oreinabarriga

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29.9.11

eu sempre fui muito parva, graças a Deus

eu sempre fui muito parva, e o meu pai também era muito parvo, graças a Deus, quando nos juntávamos era a ver quem é que conseguia ser mais parvo. parvo = a comediante, ter a capacidade de rir às vezes até da própria desgraça, ou fazer de palhaço só para arrancar um sorriso a alguém que estivesse muito triste, como se a vida fosse um circo de verdade. ultimamente tenho andado muitíssimo parva, não é nenhuma espécie de homenagem póstuma, é antes o exercício (o exercício possível) de... exorsizar?


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26.9.11

efeito dominó

a minha vida tem mais um efeito: efeito dominó. cai um, caem todos.
ando tão atenta para não me deixar cair, tão atenta.

23.9.11

09:40AM

há horas que custam uma eternidade a passar.

22.9.11

esta certeza que me invade...


... sempre que deixo que ela (fotografia) me conte a historia.

HISTORIA

são arcanjos e anjos, os arcanjos (o pai e a mãe), os anjos (os filhos). todos já partiram no sentido dos ponteiros do relógio, tudo termina exatamente no ponto onde começa (da esquerda da foto para a direita, regressando a esquerda no sentido dos ponteiros de um relógio).
dos anjos só um está ao colo do pai. e só esse voltou para o colo do pai. os outros anjos estão de volta das saias da mãe. só um voltou para o colo do pai (marcando o ciclo inevitável das horas?)...


P.S.: esta é a história (e a ilustração) mais bonita e mais triste que eu alguma vez tive que ler, li, a mim própria. é tão infinitamente triste que a acho muito mais bonita do que triste. 

21.9.11

um mes, quase

foi isto que povoou a minha cabeça todo o dia de hoje, todas as horas, cada minuto: "não aguento mais" "não aguento mais" "não aguent...", estou a quase um mês a viver (?) sem o meu pai, um mês, um mês é tão pouco tempo e eu já não aguento mais...

não liguei para casa só para não ouvir a voz da minha mãe embrulhada na garganta, e o barulho que as lágrimas fazem quando caem na roupa escura, nada é mais importante que aquela solidão, nada é mais importante e eu no trabalho, num monte de papeis "se ligo, largo tudo".

não estou a partilhar isto publicamente por ter vontade de dizer ao mundo! o quanto estou triste (eu sempre fui discreta na alegria e na tristeza, nada dada a exibicionismos), estou a partilhar isto porque não me saiu da cabeça (nem por um minuto, nem enquanto os outros falavam, nem enquanto eu falava (respondia?), não me saiu da cabeça isto "eu não aguento mais" "eu nunca mais vou ver o meu pai" "eu não aguent..." e aguentei.
é só para partilhar que... aguentamos.

20.9.11

viver em estado de memória


conduzo, respiro (vivo), adormeço, faço o verbo mãe (o de mulher ainda não reaprendi), e ponho outros verbos em movimento (trabalhar, estar, responder, comer, ...), tem que ser, mas vivo (respiro) em estado de memória.

16.9.11

obs.:

quero morrer como o meu pai: quando tiver reunido um numero de pessoas suficientes que me chorem.

exemplo

somos aquilo que nos ensinam, mas somos muito mais os exemplos que nos dão.
estou infinitamente mais preocupada "se sou um bom exemplo para o meu filho" que ensinar-lhe seja o que for.

dentinhos de micróbio

o meu filho com os dentes, não dá trabalho nenhum. quando estão a nascer não se queixa, quando estão a abanar arranca-os. sozinho :)

a estrelinha

o miguel pediu à estrelinha para ter um bom dia na escola, ou gostar da escola (1º ano, 1º dia), não sei dizer muito bem, ele pediu tão baixinho...


mas a estrelinha percebe tudo :)

4.9.11

a última vez que falámos


a última vez que ouvi a tua voz (pai).