oreinabarriga

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este blogue tem Livro de Exclamações

29.11.08

Divas (e dúvidas) da moda


Esta moda das botas brancas é horrível e todas as botas brancas que andam por aí, são horríveis, de estilo e de gosto duvidoso.
Eu sei que foi atribuída a Picasso esta frase:
" O bom gosto é uma coisa terrível. O bom gosto é o inimigo da criatividade!

Mas eu não vejo criatividade, vejo vulgaridade. Nos anos 60 usaram-se muito, mas ao estilo Paco Rabanne,

simbolizavam o espaço, o futurismo, este ano, e por cá, simbolizam a vulgaridade, eu diria que todas as botas brancas são vulgares (e vejam também sinónimos para a palavra vulgares, porque aplicam-se todos).

28.11.08

Desculpem...

... os post's fúteis, materialistas, este espírito consumista, mas estamos perto do Natal (o Natal é isso tudo e mais um par de botas) e eu (juro) sou solidária o ano inteiro, de preferência nas alturas que não lembra a ninguém.
Para além do mais eu detes, não, odei... não aprecio o Natal, de modo que post's fúteis até servem para exorcizar.

Bvlgari

Também estou a precisar de um frasquinho da minha 'baunilha mágica...

Ainda ontem...

... fui à Quebramar , comprei o meu blusão de pele tamanho xs que me assenta como uma luva e pelos vistos ficou lá a mala. Ó que maçada, agora ter que lá voltar.

Ai credo! que me enganei na foto... Bom, vamos lá outra vez: Ora aqui está a mala que eu procurava, é da Quebramar, é linda, é azul petroleo como eu queria, é o meu azul preferido...



Agora é que está bem.



Quebramar

Ora aqui está a mala que eu procurava: é da Quebramar, é linda, é azul petroleo como eu queria, é o meu azul preferido...



27.11.08

Sinoblocos ou Silent-bloc

( Sinoblocos ou Silent-bloc. Foto retirada do forumautohoje.com)
(Sinoblocos ou Silent-bloc. Foto retirada não sei de onde, já não me lembro onde fui buscar estes sinoblocos, espero que o site ainda consiga andar sem eles)
.

Quando viro a direcção quase toda do meu carro sinto uma trepidação e ele range, faz Terrac, Terrac (linguagem de automóvel).
Levei-o a um tradutor, digo mecânico de automóveis e o meu carro precisa de sinoblocos novos, que são borrachas que fazem parte do triângulo da suspensão, reduzem o desgaste dos elementos da direcção, e da suspensão, e absorvem os impactos da estrada (buracos e lombas por exemplo). Ora vamos lá a isto:
Tiram-se as rodas para fora, desaperta-se a barra estabilizadora, depois há para ali uns parafusos nas rotulas de direcção, nos sinoblocos e nas ponteiras das transmissões, desaperta-se aquilo tudo, substituem-se os sinoblocos e depois é levar o carro a alinhar a direção. Eu até fazia isto tudo, o pior era levar o carro a alinhar a direcção, tinha que ir buscar uma vassoura, varrer o carro (que entretanto estava todo desfeito em peças), enfiar aquilo tudo dentro de um saco e levar o saco ao centro:
- Era para alinhar a direção se faz favor. Onde é que tenho o carro? Está aqui, dentro deste saco.

É melhor levar o carro ao Sr. Simões (mecânico e tradutor de linguagem automóvel) e ele põe-me os sinocoisos e amanhã volto a sentir aquela condução macia e silenciosa que são duas das qualidades que mais aprecio num carro, se não tinha um UMM.


P.S.: Sr. Simões: - O carro está bom, estive
a andar com ele e a ver tudo e está bom, nunca pensei
(como quem diz: para
carro conduzido por uma mulher, nunca pensei), não precisa de nada
(para além dos sinocoisos), não faz mais barulhos, para o carro que é
(não propriamente um carro robusto) e para os anos que tem está
muito bom, nunca pensei
(como quem diz, para carro de mulher, nunca
pensei)...

Cinquenta ou a Quinhentos

Eu e a Rita a caminho do Odivelas Parque, hora de almoço, estrada da paiã, limite de velocidade 50 controlado por radar e vejo um agente da psp a abrir os braços, como quem diz: Atão?
- Porque raio está o polícia a levantar as asas?
E nisto ele, visivelmente chateado, desata a mandar avançar os carros que passavam vagarosamente, enervado eu diria, ia tudo ali a pisar ovos por causa do radar e nós:
- Olhameste, numa estrada com limite 50 está um agente da autoridade a mandar acelerar? Andem lá com isso seus pisa ovos!? Andem lá com isso? Mas que ...
Desatamos a rir. E depois concluímos que deve ser daqueles polícias que está ali a mandar acelerar contra o radar e mal a gente passa o radar a 100 para lhe fazer a vontade ele desata a correr pela estrada da paiã a fora e 200 metros mais à frente:
- Pshé! Alto! Bamos a encoxtar, atão a menina não biu que paxou o rádare em xéxo de beloxidade não? Hum?
- Mas o Senhor agente ainda agora estava lá atrás a...
- Agora bou-lhe a paxar a multajinha, estava a pedilas a menina.
- Mas...
- Nem maje, nem meio maje.
Ou então logo à noite vai meter mais um zero no 50. Fica 500 que é para ver se passamos todos na pirisga e não tem que estar para ali a agitar as braçadeiras como um doido.
Ai, ai... um agente da autoridade a mandar ultrapassar o limite. Xim Xenhore.

26.11.08

UMM

Um comentador deixou um esclarecimento no post UMM isto é que é um Jipe! publicado em 16 de Março. Obrigado "de Abreu" por o ter feito, eu sou mesmo uma estarola! que ainda acredita que os UMM's continuam a ser fabricados algures numa fábrica mágica ali para os lados de Queluz...
Obrigado caro comentador, mais uma vez.


Boas, so um reparo, os UMM deixaram de se produzir pela
primeira vez por volta do ano de 1994, retomando a produção em 2000 (penso
que o
da foto seja dessa epoca), apenas fabricando por encomenda, vindo a
declarar
falencia pouco tempo depois, cerda de um ou dois anos(tendo vendido
cerca de 100
unidades longas a empresas de turismo no algarve).
25/11/08 19:16


Já agora e porque ainda bem que o comentador me fez voltar ao tema (é sempre bom voltar às coisas boas), aqui fica a página do clube:

Expressão musical

O meu filho vai para a escolinha de músi-ca! lá, lá, lá...

Ainda os Soldadinhos de Zinco

“Os mineiros de Aljustrel saíram hoje da residência oficial do
primeiro-ministro, em Lisboa, com duas mãos cheias de nada, disse no final da
reunião o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira Jacinto
Anacleto.”

25 de Nov. Fonte: agência Lusa

Pediram uma audiência ao primeiro ministro mas não foram recebidos nem pelo primeiro ministro nem pelo ministro da economia, foram recebidos por um assessor para as questões sociais. Há assessores para tudo, o pm tem que dar trabalho aos assessores, mas os mineiros deviam ser recebidos como gente ilustre que são e isto até me pareceu uma manobra para impedir que os mineiros sujassem o gabinete de fuligem que é uma coisa que não tinha mal nenhum, depois quem pagava a fatura da lavagem do tapete éramos nós e os contribuintes pagam para tanta coisa que até seria uma honra pagarmos a lavagem de um tapete que havia sido pisado por mineiros de Aljustrel.
Saíram da residência oficial com “duas mãos cheias de nada”.
O governo fala em “investidores credíveis” que é uma coisa vaga, nem nome têm, ou nacionalidade, é uma coisa vaga até para uma otimista como eu.
Uma coisa é certa: podem tirar-lhes o posto de trabalho, podem não lhes dar direito de antena (que ontem não se falou ou escreveu outra coisa que não fosse professores, sindicato dos professores e as manifestações contra o regime de avaliação), podem ser "duas mãos cheias de nada", mas a dignidade com que lutam e a força com que ainda se manifestam ninguém lhes tira.


clique aqui: http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1049795 para ouvir as memórias de um mineiro de Aljustrel.

24.11.08

Soldadinhos de Zinco


(Fotos Reuters)

Os mineiros das Minas de Aljustrel esperavam (esperam) do governo uma intervenção semelhante à que aconteceu com o BPN. Toda a gente sabe que não tenho nada contra o plano de medidas concretas que o governo apresentou para a crise financeira, nem contra a injeção de dinheiro nas instituições financeiras, já falei disso, toda a gente sabe que tenho um… fascínio por mineiros. Têm olhos piscando na carne cheia de fuligem, parecem-se com soldadinhos de chumbo, são soldadinhos de Cobre e de Zinco, não são de brincar, são soldadinhos sem medo ou então o medo está coberto da mesma fuligem e só lhes encontro a bravura.
O governo fala em negociações com investidores que querem comprar as minas de Aljustrel e assegurar assim os postos de trabalho nas célebres jazidas, mas os mineiros não pedem por mais promessas, pedem medidas concretas ao governo que tratou de salvaguardar os postos de trabalho do Banco Português de negócios, que tranquilizou os bancários, que nacionalizou o banco e os mineiros? Todos aqueles homens que têm olhos piscando na carne cheia de fuligem? Que até lutando por um buraco tenebroso e sombrio na finisterra onde mais ninguém quer ter um posto de trabalho, só lhes encontro a bravura?

17.11.08

Ir às compras

Ir às compras era fácil no tempo em que a minha mãe me mandava fazer recados.
- Vai à padaria e trás 1 pão e 3 carcaças. Vai à D. Amélia e trás um pacote de manteiga e 1 litro de vigor.
A padaria vendia pão, pão de mistura, pão integral e as carcaças (pão branco), a D. Amélia vendia manteiga primor e o leite era vigor ou do dia. Ir comprar pão ao supermercado (já não falo em ir comprar pão ao hiper) não é como ir ali fazer um recado, quase que é preciso tirar um dia de férias. É preciso atravessar o corredor das esfregonas e dos detergentes, o das loiças, o dos enchidos e chegar à padaria (padaria não, fábrica do pão), é coisa para demorar logo uns 10 minutos e isto é se não precisarmos de uma esfregona nova lá para casa e tivermos que decidir se é villeda ou Scotch Brit ou marca branca, se é para chão se madeira ou mosaico, se chega aos cantos, se vem com balde ou sem balde, finalmente na padaria (padaria não, fábrica do pão), andamos ali trás-para-a-frente, meia hora à procura dum pão porque há pães de todas as qualidades: da avó, de Mafra, da Alenquer, Alentejano, especial, com sementes de sésamo, com passas, com pepitas de chocolate, com farinha 75, de centeio, de trigo, sem sal, de forma, de forma com côdea, de forma sem côdea, doce tipo folar, eu sei lá! Encontrar umas simples carcaças é um quebra cabeças. O leite também não é tarefa fácil, de soja, para crianças divididos por etapas de crescimento: dos 0 aos 12 meses, dos 12 meses aos 3 anos, a partir dos 3 anos; para séniores, para grávidas, com ómegas, com bifidus, com cálcios, sabores, cereais e 30 por uma linha... Se uma pessoa tem o azar de precisar de uma lâmina de barbear ou pensos higiénicos lá se vai o dia de férias, porque há lâminas de cabeça fixa ou oscilante, advence ou confort, formato económico, familiar, extra, sensor ou sensitive, extreme, com lubrificação, com aloe vera e acabamos sempre por ter que ligar:
- Ó querido que lâmina costumas usar?
- Que lâminas há?
E pensos? Eu vou direitinha aos evax's amarelos, normal, sem alas, ou aos tampões Ob sem aplicador mas há mulheres e homens, os homens então (uma mulher que manda um homem comprar pensos higiénicos só pode estar a castigá-lo), que ficam ali numa aflição, o tempo a passar e aquele stress de ter que decidir: adapt, slip, com abas, abas finas, alas, sem alas, fina e segura, diários, tanga, air dry, noite, cottonlike, com toalhitas, odor fresh, tamanho 14, 16 eu às vezes olho de soslaio quando um homem está a pegar num 14 (uma mulher que manda um homem comprar pensos higiénicos só pode estar a castigá-lo) e depois devolve à prateleira e pega num 16 e depois olha em volta e depois repõe o 16 e pega no Maxi e pela cara deve pensar mas eu sei lá agora o tamanho! Ela veste o 36 mas o tamanho de... do... eles estão habituados a comprar preservativos e depois levam o 16 que é médio e mais tarde descobrem que o 14, 16 ou Maxi é o tamanho do penso, mas entretanto já fizeram figura de parvos.
- Querida, de que marca disseste que eram os pensos que usas que já não me lembro? Ausónia? ora ausónia, ausónia, temos aqui evax, reglex, renova, marca continente, carefree, sou, estás mesmo a precisar querida é que está a dar-me uma caímbra...
Neste campo do consumo, o simplex não se aplica. Muitas vezes saio do supermercado (já para não falar no hiper) e tenho que parar na cafetaria para beber um café antes de ir para casa.
- diga se faz favor.
- tire-me um café e queria também uma garrafa d' água.
- Muito bem, o café é cheio ou é curto? Quer que escalde a chávena? É clássico, arábico, gold?
- ?
- Eu ajudo. Gosta do café delicado, encorporado, amargo, torrado, macio, aveludado, ...
- Intenso. Gosto do café intenso.
- Muito bem e a águazinha, vai ser com gás, sem gás, natural, natural fresca, de manga, limão, groselha com chá verde..?

13.11.08

Raio X

O meu filho já levou pontos na cabeça sem chorar, já fez um Raio X no hospital e gostou da experiência (também fez ao meu colo, isso conta muito) desta vez fez um grande chinfrim!
- Não quéu! Não! Não! Tiame daquí!
E a técnica que estava lá para tirar o Raio X em vez de ajudar a acalmar ou já ter pensado num esquema para tirar Raios xis a crianças tão pequenas, não, molestava-me o juízo:
- Ai, assim não sou capaz de lhe fazer o exame, assim não sou capaz, é melhor desistir.
Eu que já estava a ver a minha vida a andar para trás, apontei-lhe o dedo ao nariz:
- O meu filho vai fazer o raio do raio xis sim!
Eu já transpirava, o Miguel agarrava-se à minha mãe e arrancava-lhe punhados de cabelo.
- Não quéu ! Não! Não ! Não!
- Mas é só uma fotografia filhinho, não dói, não custa nada, a mãe está aqui e a avozinha, olha aquela luz filhinho, não parece uma nave espacial?
- Tiame daquí!
Só conseguimos fazer o exame porque a técnica, depois de eu ter consentido: (- Sim, podemos tentar, como é uma pessoa estranha pode ser que ele a si tenha respeito e acalme...) o abanou e lhe deu dois pares de berros e ele lá ficou uns segundinhos a soluçar e lá saiu a chapa em condições, finalmente!
A primeira vez que o Miguel fez um Raio X foi no Hospital e lá vestiram-nos umas capas protetoras e sentaram-no ao meu colo e ele não se assustou, até gostou, na clínica, era preciso que se deitasse em cima de uma enorme placa, ficasse quieto com a cabeça para trás a levar com um quadrado de luz florescente em cima. Não é mesmo nada tranquilizador. Tirar o Raio X de pé foi também o que acabou por acontecer porque deitado... não havia maneira.
O meu filhinho, que já levou pontos na cabeça sem chorar...
As crianças são mesmo imprevisíveis!

A última queda

Durante uma brincadeira com o pai o Miguel caiu, à três meses atrás e bateu com a cabeça no chão, com a zona do frontal. É frequente que neste tipo de traumatismos o médico solicite uma radiografia ao crânio, e em caso de fractura, uma tomografia. Na altura, apenas tratamos do "galo" e ficamos vigilantes, atentos aos sintomas relacionados: vómitos, sonolência, confusão mental, que felizmente, nunca aconteceram. Quando um traumatismo se localiza no parietal, que é parte lateral da cabeça e ocasiona uma fratura, o risco pode ser grave, pode acontecer uma lesão na artéria meníngea, "a zona do frontal é forte", repeti isto a mim mesma uma quantidade vezes: "o frontal é forte" como quem precisa acreditar nisso. Que "não foi nada". As crianças que nesta idade têm a cabecinha proporcionalmente maior que o resto do corpo, quando caem e porque ainda não aprenderam a levar as mãos ao chão para se protegerem, é a cabeça que sofre o primeiro embate. Depois vem o inchaço, o céfalo-hematoma, o "galo", que é um sinal externo que na maior parte das vezes não tem gravidade e sinaliza o sítio do traumatismo. Deve colocar-se gelo imediatamente para parar o inchaço e aliviar a dor.
A consequência das quedas tem muito a ver com a altura, a deslocação, a velocidade, por exemplo a andar de triciclo ou a correr, a consequência da queda pode ser mais séria. Mesmo que a criança não sangre, não tenha vómitos, não desfaleça, é bom consultar um médico, fazer um Raio X. Durante estes meses o Miguel teve sempre aquele altinho na testa, nunca se queixou, mas eu carreguei e carrego uma certa mea culpa, porque uma fratura do crânio é uma via aberta a infeções do exterior (nariz, garganta) para o cérebro e vice versa, fluídos do cérebro para o exterior. Isto sou eu a espoletar e depois de ter armazenado durante este tempo todo informação como esta: "Fractura do crânio em crescimento: forma de fractura do crânio, sobretudo na primeira infância. A laceração da dura-máter por fractura do crânio leva a interposição de substância cerebral, LCR e tecido de granulação. A fractura não fecha e a fenda alarga-se sob a pressão intracraniana" retirada do site medicosdeportugal.saude.sapo.pt ou "As fracturas de crânio podem lesionar artérias e veias que podem sangrar nos espaços à volta do cérebro. As fracturas, especialmente as que se produzem na base do crânio, podem romper as meninges (as membranas que revestem o cérebro). O líquido cefalorraquidiano, que circula entre o cérebro e as meninges, pode então sair pelo nariz ou pelo ouvido. Há casos em que através dessas fracturas entram bactérias para o cérebro, que causam infecções e o danificam gravemente" retirado integralmente do manual da Merck http://www.manualmerck.net.
Fomos ontem fazer o Raio X. Aparentemente, disse a técnica que (a custo, mas isso é para outro post) fez o exame ao Miguel, ele "não tem nada".
Dia 19 espero (ansiosamente) que a Dr.ª Manuela me diga a mesma coisa "O Miguel não tem nada", e, quando é que devemos começar a preocupar-nos quando os nossos filhos caem? Logo quando caem.

12.11.08

A consulta dos 3 anos

No desenvolvimento cognitivo o meu filho está aprovado com distinção: memória, raciocínio, perceção, linguagem, imaginação, aprendizagem, ... Só não diz os érres! Os érres que ficam no meio das palavras mas sobretudo os que ficam no fim das palavras. Diz páa! em vez de pára! conduzie em vez de conduzir, acelaadoe em vez de acelerador, carrinho é carrinho, rua e ruca não há problema mas nem todos os érres saem cá para fora, na opinião da Dr.ª Manuela se aos 4 anos o Miguel continuar a esconder os érres vai ter aulinhas de terapia da fala. Eu achei bem. Os érres fazem falta (ainda hoje tentei que ele dissesse branco em vez de banco porque uma coisa é uma cor outra é um objecto, e, como não consegui, a cor da lã da ovelha é uma coisa que serve para a gente se sentar).
O meu filho tem aprendido novas palavras e faz isso rapidamente e aprende a dizê-las correctamente também em pouco tempo, os érres é que...
E eu tenho reparado que os desenhos animados recorrem muito aos érres, não se trata de uma coincidência, os criadores têm curiosamente em consideração que o "R" é uma letra difícil de soletrar para uma criança e vai daí chamaram Trú Trú a um burro, Ruca a um menino de 4 anos, o Paulo é um carteiro, etc., há muitos érres para as crianças aprenderem a dizer a brincar, o Miguel é que vê muitos desenhos animados mas ainda assim não é capaz.
O meu filho também está muito alto! (3 anos= 99cm= percentil 90).
O que não faz é cocó (só com bebé-gel). Podemos estar ali com ele duas horas, esgotar todas as cantigas e histórias encadernadas, prometer chupa-chupas, carrinhos, passeios e coisas do arco da velha, explicar que o cocó tem que sair, que faz mal à barriga, que tem que ir para os peixinhos, blá, blá, blá, que ele não faz, não faz e pronto. É mais preguiça que preso de intestinos, chega a encolher só porque quer brincar e não quer interromper a brincadeira, é psicológico, é isso tudo, que dá nos nervos, dá. A Dr.ª Manuela receitou um laxante suave indicado para crianças: "Xarope de maçãs rainetas". Compra-se na farmácia e é baratuxo (nem que fosse carissimo! é preciso é que as maçãs façam efeito). Vamos lá ver se o xarope é laxante (e por consequência, bom para os nervos).
O "galo" que o meu filho tem na testa resultado dele ter batido com a cabeça no chão da churrasqueira da avó Dília é que não é nenhum "galo", se fosse um galo já devia ter "baixado a crista" (pusemos tanto gelo) e eu devia ter feito um raio X à mais tempo e ando com esta mea culpa a arrastar... pode ser que amanhã consiga falar disso. Mas posso já adiantar a moral da história: Quando as crianças batem com a cabeça devem fazer um raio x (ou qualquer outro exame adequado), mesmo que fiquem bem depois de ter batido (sem vómitos, conscientes, prontos para a brincadeira, etc.), nem que seja só por "descargo de consciência", repito: nem que seja só por "descargo de consciência.

Gostava de saber...

... quem é o gajo que me assalta o carro todas as semanas. É um sujeito que não toma banhinho nem limpa a sola dos sapatos, desarruma tudo, quando chego está tudo espalhado, mas também não parte nenhum vidro, não parte nada, utiliza a fechadura previamente arrombada por um colega à uns tempos (aquele que me assaltou o carro da 1ª vez), de modo que era para lhe agradecer. Já pensei deixar um papel no assento: "Senhor assaltante, obrigado por nunca me ter partido um vidro, furado um pneu, por apagar o cigarro (dos meus) no cinzeiro, e deixar-me ficar o carro que me faz imensa falta como já deve ter deduzido pela cadeirinha do menino lá atrás", mas depois tenho receio que ele pense que não é a sério, sei lá, que eu esteja a reinar com o trabalho dele e ainda me parte mesmo um vidro ou me escangalha alguma coisa, pode ser que um dia o apanhe a espalhar-me a lanterna, os cd's piratas, o colete protetor, o maço de cigarros e todas aquelas inutilidades que se guardam no porta-bagagens e no porta-luvas e tenha a oportunidade então de lhe agradecer pessoalmente: - "Não estou a ver nenhum vidro partido nem nada partido e também não me falta nada, estão cá todas as minhas inutilidades, triângulo e tudo, obrigado, espero que a mala de ferramentas, a dos 1ºs socorros e o rádio que me gamou na altura que eu guardava inutilidades úteis dentro do carro lhe tenha rendido alguma coisa, acabe lá de fumar o cigarrinho que é para eu arrumar esta tralha toda outra vez no sítio, passar as toalhitas húmidas nos assentos e na cadeirinha do menino até poder ir à oficina deixar o carro para lavar por dentro e... até para a semana."

11.11.08

Café americano

-
Abriu no C. C. Alegro (em Alfragide) uma cafetaria da Starbucks, para quem gosta ou quer experimentar pela primeira vez o “café americano”, aquele quase meio litro de café (a chamada banheira) servido em copo de plástico (ou papel), fechado para que se conserve quente por muito tempo e com um protetor para as mãos devido à temperatura do café. O conceito que tenho do "café americano" é que é uma espécie de café "take away", pede-se numa loja (ou numa gasolineira por exemplo) e pode levar-se para ser bebido no carro durante a viagem, noutro lugar, ou para oferecer a alguém que não está propriamente por perto e por isso não me parece que um Centro Comercial seja o lugar 'ideal' para este 'ideal' de café. O lugar mais apropriado seria uma loja de rua, à beira da estrada, como existem nos Estados Unidos ou em muitas capitais Europeias. O café americano é mítico, o copo de plástico onde é servido figura na maioria dos filmes e séries americanas, não é particularmente saboroso, é um pouco mais fraco que o tradicional café lusitano. Também há quem diga que a Starbucks é uma maneira pretensiosa (ou não fosse norte-americana) de servir um mau café. Também não garanto que o Patrick Dempsey vá beber o seu Starbucks ao Alegro, mas... não deixa de ser uma experiência curiosa e diferente.

Escova de dentes elétrica


A escova de dentes elétrica é a melhor opção para lavar os dentinhos aos mais pequeninos. Escovar dentes tão pequenos em crianças com bichos carpinteiros na hora da higiene é uma tarefa difícil, a escovagem elétrica é mais fácil, mais rápida, mais eficaz e é divertida, e a cabeça das escovas (mesmo as nossas, elétricas) são do tamanho ideal.

7.11.08

Quando chegares para jantar

Abro os braços, com os puxadores de ambas as portas do guarda-fatos dentro das minhas mãos.
Ficou apenas um sobretudo, preto, entre os restantes cabides nus, a oscilar num quadrado oco, pendurado como um enforcado, de mangas inertes, os bolsos vazios, a lapela degolada a emoldurar um quadro que já lá não está.
Lembro-me vagamente da tua relação com um vestido Azul. Azul? Sim, azul, azul cor de petróleo. Lembro-me de te ver pendurado no bengaleiro do teatro, do café da livraria Antunes, do hall da casa da Ema, éramos felizes, somos felizes, só não sabia que um dia iria abrir os braços, com os puxadores de ambas as portas do guarda-fatos e só existires tu, entre os restantes cabides nus, a oscilar num quadrado oco.
O vestido azul fica-te a matar miúda. Enviar mensagem? Ok.
Espero que não estranhes, uma sms, nunca te mandei nenhuma. Nunca te disse que o sobretudo te caía como uma luva. Nem que o vestido azul te ficava a matar.
Eu pousava o casaco nos teus ombros e disfarçava. Fazia com que parecesse uma coisa natural, dizia: "- Veste-te que está a arrefecer." Eu reparava nos teus ombros frios, na tua pele arrepiada, na magreza sensual dos teus braços, mas disfarçava...
E se pensas que não via o nosso álbum de fotos, via. Sempre que tu não estavas eu via e o sobretudo está naquele retrato quando ganhaste o teu primeiro prémio literário e está no retrato onde o nosso filho andou pela primeira vez de carrocel, não se vê a tua cara e só se vê um bocado do sobretudo, mas dá para ver que é o sobretudo que eu nunca te disse, mas assenta-te como uma luva.
Ontem disseram-me que já estavas a viver noutra cidade, que eras feliz com aquele homem que sempre achei que não olhava para ti duas vezes.
Ontem disseram-me que estavas mais bonita. Sabes como é a vizinhança, gostam muito de falar da vida dos outros. Virei costas e vim para casa fazer-te o jantar.
Afundo os dedos nos bolsos do casaco, não encontro nada que te incrimine. Não sei dizer se alguma vez trouxe o sobretudo algo que te incriminasse, um bilhetinho, um convite, um poema, as pessoas falam, os amigos comentam, há a internet, mas sabes como são os outros, gostam muito de falar da vida alheia, não dou ouvidos. Éramos felizes, somos felizes. Ás vezes encontrava um talão da caixa do supermercado com o nome da operadora e a hora em que tinhas lá estado e isso chegava para mim.
Ouvi dizer que a semana passada tinhas ido visitar os teus pais, tu e o homem que eu achava que não olhava para ti duas vezes e não tira os olhos de ti (disseram-me que ele não tira os olhos de ti), sabes como é a vizinhança...
Só não sabia que um dia iria abrir as portas do guarda-fatos e só tu existires, e contemplar-te, e falar contigo, um sobretudo, pendurado como um enforcado, de mangas inertes, de bolsos vazios, ...
"- Ainda estás em tempo de combinar com um lindo vestido azul. Azul? Sim, azul. Azul cor de petróleo, vermelho, lilás, todas as cores ainda te ficam bem. Ainda estás em tempo de fazer inveja em qualquer bengaleiro. O quê? Velhos são o quê? Ora, não dês ouvidos a quem fala assim! "
Fecho as portas do guarda-fatos e os braços. Estás atrasada. É o trânsito. Deve ser o trânsito.
Pego no guarda-chuva e vou para a rua esperar-te. Oito, oito e meia, nove, dez, é melhor voltar para casa, ligar a televisão no noticiário, deve ter havido algum acidente, deves ter o telemóvel desligado, as pessoas passam por mim e falam, dizem que ele não tira os olhos de ti, o homem que eu achava que não olhava para ti duas vezes, disseram-me que ele não tira os olhos de ti, não ligo, onze, onze e meia, entro em casa com a ultima chuva nos olhos, volto a remexer nos talheres, substituo os guardanapos, nunca devíamos ter vindo morar para aqui, tem muito trânsito e comemos sempre a comida fria. Abro os braços com as portas do guarda-fatos e espanto-me: todos os cabides estão vazios... Todos.
A comida está fria, vamos jantar fora? Enviar mensagem? Ok.
Éramos felizes, somos felizes, quando chegares para jantar (é o trânsito) seremos felizes porque já não uso roupa interior de outra cor, é tudo preto. Gostas de preto e tenho slips de cor preta. A roupa interior de homem preta, faz milagres.
Todos os cabides estão vazios. - Velhos? Os trapos? Sorrio vagamente.

5.11.08

Belisca-me


Pela primeira vez na história, a maior potência mundial será dirigida por um afro-americano. Estou... orgulhosa. Aliviada primeiro que tudo, chiça, está feito, Barack Obama vai finalmente ser o 44º Presidente dos Estados Unidos da América (e do resto do mundo) e não se fala mais nisso e estou... orgulhosa (e não sou norte-americana, nem negra, nem asiática nem muito latina, nem nada). Tirando o Hamas (que controla a faixa de gaza) e quer continuar a amandar foguetes para Israel à vontade, o Iraque, a China, o Japão, o Vaticano, a Russia, a Palestina, a França, ..., ..., ... estão todos de acordo que este afro-americano é uma esperança de um mundo melhor.