e às bolachas (quando me faltam as bolachas, aquelas da Anna's Pepparkakor, que são as minhas preferidas, com sabor a laranja, a menta... fico virada ao contrário) e imaginem! comprei roupa (gajinho: vai lá dar uma voltinha pelo blogue, vai até aos comentários que irritado por irritado, mas vale enervares-te com os comentários que com o facto de eu ter comprado uma blusa, uns calções, 2 ves... vai lá, eu depois chamo-te quando for a parte em que comprei uma lingerie preta sexyssíma está bem?) é que vocês não calculam, fui ao guarda-roupa, comecei a retirar as peças de verão e não é que umas estavam completamente fora de moda, quase todas me estavam largas, duas ou três não condiziam umas com as outras ou com as sandálias, tive mesmo que comprar quase tudo novo, olha que maçada!
Ainda por cima tive um azar dos diabos, não é que a parte da replay e da addidas na Sport Zone e a parte do vestuário do Continente de Alfragide tinham os meus números? 14 ou xxs?!
Gajinho? Podes voltar. Comprei também uma lingerie preta que ou é da transparência ou é de ser preta, ou é de ser profundamente decotada ou modéstia à parte...

O melhor momento...

... das minhas férias ( não digo da minha vida porque a minha vida não é estar de férias e dormir sestas) é deitar-me com o meu filho na minha cama a seguir ao almoço (dá aquela moleza) abraçamo-nos os dois, eu faço-lhe festinhas no cabelo até a testa ficar com gotinhas de suor (1ª fase do sono do meu filho) ele faz festinhas no meu cabelo atrás na nuca, enrola depois pára, depois enrola outra vez, quando a mãozinha fica quieta e escorrega para o meu ombro, já está... e eu fico-me assim, naquela sonolência com o pezinho do meu filho encostado à minha barriga...

11.6.08

Passamos!

E falta aqui o Quaresma porque foram 3! Três na baliza do melhor guarda-redes do mundo não é para qualquer selecção.
A selecção nacional é a primeira a garantir a passagem aos quartos-de-final, os helvéticos estão fora (perderam com a Turquia) mas ainda têm que levar connosco em basileia no domingo, às 19:45.
E quem não salta!!
(estou aqui estou, não posso é blogar aos saltos, já experimentei, não dá)

10.6.08

Sweeney Todd com Ray Winstone

Já não preciso de ir ao dvd clube ver o raio da capa do filme, aqui está ela, a versão de Sweeney Todd que eu vi é a mais recente adaptação da BBC deste clássico da dramaturgia. Agora escolham (se não viram) entre o clássico com a qualidade (re)conhecida da BBC ou o Musical do Tim Burton (idem).
Sai-me caro ter um comentador de culto no Blogue (erudito, sabedor, instruído, iluminado, adorável, charm... chega se não a D. Manuela diz que aprecia a maneira como nos tratamos (bajulamos) um ao outro mas... e tem razão minha querida Manuela, tem toda a razão, a razão é que tem razões... vamos lá ao Sweeney Todd:






João Ayres disse...

A versão que tu viste é a da BBC (a da BBC e a do Tim Burton, são as duas notáveis) o actor que faz de Barbeiro (o Sweeney Todd) chama-se Ray Winstone (vais reconhecê-lo agora: Cold Mountain; The Departed, King Arthur; Last orders, Indiana Jones não me lembro qual deles). Ainda há uma outra versão (cinema) desta obra com o Ben Kingsley mas a que viste é seguramente a da BBC (a produtora é a ABC creio)
10/6/08 00:33


Carmina Burana disse...
Obrigada meu querido. Que faria eu contigo? perdão, sem ti.
10/6/08 14:47

Pelo sim pelo não...

... antes de ir ao banho levo um saquinho com peixinhos, alguns crustáceos e tartarugas marinhas (não vá o diabo tecê-las)

Tubarões

" - Há tubarões nas Baleares?"

Pois, é que toda a gente sabe que os tubarões gostam de tomar banho com água quentinha...

(Que bom estar de férias!)

9.6.08

Tenho...

... aqui uns bacanos que não são Italianos nem nada, nem Laranjas e grisam-se todos com o jogo. Ele ainda os há, piores que eu...
(já agora Holanda 3 - Itália 0)

"Sweeney Todd" qual deles?

Sweeney Todd ou “o terrível barbeiro de Fleet Street”. Vi uma versão para cinema desta peça que estreou na Broadway em 79 este fim-de-semana em dvd o pior é que não sei qual é a versão, nem sei o nome do actor que protagonizou brilhantemente o macabro barbeiro de Londres, só reconheci o actor David Bradley (Harry Potter e o Exorcista) que neste filme faz de pai do Barbeiro e agora vou à internet e claro, só me aparece a versão do Tim Burton com o Johnny Depp, que deve ser uma excelente versão (musical), eu até gosto do realizador (o mesmo do Batman; A fantástica fábrica de chocolate; Pirata das Caraíbas...), também gosto do Johnny (A lenda do cavaleiro sem cabeça, Chocolate, o estranhíssimo Libertino, mas parte do talento do Johnny Depp é ser um actor estranho mesmo, um homem estranhamente belo), mas eu sou muito dada a melodramas, já musicais... dispenso.
"Sweeney Todd" é da autoria do norte-americano Stephen Sondheim (compositor, criador de letras para músicas, talvez o mais conhecido da actualidade), é um ‘thriller’ melodramático, é a história de um homem que regressa a Londres para se vingar do Juiz que o condenou injustamente a 20 anos de clausura por lhe cobiçar a mulher (que acaba por se suicidar), o seu comportamento torna-se tão macabro que acaba por ficar conhecido como o terrível barbeiro de Fleet Street. Uma mulher que trabalha numa padaria torna-se sua cúmplice, ele, traumatizado com tudo o que lhe sucedeu, não consegue envolver-se sexualmente com ela mas vigia-a e acaba por matar todos os seus amantes depois de lhes fazer a barba. Vale a pena ver, é um clássico, tem um excelente argumento, o dvd veio parar cá em casa por engano, ainda bem que a máquina do Dvd clube não atirou cá para fora o Barbeiro de Tim Burton, fiquei encantada com a troca. Fica aqui o caminho para o site oficial do "Sweeney Todd" http://www.sweeneytoddmovie.com/ do Tim Burton, mas o que eu queria mesmo deixar era a versão tal, mas (infelizmente) não tenho como...
(ainda vou ao dvd clube só para ver o raio da capa do filme e depois volto)

7.6.08

Portugal! Portugal!


Pronto, começou a febre da bola.
Hoje durante a tarde dizia-me a Alice: - Eu não posso acreditar que tu não vais ver o jogo, nem estás com a febre da bola sequer! (como quem diz o que é feito de ti miúda?)
E eu, de volta da roupa suja e a arrumar Cd's (do Bob, do Noddy) e carrinhos e peças de puzzle no sítio ia-me desculpando: - Eu desde que tive filho já nem vejo o Benfica, nem sei quem são os jogadores, se perguntares assim de repente quem é o treinador do Benfica sou capaz de ficar a pensar...
- Está bem, mas a selecção?!
- Sabes, o jogo é à hora do jantar e tudo, estou a cozinhar os bifes e tal, a fazer sopa...
Pois... acontece que mal ouvi o Hino de Portugal pus-me a olhar para os jogadores, vermelhinhos como eu gosto (pró Nuno Gomes, ai o Nuno Gomes), alinhadinhos como soldadinhos, o Hino, ai o Hino, pronto, voltou-me a febre!
O Nuno Gomes não meteu a bola lá dentro (acontece aos melhores) conseguiu fazer o mais difícil que é acertar por três vezes nas traves. O Pepe por sua vez marcou um golo que não foi, ai não foi? Foi bandeirola? Estava fora de jogo? Ai estava? Deixa estar que eu quando forem para aí 61 minutos de jogo eu digo-te quem é que é autoritário, quem é que manda aqui, Alemão d' *****!
E o golo do Rui Meireles? (que tinha acabado de entrar para substituir o Simão Sabrosa) mesmo no final do jogo? Eu nem sei se fiquei mais eufórica com o 2º golo se com o cocó que o meu filho fez no bacio, não, fiquei mais eufórica com o 2º golo, o cocó são outras vitórias.
Valeu também o remate do Cristiano Ronaldo de livre (lindo!) que o guarda-redes da Turquia livrou com a pontinha dos dedos (o bota d' ouro, o melhor marcador da Europa, como é que é possível aquele rapaz, que eu nem acho jeitoso, nem giro nem nada, mas tem porte atlético, tem 23 aninhos, tem guita, tem talento! me foi arranjar uma espanhola tão resmenga para namorada? caneco)
A República Checa é a próxima adversária de Portugal e aonde é que eu vou ver o jogo, onde?
Na cozinha? Enquanto preparo o jantar? Na...
De um lado para o outro e quando Portugal marcar um golo eu largo os brinquedos da mão, levanto os braços, faço um festim e é brinquedos outra vez espalhados por todo o lado? Também não. Vou a Neuchâtel, a Genéve vou à Suíça? Não que eu nem posso com o país helvético!, extremamente organizado, aquilo faz-me aflição, onde não se pode fazer nada, mesmo nada de errado, nem por distracção (vá lá uma pessoa dizer que não viu o letreiro, não viu a bófia, foi sem querer, não é helvético é latino, é distraído ainda por cima), eu, o próximo jogo vou ver ao Estádio Sagres na Alameda Afonso Henriques em Lisboa (entrada livre entre 7 e 29 de Junho, das 12h às 24h, ecrã gigante, tem esplanadas e tudo) ah, pois. Que eu sou doente da bola e afinal não estava nada curada pá.

6.6.08

'gatinho' a tira colo


"... colocou um vestido roxo, de um tecido com aparência molhada, pulseiras transparentes de acrílico, argolas douradas na orelha e para completar o modelito luvas de vinil pretas... Drew Barrymore: Ame ou odeie!
*Vale a pena destacar a beleza estonteante do 'gatinho' a tira colo, ?! "



Mariane Pungger (jornalista Brasileira)


Ai João o Justin Long... vai dar cabo de ti (as luvas da Drew é para não deixar impressões digitais, é?)

Vou

de Férias!

Vou de férias!

(estou exausta)
(pálida)
(fraca)
(sou ter saudades "o máximo que aguento são 5 dias")
mas...

Vou de Férias!

Me voy de vacaciones! Playa, tiempo para mi hijo! voy a ser madre a tiempo completo, hotel (con pensión completa), jacuzzi, vuelos nocturnos, no hacer las camas, no cocinar, viva España! (Aquí voy de nuevo (es porque me gusta).
- Hermanos, és que me pueden ostedes preparar una madrugada (aurora) caliente? Todos los días? Gracias.

5.6.08

Milésima nona guerra de electrões


Consegui ler o DN todo e não reparar no cupão da BP com o desconto da gasolina (o cupão era verde, verde! Enorme 13 por 9), consegui ir à cozinha durante a noite e deixar as luzes ligadas (todas, tecto, armários, ficou tudo esquecidamente iluminado), vês? Agora diz lá que os pólos não se atraem? Seja para que efeitos for.

Se eu não fosse o polo catodo ou polo positivo (tu serás sempre um polo ânodo ou negativo) como é que a gente fazia transferência de electrões? Que é como quem diz: uma grande gritaria, discussão, berraria? lá em casa? hum?

4.6.08

Mas é preciso fazer-te um Post?

Não, não te posso alinhar os chakras não sei como se faz nem me quero meter nisso, não me peças mais que chato é preciso fazer-te um Post?

"Massagem ayurvédica - Alinhamento de Chakras"


1º CHAKRA = MULADHARA
Localiza-se em cima da base da coluna ou cóccix. Está associado à saciedade dos desejos (começavamos bem)

2º CHAKRA = SVADHISTHANA
Localiza-se logo acima dos órgãos reprodutores, acima do osso púbico.
Este chakra indica dar e receber, emoções, desejos, prazer, amor sexual / passional, movimento, abandono, entrega
(e ainda estamos no início, este é apenas o 2º chakra)

3º CHAKRA = MANIPURA
Localiza-se acima do umbigo e abaixo do osso esterno – peito. Tem como função vitalizar o sistema nervoso
(eu aqui já estava cheia de nervos)

4º CHAKRA = ANAHATA
Localiza-se no centro do tórax no meio do peito
(when the heart bits)

5º CHAKRA = VISHUDHA
Localiza-se na garganta - maça de adão
(potencial .org, eu acho)

6º CHAKRA (3º OLHO) = AJNA
Localiza-se no centro da testa entre as sobrancelhas. Está associado a telepatia
(pois, agora é que vem a parte para pensar, a da concentração, transmissão de pensamentos, alguma vez! Ainda se este chakra fosse o 1º)

7º CHAKRA = SAHASRARA
Localiza-se no topo da cabeça, prolongando-se mais acima
(acaso chegasse até aqui e tu, alinhado como deve de ser, ó, o céu era o limite)



Ficou claro o porquê? Ou tenho que ilustrar? Só pontos cardeais e é preciso que a Rosa-dos-ventos esteja na garantia (porque mesmo não tendo de tocar na anatomia, eu de mecânica percebo pouco, não garanto nada)


Este Post foi elaborado sob consulta: http://www.mistico.com/p/chakras/massagemchak.html

mamã!

... Pujestes Joge Palma?

Jorge Palma

"Minha senhora da solidão
Minha senhora das dores
Quanto tempo falta para te ver sorrir
Quantas misérias ainda vais exibir
Quanto tempo mais vou ter de te ouvir queixar?
Minha senhora da solidão
Vê como o sol brilha hoje!
Odeio ver-te de luto
Gostava de ver o teu olhar enxuto
De descobrir alguma graça no teu andar
O teu crucifixo não me ilumina
O teu sacrificio não me pode fazer bem
Não é bom para ninguém
... não ajudas ninguém...
Minha senhora da solidão
Minha senhora dos prantos
Tens um "ai" encravado na boca!
Que dia após dia te sufoca
Precisas muito mais que uma simples oração
Minha senhora da solidão
Minha senhora das culpas
Tenho que evitar o teu contágio
Não quero saber mais do teu naufrágio
A praia teve sempre ao alcance da tua mão...
O teu crucifixo não me ilumina
O teu sacrifício não me pode fazer bem
Não é bom para ninguém
... não ajudas ninguém..."


Minha senhora da solidão
(esta música é linda)

Biberon


É da Vista Alegre e é um biberon, não é fantástico?

Era assim que as nobres mamãs alimentavam os seus pequenos monarcas. O orifício na ponta era por onde o bebé bebia o leite, o do centro era para a entrada do ar. Este é do Prof. António A., está à venda no ebay.com.


3.6.08

Está tudo como dantes

Está tudo como dantes, como naquele dia que abandonas-te o pátio, a nossa casa, eu, a fingir que dormia, para ires viver com o Alberto. Com o Alberto tudo pegado. Alberto. Al Berto. É tudo a mesma coisa! Limpei-lhe o pó a custo! Nunca haverei de ler semelhante escritura. Embrulha-se-me no estômago.
Alberto tudo pegado, al espacinho berto, é tudo da mesma espécie.
Escritores! Levaram-te com poesias. Com prosas Bárbaras. Se tivesses ficado pelo Eca de Keiros, que andavas a ler pela altura da primária, nada disto tinha acontecido, era o que era!

Tu a desceres os degraus de madeira, eu a fingir que dormia.
Tu a calçares as sandálias no vão da escada antes de saíres para a rua, sem dar conta que eu não dormia, a deixares um bilhetinho, amarelo irritante, entalado da fresta da caixa do correio e a atravessares o pátio, com os teus cabelos grandes atados a um lenço vermelho posto à pirata. Pirata sim, pirata! Traste! Silhueta magra, a escapar-se pela alçada da noite escura, como uma ladra.
Ou como escreveria o Al Berto, ou o Alberto tudo pegado, é tudo a mesma coisa: Cometa aceso, que interrompe o céu no rasgo de um segundo, num segundo em que fiquei cego, para sempre, para nunca mais te poder ver... Está bem assim?
O Alberto não era homem para ti.
O Alerto tudo pegado não era homem sequer.
Diziam as más línguas que ele era mas era um homosapiens, não, quero dizer, homemsexual. Ho-mem-se-xu-al. Que raio viste tu no Alberto tudo pegado?
Nem Homoerectus era!
Rasguei-te aos pedaços e atirei com os restos dos teus retratos na pia e despejei baldes de água por cima, os que pude.
- Não te quero ver mais. Traste!
Só não ia adivinhar que não te veria mais... Mesmo nunca mais...

Nunca pude perceber porque abalas-te. Deixas-te este pátio...

"- Este quadrado tem um sol no meio e à noite as estrelas contadas."

Deixas-te o terreiro...

"- O primeiro palco que pisei, o meu primeiro ensaio."

Deixas-te a nossa casa...

- ... De janelas de tabuínhas, onde as pessoas se conhecem pela roupa estendida nos varais.

Deixas-te aquele bilhetinho, aqule Postit amarelo irritante, para toda a gente ficar a saber, para toda a gente o encontrar, sim, porque toda a gente do prédio, do bairro todo! Fez e desfez as quatro dobras do bilhetinho, o leu, voltando a embrulha-lo nas mesmas quatro dobras e a encaixa-lo cuidadosamente na fresta da caixa do correio.

Eu fazia tudo para te agradar. Para te amolecer.
Fingia que não lia os teus rascunhos.
Quando era apanhado por cima do teu ombro, sacudia uma caspa imaginosa por uns instantes, para disfarçar, e no quarto de banho, punha-me ao lado do chuveiro mas do lado de fora, a tentar decifrar a tua letra miudinha e atravessada, enquanto a água escorria pelo ralo inutilmente, e assim que entravas num repente, eu noutro, desdobrava logo o jornal que comprava para o efeito.

- Olha para essa água toda a desperdiçar-se!
- Tens razão. Estava aqui distraído com a notícia dos incêndios, é todo o ano a mesma calamidade!
- Mais uma razão para essa água toda não estar a ir pelo ralo a baixo.

Cada vez que o Golias fazia desaparecer um dos teus gatos eu ia sem demoras buscar outro à união zoófila, igualzinho.
Quando por engano enfiava um livro na torradeira, por culpa de ser manhã cedo, estar estremunhado, ia logo buscar um que estivesse a compensar um qualquer pé de cama ou de cómoda para por no lugar do outro antes que desses pela falta.
O pior é davas sempre pela falta!
Eu bem que compunha os pés da cómoda e os pés da cama, mas davas sempre pela falta!

- Que é feito daquele livro de lombada azul que ainda ontem cá estava? E não finjas que te engasgas com a torrada!
- ... Ando a tentar -lo.
- Tu?! A ler António Lobo Antunes?
- Eu não disse que ando a ler... disse: a tentar...
- Pois a mim parece-me que voltamos ao tempo da inquisição.
- ...
- Onde livros mal amados eram queimados numa fogueira. Sei muito bem que os meus livros e tu têm tido uma convivência muito atribulada cá em casa, e ultimamente as torradas têm um sabor impossível a... papel!

Se eu desse sumiço a um qualquer livro, fosse ele de que espécie fosse, davas sempre pela falta!
Os livros deviam ser como os escritores que os escrevem, depois de defuntos, logo se lhes daria o seu devido valor.
Tinhas necessidade de atafulhar tudo quanto era brecha, de livros?!
Tinhas necessidade de ter perdido a chave da caixa do correio para toda a gente ficar a saber?
Daquele bilhetinho, amarelo florescente, entalado na fresta da caixa do correio, dobrado em quatro partes, desdobrado por não sei quantos inquilinos, o rapaz da companhia da electricidade, a enfermeira que vem cá dar as injecções à Dona Micas, os namorados da Beatriz, o Alfredo amante da cabeleireira, a Dona Juliana que não sabe ler o que ainda foi pior. Deve ter encarecidamente pedido a alguém para decifrar o bilhetinho, alguém que passava na rua a caminho da praça, e toda a praça ficou a saber, toda a rua, toda a vizinhança, o continente todo!

“Sempre me farás falta,
mas descobri que amo o Alberto
a ponto de quando estou contigo,
ser ele, quem estou a trair.

Verónica"

Nem um vou ali e já venho, talvez à vinda para cá, como dizias às feirantes da praça, das poucas vezes que ias comigo à praça. “Vou ali e já venho... à vinda para cá logo lhe compro a loiça, a cortina, o alguidar”, fosse o que fosse, e depois nunca mais lá voltavas e eu escondia-me atrás dos embrulhos, era sempre eu que acartava com o embrulhos, para não passar vergonha em frente às feirantes.
Um destes dias, tentei suicidar-me.
Fui à gaveta da nossa mesinha de cabeceira, e trouxe uma mão cheia de comprimidos de todas as qualidades deles.
Mas antes fui desenterrar a tua boneca de trapos do fundo do armário.
Aquela que tu punhas em cima da colcha e que estava sempre a rir-se
para mim, deslinguada, a fazer-me lembrar a velha de trapos que me puxava as pernas, na minha infância.

"- Que culpa tem a boneca da tua infância! "

Dizias tu de cada vez que eu encontrava a boneca refastelada, em cima da nossa cama, sentadinha, a rir-se, e eu, prudentemente, empuxava-a até ela cair de costas, com as pernas abertas.

"- Destravado! Vai já apanhar a boneca do chão!"

Mas nem era preciso. Enquanto o diabo esfregava um olho já a boneca estava em cima da colcha, encostada às almofadas.
Lembras-te daquele dia que foi para lavar os folhos?
Tu até me recomendas-te para tomar cuidado: Lava com água fria e não torças a boneca.
Lembras-te?
E eu fui para estender a boneca na corda e zás! Foi um ar que lhe deu, caiu no quintal da Dona Juliana e o Golias chamou-lhe um figo. Pois foi. Deixei-te a chorar baba e ranho e a boneca entalada entre os lençóis de flanela, no fundo do armário, a rir-se. Ria-se por tudo e por nada, estava sempre a rir-se o raio da boneca. Desculpa. Mas o que é que querias? Traumas de infância, isto não passa assim!
Mesmo francamente traumatizado, só para te aprazer, ressuscitei a boneca do fundo do armário, abri-lhe as pernas com todo o respeito, e coloquei-a em cima da colcha, sentadinha na nossa cama, para quando quisesses voltar.
E só depois, é que fui tentar suicidar-me.
Tomei a mão cheia de comprimidos com a ajuda de dois decilitros de água oxigenada e esperei que aquilo data-se a fazer reboliço.
Lembro-me de ouvir a sirene dos bombeiros e depois devo-me ter apagado.
Só voltou a fazer-se luz, no posto. Quando o coveiro, digo, o bombeiro, me sentou a um canto e tratou de me avisar:

- Só sai daqui quando a diarreia lhe passar, ouviu bem?
- Diarreia?! A mim dói-me é a cabeça!
- Isso é porque as aspirinas que tomou não lhe fizeram efeito. Já os laxantes...
- Vendo bem, também sinto uma moinha na barriga... aqui... está a ver?
- Isso já é das pílulas. Você tinha medo de engravidar ou quê?
- Na... eu queria era que a minha Verónica engravidasse e não havia maneiras, de modo que de vez em quando tirava-lhe um comprimido da carteira, mas só de vez em quando, não queria desarranja-la, armar para ali algum problema porque o organismo das mulheres já se sabe...
- E... isso resultou?
- Perguntou o bombeiro mais entusiasmado em preencher a
ficha de uma nova sócia, terminada de chegar, que na história da minha tentativa falhada de deixar este mundo e ir ter contigo, para te inocentar. Para ser perdoado.

- Deixou-me. Deixou-me um bilhete, entalado na caixa do correio, quer ler? Foi viver com um homem-sexual. Está aqui tudo, leia, leia.

Como a sócia não tinha dinheiro para pagar as cotas e nem sequer lhe deu troco, aceitou o papel.
Desdobrou-o pela milésima vez e leu o que já não era novidade para ninguém, a não ser para ele, que na altura do acontecido, devia estar a apagar algum fogo do Tierão, para não saber.

- Bolas. Isto não é fácil de engolir!
- Pode crer. Esse papelinho não escorregava pela minha garganta, nem com um litro de água oxigenada.
- Mas vocemecê queria matar-se por causa de uma mulher desta estirpe?
- Queria não, quero! E o senhor é que podia dar-me uma mãozinha, ia ali buscar aquela almofadinha, encostava-a rente ao meu nariz e depois era só apertar uns segundos, da maneira que eu estou, era num instante...
- Vocemecê está a delirar em febre. E da alta!
- Já que estamos aqui na palheta como se fossemos bons amigos, vou-lhe
contar...
Tirou o boné da cabeça, deixando a descoberto uma entrada respeitável, e arrumou-o nas mãos envergonhadas.

- A minha Patrocínia, de cada vez que eu era chamado numa diligência, punha uma toalha verde alface na janela da cozinha a propósito de chamariz, e, patrão fora... já se sabe.
- Palavra?
- Primeiro foi um ajudante de barbearia, depois foi um jornalista...
- Um escritor!
- Um escritor? Esse não sabia...
- Não se trata disso homem! Eu queria era dizer que jornalistas, escritores, vai tudo dar ao mesmo. Escrevem!
- É como lhe digo, aquela toalha era cá de uma serventia...
- Então e... separaram-se?
- Ainda não acabei... certa vez meteu-se com um pedreiro. Daqueles que vêm de onde Judas perdeu as botas para fazer serventia nas obras. Sei dizer que cada vez que ia lá a casa, desviava sempre qualquer coisita de valor, primeiro foi um relógio, depois foi outro, depois foi o vídeo, e por aí a diante, até levou um quadro da sala!
- As vezes que o malandro lá foi, hein? A minha Verónica ao menos nunca meteu o Alberto tudo pegado lá em casa!
- Ainda não acabei...
- Continue...continue... – Puxei de um cigarro.
- A este último, mandei-o prender. Ao pedreiro.

Agarrou-me no cigarro sem cerimónia e fumou-o todo numa passa só. O que foi pena. Era o último que tinha.

- ... Só que à dias descobri que o dinheiro que dava à minha mulher para pagar a renda, afinal, era para pagar ao advogado que o livrou da prisa.
- Ó amigo, vá lá buscar a almofadinha. É de tamanho suficiente. Apertamos os dois.

Quero dizer-te que está tudo na mesma. Eu incluído.
Ainda não foi desta, que fui desta para melhor, de modo que ainda cá estou.
Quem já cá não está é o Carlos... Custa-me dizer-te, mas aqui vai: matei o Carlos.
Salvo seja, matei o teu melhor amigo.
Com um tiro certeiro.

Certa noite alguém chamou a polícia para poder dormir em paz.
Desde essa noite, nunca mais pude dormir sossegado.

“ Encontras os toxicodependentes na escada, deparas-te com aquelas criaturas à roda de uma pequena fogueira como se fosse a primeira vez. Visitam-nos à tanto tempo, ou somos nós que os visitamos. Fazes sempre alarde. Sempre que acendes a luz da escada não é a eles que surpreendes, és tu que te espantas. Finges que andas à procura da chave da caixa do correio, que nunca tivemos. Eles tão te vêem, pareces estranhar. Eles não te verem, eles estarem ali. Eles, que sempre estiveram ali. Abres a porta da nossa casa e falas disso como se fosse a primeira vez...”

O que é que querias! Que gostasse de os ver por cá?

- Olá rapazes! Gosto de vos ver por cá!

“ - Aposto que não distingues a Paula do José António, a Lia do Carlos. Para
ti, os rostos que agonizam por baixo do chão da nossa casa, são tão escarnados que são iguais.”

Baixei o som da televisão para ter a certeza que alguém tinha chamado a bófia.
Chegaram num carro patrulha. As portas abriram-se com o carro ainda em movimento.
Por baixo da varanda do nosso quarto, uma sirene ensurdecia, e um foco de luz cegava, num movimento giratório, de azul aceso. Os agentes apressaram-se para as traseiras do nosso pátio, e enquanto o diabo esfregou um olho, trouxeram um por um, para o meio do terreiro.
Vazaram-nos no chão e pisaram-lhes os pulsos com a sola dos botins, enquanto vasculhavam os seus corpos como lixo.
O Carlos havia fugido.
Eu destinguia o Carlos dos outros porque andava sempre com a viola às costas e debaixo da asa.
Porque estava naquilo à pouco tempo.
Porque era o único que levantava a cabeça quando eu acendia a luz da escada, e sentia-se tão acanhado de estar ali como eu.

O Carlos amava-te. Eu sabia-o bem.
Via a heroína nos olhos dele, eras tu.

O Carlos, de ser de todos o mais lampeiro, conseguiu fugir.
Outros agentes que galgaram os muros e os varais, montaram um rodeio em volta do nosso prédio. Foi então que apontei a vista para o telhado e seguiram-me sem pestanejar, o movimento denunciante, os buracos negros do fim das espingardas. Desviei as vistas do vulto, num repente, na tentativa de despistá-los, mas deu-se um disparo.
Um tiro certeiro na asa do teu pássaro...

“ ... Vejo os teus olhos povoados de pássaros e de todas as aves pequeninas... ainda estás em tempo, desata-te e voa, deixa a heroína, não espantes do teu olhar todos os pássaros, todas as aves pequeninas...”

Um tiro certeiro no teu pássaro, a meio do voo inconsciente. Foi cair no terreiro, a ave morta e vermelha, ao pé dos outros, a esvair-se em sangue.
Ajoelhada aos pés de um polícia hirto, a Lia, sim, a Lia. Ou seria a Paula? Não sei precisar, nessa mesma noite em que o Carlos se desmembrou e abalou, de certo para te voltar a ver, a Lia, sim, era a Lia, cuspiu para cima dos botins do bofia, mas foi como se me tivesse cuspido na cara.
Atingi o Carlos com o meu golpe de vista.
Fui eu que o indiquei. Fui eu quem acabou por o matar. Essa é que é essa.
Queria devolver-te o teu amigo, o teu pássaro, mesmo que ferido, debilitado. Queria arranjar-te outro para o lugar dele. Mas isso, não posso. Não tenho como.
Só posso deixar a boneca de trapos em cima da nossa cama. Se te disser que nunca mais a tiro de lá, voltas? Voltas, Verónica, voltas?

2.6.08

Ser poeta

Vestir-te, despir-te
Lavrar os teus cabelos
Encher a tua cara de beijos
e as mãos
e a barriga
De amar-te não poder desistir
Tranquei-te
Perdi a chave
Tenho saudades tuas
Mato-as!
Não comer, nem dormir, falar só uma palavra
(um verbo transitivo, directo, que se repete)
E qualquer semelhança entre isto
e o ser mãe
não é mera coincidência,
É apenas que um poeta finge tudo,
menos o amor que sente por um filho

Podem por favor

fazer menos barulho a comentar?
Estou a tentar escrever. Depois não reclamem da categoria dos Post's.

"E digo:

que tudo se afogue na gordura das manhãs,
Que tudo silencie...
E uma língua de fogo atinja os livros que não escrevi."


Al Berto in "Filhos de Rimbaud"

Sexo e a Cidade, vem aí o filme


Vem aí o filme beseado na série documental Sex & the city que revolucionou o universo (masculino, parte do feminino e em geral) com a descoberta de que as mulheres (afinal) também gostam de sexo.



Todas as Crianças caem

André, O Pássaro de Fogo
"(...) estávamos a passar férias em Armação de Pêra no
Algarve na casa da minha irmã, foi em 2001, o André tinha 8 anos, fizemos um
churrasco no jardim, lembro-me do Zé e do meu cunhado terem tido imenso cuidado
com as crianças, mandaram-nas embora para os quartos, brincar porque iam colocar o carvão e acender o fogo com álcool (aquele de gel) mas acho que naquele dia por mais cuidados que tivéssemos... A minha irmã andava sempre a perguntar
pela Inês (a mais pequenina) nós ficamos cá fora a beber caipirinhas mas sempre de olho nos miúdos pelos grandes vidros das janelas dos quartos, mas houve uma altura em que o André saiu, nos apanhou todos distraídos a falar alto e a pensar que eles estavam bem e entretidos uns com os outros e foi para o pé do churrasco e resolveu virar as carnes, o fogo pegou-se às mangas da swet-shirt (eu tenho que abrir aqui parêntesis porque eu tenho sempre tenção às etiquetas da roupa que compro ao André, verifico o nylon e os outros materiais sintéticos que não deixam a pele respirar e são altamente inflamáveis, as fantasias de carnaval por exemplo podem tornar-se muito perigosas em caso de acidente, se a swet-shirt do André fosse daquelas 70% poliéster, 20% não sei o quê e o resto algodão, tinha sido muito pior), o André começou a gritar e a correr o que fez atear mais as chamas, desatamos todos a correr atrás dele, o pai apanhou-o deitando-lhe a mão, atiraram-se os dois para o chão, eu o meu cunhado e uma prima fomos direitinhos à mangueira (todos nos lembrámos logo da água, eram 6 mãos em cima da torneira para abrir a água!), deitamos água para cima dos dois quase até chegarem os bombeiros!
O meu filho sofreu queimaduras de 2º e 3º grau, nos braços nas costas e na cabeça, felizmente as de 3º Grau (são as mais graves) foram só duas e numa extensão muito pequenina. No hospital passamos momentos desesperantes e aquela sensação: "o nosso filho está a sofrer tanto" nunca nos abandonava. Os médicos informaram-nos logo que mais vale uma queimadura de 3º grau numa pequena área que uma de 1º ou 2º grau numa área extensa (é uma curiosidade a propósito de nós comentarmos com a equipa médica que a queimadura de 3º Grau devia ter doído horrores ao André) as queimaduras de 3º grau queimam também os terminais nervosos, pelo que o paciente deixa de sentir dor. O pior são os danos irreparáveis que uma queimadura de 3º Grau pode provocar, o André sentiu mais dor nas queimaduras de 1º e 2º Grau nos braços que criaram bolhas enormes, mas felizmente ele fez uma única operação, ficou com algumas manchas mais claras, visíveis (mas não muito) nos braços mas sem qualquer mal-formação e todos, todos apanhamos um valente susto e uma experiência que nos marcou a todos (até porque todos nós temos crianças). Nós achamos que temos sempre imensos cuidados, mas basta que as crianças se portem bem durante uma hora, o nosso cuidado "baixa" para níveis muito perigosos, começamos a despreocupar-nos e é aí que o mal por vezes acontece, quando começamos a achar que já não há mal nenhum (...)"

Patrícia, Belém

O menino cor de lilaz


"(...) Deu uma queda violenta indo bater nos degraus de uma
escada, fez um traumatismo craniano, diagnosticado no hospital por TC
(tomografia computadorizada), na altura ficou inconsciente, só acordou mesmo (desperto) na ambulância, algum tempo depois começaram a aparecer zonas roxas à volta dos olhos o que nos alarmou mais ainda e deitava sangue pela boca (as enfermeiras todas diziam que era por causa da chucha (daquelas que têm plástico) são as piores. Durante meses, recorremos ao serviço de CI do Hospital de St.ª Maria para os médicos irem diminuindo o inchaço dentro do cérebro, despistar ou prevenir futuros ataques epilépticos e tomou medicamentos para as dores ainda durante muito tempo. Passada a fase do pânico, estamos desde aí sempre em estado de alerta. Felizmente à data está tudo bem, passaram-se dois anos, o medo que ele caia outra vez é extensível a toda a família (sobretudo aos avós) que tomam conta dele muitas vezes. Quando o vemos correr e jogar à bola (desporto favorito) o nosso coração salta pela janela!
(...)

Susana e António, Lisboa

O mau pacificador


"(...) O meu filho Daniel caiu também quando
tinha 3 anos na cozinha da nossa casa, foi com a cara ao chão e a chucha (da chicco, com aureola de plástico)
que até então, tinha sido o elemento pacificador, foi o mau elemento da
história. Parabéns mãe e filho corajosos, sem dúvida".

Rúbem, Seia

Açucar só no café com leite


"Só queria desejar a cicatrização rápida em relação à ferida
do Miguel (é muito bom quando nos conseguimos manter calmos e lúcidos e quando
os nossos filhos colaboram tão bem como o Miguel colaborou, ele apesar de muito
pequenino, não fez um berreiro que é uma coisa que não ajuda nada embora seja
perfeitamente compreensível e normal, mas não nos ajuda a pensar) e que a
lembrança má passe também depressa, eu já passei por esse susto, não vou dizer
quantas vezes, mas posso dizer que muito provavelmente não será a primeira
nem a última vez, as crianças são uma surpresa, (...) nunca coloquem açúcar, manteiga, compressas e algodões sobre as feridas, uma vez a minha tia colocou açúcar numa ferida que a Beatriz fez na mão (para estancar o sangue que não parava de escorrer) e a médica depois no hospital não
conseguiu fazer o diagnóstico."


Ângela Filipa, Lisboa

Anjos, a mãe coragem e os seus filhos

"(...) um dia eu estava a cozinhar, ele tinha apenas 16
meses, estava com ele ao colo, como sempre e era se eu queria fazer alguma coisa
(...) mas nesse dia coloquei-o no chão só por um momento, só para fechar a
panela de pressão. Já gatinhava e como tal foi para o corredor e de lá subiu
(tão depressa que eu nem vi!) para cima de uma cadeira ao pé da mesa do
telefone, de costas para mim, de pé e de nariz para a parede, só ouvi: - "ãe!!!" e ao mesmo tempo que me viro cai o meu
bebé no chão em cheio com a nuca na pedra. Nunca vi tal choro a uma criança, era
um choro diferente, ele até abanava a cabecinha à procura de ar para respirar. A
palidez foi o que mexeu mais comigo. Apesar de não ter desmaiado nem vomitado
não achei aquilo normal. Corri para o Hospital e o médico disse que eu tinha
sido muito perspicaz em tê-lo levado logo para as urgências. O problema era
grave, não se podia fazer nada na altura, ficou no banco dos adultos numa maca a
noite toda e lá ficaria alguns dias sob vigilância, mas como mostrei ser
responsável, o médico veio falar comigo, explicou-me que corria o risco de à
medida que o osso fosse fechando, entalar os tecidos da cabeça trazendo
problemas bem sérios que não teriam cura e por isso davam-lhe alta à minha
responsabilidade, tendo o cuidado de lá ir todos os dias durante o tempo que eles
entendessem. Andou lá em vigilância até aos três anos (altura em que o crânio está fechado completamente). Como fez fractura craniana com lasca, (...) a epilepsia era apenas o mais brando dos problemas graves ou muito graves que daí podiam advir (...) por favor mamãs, não tenham medicamentos nem produtos abrasivos ou tóxicos ao alcance das crianças, não se podem ter cadeirões soltos
pela casa enquanto há bebés, desviem tudo, não tenham nada em casa se preciso
for, a vida dos nossos filhos vale isso e muito mais, o perigo está onde
pensamos que ele não existe. Não esperem depois de uma queda, que o vosso filho
vomite ou desmaie, o tom da pele diz-nos muito (...) com apenas 16 meses podia ter passado de um bebé lindo e perfeitamente normal a uma
criança dependente de alguém para o resto da vida (...) aos dois anos apanhou
uma coqueluche ou tosse convulsa que lhe arrastaria vários problemas durante 10
anos, mas o seu 4º aniversário foi terrível até que encontrei um homeopata que o
curou. - Mamã, mamã, amanhã vou para a escolinha!
Fomos todos levá-lo, quando regressou vinha a chorar: - Mamã,
tenho lá tantos amigos, porque é que não me metes-te na escola mais cedo? (...)
no interim desta odisseia e como eu só tenho bebés aos pares, quando o Joca tinha dois anos e quatro meses, nasceu uma menina. Mas isso é outra história..."

M.ª dos Anjos, Porto da Paiã


E fica para outro Post, já pensei até no titulo: "Anjos".
A tua alma de mãe é tão grande! Obrigada pelos "retratos" que ainda por cima estão em formato de papel, manuscritos, não imaginas o que representa para mim mos teres confiado (ainda para mais em formato de papel). A todos: Como vêem, eu não me esqueci de fazer este Post "Todas as crianças caem", não me esqueci da solidariedade, da amizade, não me esqueci de nada.