oreinabarriga

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este blogue tem Livro de Exclamações

31.5.08

Eu ainda tentei...

Estou pronta, à espera que o Hélder (e a Sandra e a Constança) me venha apanhar para irmos almoçar à Sertã, se bem que o grande objectivo de eu me ter levantado às 7:30 AM não é ir almoçar a parte nenhuma é trazer o meu filho para casa, já chega, já são horas, o filho é meu, vamos lá ver se a gente se entende.
Já fui ao blogue do Pedro Rolo Duarte (http://pedroroloduarte.blogs.sapo.pt/) que é quase tão comentado como o meu :), já li os comentários (queridos estapafúrdios, não me apetece é responder, dou muita conversa ao elemento destabilizador e depois fico cansada).
Já repararam que mudei o letreiro do blogue? Agora diz "bem-vindos à minha vida privada" é original não é? (já li este letreiro em vinte mil blogues), que vocês estão preparados (sequiosos, perturbados) para entrar na minha vida privada já percebi, é fácil, é só dizer Ok (onde diz Ok) e a minha vida privada não tem interesse nenhum e é por isso que é bom estar aqui, não é? depois há os livros, o CCB, a Gulbenkian, A Comuna, o Público, A A23, o Canidelo, a Apurada e a Ponte da Arrábida, mas tudo coisas alheias a esta banalidade, onde não se pode entrar descalço, nas A's pagasse portagem e tudo e são tudo coisas que não estão assim à mercê dum simples clique no botão do rato (onde diz ok, enviar um comentário, etc)
Esta hora é a melhor hora para Postar, é Sábado, são 8 da manhã, ninguém está de pé, acordado ou a pensar em acordar nas próximas horas, o rodapé não diz "novo comentário para a última publicação. Ver comentário?" de modo que foi com essa ideia que vim esperar práqui, mas infelizmente (eu ainda tentei), mas não, é que não me ocorre mesmo nada de jeito...

30.5.08

E já lá vão 5 dias

... e é a primeira vez que o meu filho não está comigo (não vem dormir a casa, a próxima espero que seja aos 16 anos). O 1º dia foi a sensação de liberdade total (inclui ouvir música alta e obrigar os vizinhos a ouvir Jorge Palma (Dá-me lume, Frágil, Nossa Senhora, Deixa-me rir, Essa miúda...), Goo Goo Dolls (Iris), INXS " We can live... for a thousand years!", vocês sabem que eu agora tenho o cabelo igualzinho ao vocalista dos INSX? É verdade. Estou é a ter mais sucesso que ele (mas isso deve-se ao facto de ele se ter suicidado há uma data d' anos), Depeche Mode "Words like violence, break the silence, come crashing in, Into my little world" e "If you try walking in my shoes, If you try walking in my shoes, you'll stumble in my footsteps..." e ainda aquela musica fantástica dos Alphaville: Forever Young do filme Bat man "Let us die young or let us live forever, we dont have the power, but we never say never, sitting in a sandpit, life is a short trip, the musics for the sad men..." ao 2º dia não fosse dia de semana tinha-me levantado às 3 da tarde! Deitei-me às 3 da manhã (vai dar ao mesmo) a partir daí já nada faz verdadeiro sentido, a Rosa-dos-ventos fica incoerente, os pontos cardeias brincam comigo aos Cata-ventos e os ponteiros dos relógios derretem-se como no quadro do Dalí. Ao 3º dia já só ouço (e os vizinhos) a orquestra de Budapeste, a de Viena e a de Londres e Elvis Costello que é uma coisa que mesmo não querendo, me entra pelo ouvido, pelo e-mail...
Bem, vou ver se como qualquer coisa. Se acaso gostaram da música, venham morar para a minha Travessa, não precisa de ser no meu prédio, pode ser no prédio ao lado, há registo de quem já tenha ouvido qualquer coisita mesmo a sair do metro... e não digam coitados, que isto sou eu a ver se algum deles me oferece um iPod.

"Porque os outros se mascaram mas tu não"

"Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não."



Sophia de Mello Breyner Andresen

"Possuir é perder"


"Possuir é perder.
Sentir sem possuir é guardar, porque é extrair de uma coisa a sua
essência."


Fernando Pessoa

"Se escrevo o que sinto"

"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir.
O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço
paisagens com o que sinto."

Fernando Pessoa

29.5.08

" - Eu não trago os problemas de casa para o trabalho..."

" - Eu não trago os problemas de casa para o trabalho, nem levo os do trabalho para casa!"

Rita (Fiori) 27/05/2008 16:26

Como eu admiro a Fiori e pessoas como ela que tem uma espécie de switch atachado a um neurónio. O switch é um aparelhozinho que cria um canal de comunicação exclusivo entre a origem e o destino. Imagine duas impressoras ligadas ao mesmo computador, a impressora A e a impressora B, se rodarmos o botanito do switch para o lado esquerdo as impressões saem na impressora A, se rodarmos o botanito para o lado direito as impressões saem na impressora B. Na Fiori e nas pessoas que têm este tipo de software instalado, elas mal entram ao serviço rodam o botão do switch para o lado "trabalho", quando termina o expediente, rodam o botão para o lado "casa", "creche dos miúdos", "o que é que vou fazer para o jantar", "acho que ele tem outra", "depilação definitiva", "passar pela farmácia e pelo Pingo Doce."
Eu não digo que um dia destes não vá ao Dr. Ibérico Nogueira (ao cirurgião plástico, ao Francisco, porque há dois, há o cirurgião plástico (o Francisco) e o engenheiro (José?) este último com quem tive o prazer de trabalhar e aproveito para enviar os meus cumprimentos (era um charme, uma simpatia), a bem da verdade até há três, o terceiro chama-se Manuela Ferreira Leite, porque se não estivermos bem atentos, não se distinguem uns dos outros, mas, onde é que eu ia? Ah, não digo que um dia destes não vá ao Prof. Ibérico Nogueira para ele me atachar um switch a um neurónio para poder ser como elas (pessoas que possuem a admirável e a invejável beleza de não trazerem os problemas de casa para o trabalho nem levarem os do trabalho para casa, que é para mim um sonho), enquanto isso não acontece (se o Dr. Ibérico me apanha lá, faz-me um restauro para custar o que custou o restauro do arco com frescos que faz a ligação entre a charola e a igreja do convento de Cristo em tomar, ao IPAR, e ainda por cima conheço o irmão gémeo dele e vai pedir-me que fique o tempo que for preciso! Já me estou a imaginar hospedada numa clínica, envolta em gaze (para aí 2 anos) a ser submetida aos mais diversos retoques sob uma abóbada de luz redonda e fluorescente, que deve ser um desconforto (2 anos é muito tempo) de maneira que amanhã (enquanto isso não acontece) quando chegar à entrada da escola, digo assim ao Porteiro:
- Ó Vitor, guarda-me aqui este saquinho na Portaria até logo às 5 horas.
- E isto é o quê filha? É alguma coisa que se parta?
- Não, partir não parte é preciso é que não entorne. São os meus problemas (que trouxe de casa).

Rádio Comercial

She May be the face I can't forget
The trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price
I have to pay
She May be the song that summer sings
May be the chill that autumn brings
May be a hundred different things
Within the measure of a day
She May be the beauty or the beast
May be the famine or the feast
May turn each day into a heaven or a hell
She may be the mirror of my dreams
The smile reflected in a stream
She may not be what she may seem
Inside her shell
She
Who always seems so happy in a crowd
Whose eyes can be so private and so proud
No one's allowed to see them when they cry
She
May be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past
That I'll remember till the day I die
She
May be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough in ready years
Me I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is
Notting Hill (do filme Notting Hill) Elvis Costello
Carmina b.: Traduz-me "Notting Hill" não sou capaz. "sem barreiras?"
J. Ayres: A tradução é livre podes dar-lhe o título que quiseres mas na verdade Notting Hill é apenas o nome de uma região de Chelsea, Londres. Não quer dizer mais nada.

28.5.08

Pecar com o signo complementar

Carneiro: Ira com a Balança
Touro: Luxúria com o Escorpião (sexo radical)
Gémeos: Inveja com o Sagitário
Caranguejo: Preguiça com o Capricórnio
Leão: Orgulho com o Aquário (é só porque tem um peixinho lá dentro o aquário)
Virgem: Inveja com Peixes (não tenho nada a ver com isso, se és invejosa arranja um, ainda por cima és o meu oposto psicológico, irra)
Balança: Lúxuria com Carneiro (tu vê lá Becas, não arranjes mais problemas com a virgem)
Escorpião: Ira com o Touro (esta relação deve ser fresca, o Touro quer cometer a Luxúria com o Escorpião e o Escorpião irrita-se e não está para aí virado, o que tem o seu lado bom, ao menos não pica)
Sagitário: Gula com Gémeos (ménage à trois)
Capricórnio: Avareza com o Caranguejo (com o Caranguejo e com os signos todos do Zodíaco ou não tivesse eu um cá em casa e não soubesse como é)
Aquário: Orgulho com o Leão (bate certo, estão sempre de rabo virado, mas cheios de coerência)
Peixes: Gula com a Virgem (a miss Antártica é virgem então, ou seja, está quase a fazer anos e tu? já reparas-te que só atrais inveja?)

Ainda a propósito do selo do carro...

e dos autocolantes pirosos (eu também tenho um, também sou dada a piroseiras, o que é que pensam? o meu é a da chicco e diz bebé a bordo ou coisa parecida), que meio mundo tem colado ao vidro de trás do carro. Há um muito vulgar "O meu outro carro é mais potente", sabiam que quem coloca este autocolante é do signo Carneiro? Se fosse Touro o autocolante dizia assim:
" O meu outro carro ainda é mais que o teu ó!"
Gémeos:
"O meu outro carro tem um Kit Bomber 4 Peças Quadriaxiais originais Player Sony Xplod Cdx Gt617ux Triaxial, completo da Selenium para Corsa hatch (4 / 220W) tem cd, dvd mp3, subwoofer para som automotivo equipamentos de ... bem, aquilo manda um ganda som!"
Caranguejo:
"O meu outro carro é uma carrinha, familiar." (Alice)
Leão:
"O meu outro carro é um mercedes descapotável" (para quem é este autocolante para quem é?)"
Virgem:
"O meu outro carro também está limpinho" (rainhareles)
Balança:
"O meu outro carro é mais elegante e tem sensores" (Becas)
Escorpião:
"O meu outro carro é, espera lá... para que é que queres saber pá?"
Sagitário:
"O meu outro carro é um todo terreno"
Capricórnio:
"O meu outro carro é um táxi" (Ricardo, está-se mesmo a ver)
Aquário:
" o meu outro carro é mais ori... olhem! Já repararam que está lua cheia?"
Peixes:
"O meu outro carro está na oficina, tive mais um embate acidental" (João Ayres e aquela mania de não ver letreiros (proibido fumar) nem placas (car pool), nem nada, não bateu ainda porque Deus ao menino e o ao borracho...

Ainda a propósito do Post "Fui para a Copophonia"

Quer dizer, eu saio à noite e é só chungas, eu vou aos comentários dos Post's e é só "Elitistas" e "Estilizados", mas já não há gente normal?

A afixação do selo do carro deixa de ser obrigatória

"A afixação do selo no veículo deixa de ser obrigatória, passando a prova
de pagamento do imposto a funcionar como comprovativo do seu pagamento."

Ora ainda bem, sobra mais espaço para os autocolantes que realmente interessam: "Bebé a bordo", "Kadoc Albufeira 2003", "RR emissora católica portuguesa, a sua melhor companhia", "Quer emagrecer? Pergunte-me como", "O meu outro carro é mais potente", "Não me siga, ando perdido", "Woodstock Forever", "Destrua as ondas, não as praias" ... e o do seguro, já agora, também não faz falta nenhuma, e sempre se podia colar a imagem do Vitinho, uma cabecinha de coelho da playboy ou aquela imagem do touro negro (o simbolo de Espanha, a minha preferida!) que fica sempre tão bem num carro de matricula Portuguesa.

27.5.08

Noite de Copophonia

Sexta-feira passada fui para a Copophonia, cheguei a casa às três da manhã, ou seja, consegui deitar-me mais cedo que quando não vou a lado nenhum, o que só por si, já é um feito merecedor dum Post. Não, não estou velha para a Copophonia e continuo a ser das poucas espécies noctívagas que aguenta toda a noite praticamente sem alcool nenhum, mantendo a noite e o riso à base de pastilhas de canela. Mas estou ultrapassada. Desusada. Demodé. Que é um facto que demorei a aceitar pelo que saí na sexta-feira e só hoje (três dias depois) estou capaz de falar disso.

As raparigas já não se emperiquitam para sair à noite, vestem umas calças de Pano de Prato (que é um tecido 50% viscose, 50% poliéster, latex e agente fungicida), uma fita larga elástica no cabelo que sempre me faz lembrar as cabeças partidas envoltas numa ligadura, os rapazes apreciam as sandálias em tudo iguais às dos Freis Franciscanos, não tomam banhinho o que lhes confere um ar rural? E vestem bolsos que de lado têm umas calças ou calções. Não usam briefs, muito menos dkny ou calvin klein nem suspensórios e depois andam com o à mostra que é uma coisa que se ainda fosse moda no bairro (os briefs eu ainda assim, fazia noitadas mais vezes) agora boxer's com figuras de baralho de cartas ou imagens de tema de desktop do windows... sinto-me no bairro como a "Oliva" antiquíssima que a minha mãe de vez em quando desencanta do esconderijo dela e põe a costurar. Ponho-me a observar aqueles seres de outra espécie, que povoam a noite (extra-terrestres, ovnis) da mesma maneira que a Oliva se põe a olhar para o 50% viscose, 50% poliester, látex e agente fungicida antes de se atirar à picada. A única coisa que me parece familiar (objecto identificado) no meio disto tudo, são umas garrafinhas de Sagres que eles apertam entre os tentáculos. Algumas pessoas mudaram as suas convicções na sequência destes encontros. Foi o meu caso.

E o cheirinho a enxofre, enxofre? Sim, enxofre, como se as naves estivessem a aterrar (em hora de ponta) perto dali.

Mas a próxima vez que for para a Copophonia (não pensem que pus de parte esta nova experiência ao jeito de twilight zone ou que me vou isolar num qualquer Jezebel, 3º Piso do Lux, BBC ou Kapital), vou transparente e cheia de purpurinas (pó fluorescente que brilha no escuro), ou envolta em gaze, é conforme me der na veneta, para os enganar com o efeito. Não ponho "First" da Van Cleef & Arpels para não fazer nenhum deles espirrar e se me perguntarem se tenho Blogue, respondo:

- Então não tenho! (com antena digital e tudo mais) aponta aí no teu chip: éxefiles.blogspot.com

Que é para eles pensarem que também vim do além.



26.5.08

"The aurora borealis are a phenomenon that is not completely understood.
The legend tells us that the lights are spirits playing in the sky. Another
legend describes the lights as flaming torches carried by travellers to other
life.

Even a Wending March can erase the beauty of an aurora borealis.

I was always sure of that, don’t worried, I was just playing whit you."

J. Ayres, 25/05/2008 00:49

"Infidelidade virtual"

Ex-marido teve que pagar 20 mil Reais por cometer “infidelidade virtual”. Acabei de ler no iol.


"A 2ª Vara Cível de Brasília condenou um ex-marido a pagar indemnização por danos morais no valor de R$ 20 mil por manter relacionamento com outra
mulher, comprovado por meio de e-mail's trocados entre o acusado e sua amante.
Para o juiz, o adultério foi demonstrado pela troca de fantasias eróticas,
“sexo virtual”, entre o casal."

Ainda bem que nós só fazemos sexo tântrico e yôga, olha se fizéssemos destas cenas? Ainda bem que nós pomos tudo no Blogue (qual e-mail qual carapuça) e nunca, jamais, apagamos os comentários aos Post's (quem não deve não teme).
Qual era o marido ou esposa que se lembraria de vir bisbilhotar práqui? Com tanta factura detalhada para analisar, extractos bancários, anúncios de detectives particulares para fazer círculos à volta com caneta de feltro vermelha? Qual era o Juiz ou elemento da PJ, que se lembraria de vir práqui recolher elementos de prova? Para um lugar tão... destapado?
Que mulher na suspeita que o seu namorado a trai com uma espécie de escritora romancista ao estilo da Barbara Cartland, mesmo possuída pelo espírito da Mata Hari se lembraria deste Blogue para fazer espionagem? Nem o melhor advogado do mundo conseguiria provar que "essa miúda..." (Jorge Palma) e uma Aurora Boreal são fantasias eróticas!
É muito lirismo...
Está bem, era bom, concordo, não digo que não (gostaria). Uma fantasia sexual é um luxo, é voar mais alto, é uma composição metafórica muito mais elaborada, mas 20 mil Reais, assim, do pé para mão também não tinha.

Problema de expressão

"Só pra dizer que te Amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
Só pra dizer que te Amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.
E até nos momentos em que digo que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto."

Clã, "Problema de Expressão"
P.S.: Não é especialmente dedicada a ninguém, escusam de inventar, digo, comentar.

25.5.08

Romantismos

Era mais romântico escrever-te com uma pena sobre o papiro. Era mais romântico desenhar letra a letra, à luz de um fio de azeite ou das brasas candentes postas numa lareira. Acho que vou mandar-te rosas secas dentro de uma carta lacrada (pena que só tenha na jarra uns malme-queres já velhos. Murchos). Pego numa garrafa e envio enroladas as folhas que te escrevi. Coloco uma rolha bem metida e lanço-a ao mar na esperança que... ao mar?! Corri para a janela da sala e pendurei-me no parapeito a olhar lá para baixo. A garrafa tinha acertado num peão. Veio gente de toda a parte que ficou com os olhos postos nas janelinhas do meu prédio a tentar detectar-me. Escondi-me atrás das cortinas a roer as unhas. Nisto tocou o telefone. Deve ser da esquadra. É melhor ignorar que está a tocar. Não sou capaz.
- Ah, és tu amor...
E ele do outro lado:
- Alugamos um filme ou quê?
- Pode ser. Pode ser o Cyrano de Bérgerac?
E ele claro, a dizer que é lá isso! vai alugar o “O exterminador vinga tudo”. É sempre do contra. Salvo seja quando eu sou do contra, nesse caso, ele é a favor. "Ó amor tira-me uma foto" Re: "Lá mais à frente, lá mais à frente, isto aqui não tem graça nenhuma."
"Gostas das minhas sandálias?" Re: "Gostava mais das outras."
"Mas tu nunca gostaste das outras!" Re: " Ah... Até nem são feias de todo."
"Podes mudar para o canal dois?" Re: "Não." E consegues percorrer todos os canais da parabólica sem atingir o canal dois. Só para contrariar...
... Ponho a tocar um disco de 78 rotações que ainda não vendes-te na Feira na Ladra porque estou farta de te dizer que detesto o disco, não o posso ouvir, para além disso é de vinil, é de 78 rotações, já não se usa, está riscado e é remédio santo, tens vendido todas as minhas coisas mas o vinil ainda não.
Fumo um cigarro (cá em casa não se fuma. Tu não fumas. Se eu não fumasse, fumavas, só para me atirares o fumo à cara quando encontrasses tudo perfeito). O fumo parece que dança a valsa triste de Sibelius. Comecei a sonhar que estava nos braços de um cavaleiro andante, entre a espada e o coração. Devo ter adormecido. Ouvia por vezes uma orquestra de violinos e fazíamos amor num palco de Shakespeare. Caía o orvalho de todas as folhas e de todas as flores, sobre mim e sobre ti. Molhados e entre beijos, corremos pelos campos a fora onde a terra cheirava a mirra e a madeiras orientais. Não. Não eram madeiras orientais... Eram madeiras queimadas! A beata tinha tido tempo de apagá-la mas o castiçal tombou com a força do vento que arrombou a janela. Abafei as chamas com uma manta, mas elas vingaram-se. A luta ainda demorou até que as cortinas esfarrapadas parecessem vigílias de um castelo assombrado. A campainha da porta insistia, é o exterminador vinga tudo, era só o que me faltava, fui atender.

- Vi o fogo da minha janela. Julguei-a morta.
- Não foi nada. Tem lume?
- Como diz?
- Deixei apagar-se o fogo todo e agora não tenho como acender este cigarro.

Admirei-lhe a figura magra. Os olhos da cor da cinza que estava no chão. As mãos bonitas a aproximarem-se da minha boca, com dedos longos (de pianista?). Longos e sensuais a terminarem num fósforo insistentemente aceso. Beijei-o. Com a intensidade de deixar de sentir os pés no chão. Só o coração. Nem cavaleiro andante, nem espada, só o coração. Shakespeare já não sei quem era e um violino é uma orquestra rara. O orvalho caiu de um palco e eu sobre ti, molhados e entre beijos, corremos pelos campos a fora até tu cheirares a mirra e eu a madeiras orientais.
Abracei o meu príncipe não fosse ele encantado. Senti-lhe uma elevação anormal à altura da nuca. Um alto. Um 'galo' e ele riu-se.

- Foi uma maluca que atirou pela janela cartas de amor dentro de uma garrafa!

24.5.08

Agora em Português

Ou Quei...

Agora em Português... sei que a nossa língua te amolece...



Eu renunciava a eternidade só para te tocar
Porque eu sei que tu me sentes, de alguma maneira
Tu és a coisa mais próxima do paraíso onde eu algum dia hei-de chegar
E eu não quero ir para casa agora
E tudo o que eu posso provar é este momento
E tudo o que eu consigo respirar é a tua vida
Porque mais tarde ou mais cedo, vem o fim
Eu só não quero perder-te esta noite


Eu não quero que o mundo me veja
Porque não creio que eles pudessem compreender
Quando tudo é feito para se partir
Eu apenas quero que saibas quem sou

E não podes lutar contra as lágrimas que estão para vir
Ou contra o momento da verdade que está nas tuas mentiras
Quando tudo se sente como nos filmes, Ah!
Tu sangras só para saber que estás viva!

Eu não quero que o mundo me veja
Porque não creio que eles pudessem compreender
Quando tudo é feito para se partir
Eu apenas quero que saibas quem sou
Eu apenas quero que saibas quem sou
Eu apenas quero que saibas quem sou



Tradução de Carmina b.
Iris - Goo Goo Dolls" Banda Sonora do filme "City of Angels" 1998


Eu costumo ser fiel (nas traduções e tudo), mas às vezes…
Se encontrarem algum defeito, não se envergonhem e sugiram uma tradução melhor)

City of Angels (letra da música)

And I'd give up forever to touch you
Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven
that I'll ever be
And I don't want to go home right now
And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
Cause sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight
And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
And you can not fight the tears that ain't coming
Or the moment of truth in your lies
When everything feels like the movies
Yeah you bleed just to know you're alive
And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
And I don't want the world to see me
Cause I don't think they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
And I don't want the world to see me
Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
I just want you to know who I am
"Iris - Goo Goo Dolls" Banda Sonora do filme "City of Angels" 1998


(Nem tudo é fugaz, irreal, impossível ou sem sentido. Nem tudo é passageiro, nem tudo tem um fim, às vezes nem um começo. Há tantas coisas que se fecharmos os olhos nos tocam e no entanto não são matéria. Esta música é uma delas... os Anjos existem ora experimentem lá, fechar os olhos... mas têm que ser humanos, demasiados humanos, se não, não dá)




Conseguiram?

City of Angels


"She didn't believe in angels until she fell in love with one"


Deixe os anjos serem o seu guia. Nicolas Cage e Meg Ryan são as estrelas nesta história de amor entre um Corpo Celeste e uma Mulher humana, demasiado humana. Para saber mais desta história de amor, clique aqui: "Love Story".

(Ias melhor ao cinema se fosse comigo não ias?

Dou-te a banda sonora, sou eu a brincar com o teu iPod).


"I'm not a player in real life.
Even for more, it is week-end."


Citação do filósofo residente deste Blogue (Who else could be?)

23.5.08

06:53


"Honestly, what would become of
me?

Don't like reality, it's way too clear for me
Really, life is dandy, we are what we don't see
We miss everything daydreaming

Flames to dust, lovers to friends
Why do all good things come to an end?
Flames to dust, lovers to friends
Why do all good things come to an end?"

All Good Things (Come to an end)
Nelly Furtado

Corpos celestiais, Marcha nupcial

Frases célebres sobre isso (que eu sou meramente, uma aprendiz... )

CORPOS CELESTIAIS

"O amor é uma coisa ideal, casamento uma coisa real; uma confusão entre o
ideal e o real nunca acaba impune."

(Goethe)

"O casamento se assemelha a uma tesoura; lâminas tão presas entre si
que dificilmente podem ser separadas, se movendo geralmente em direcções opostas
e, no entanto, sempre ferindo qualquer um que se coloque entre elas."

(Sydney Smith)

"As mulheres começam por resistir aos avanços de um homem e terminam por
bloquear a sua retirada."

(Oscar Wilde)

MARCHA NUPCIAL

"Se os homens agissem depois do casamento da maneira como agem durante o
namoro, haveria menos divórcios – e mais falências."

(Frances Rodman)

"O casamento é um livro cujo primeiro capítulo é escrito em verso e os
demais, em prosa."

(Beverly Nichols)

"O pavor da solidão é maior que o medo da escravidão: assim, nos casamos."

(Cyril Connolly)

"Não importa com quem você se case, sempre acorda casado com outra pessoa."

(Marlon Brando)

Casamento é realmente algo difícil; você tem que lidar com sentimentos e advogados."

(Richard Pryor)

"Um marido é o que sobra de um amante depois que o nervo é extraído."

(Helen Rowland)

"O casamento deve combater incessantemente um monstro que devora tudo:
o hábito."

(Honoré de Balzac)

"O homem deve manter os olhos bem
abertos antes do casamento e semicerrados depois".

(Benjamim Franklin)

Pode ser magalluf?

O nosso filho, nós, um voo nocturno...


Pode ser Magaluff?
Está quase gajinho. Eu amo-te (aurora nupcial)






22.5.08

Aurora Boreal


É a aurora mais bonita que eu sei fazer. Mas que isto não se repita. Eu não posso andar a fazer auroras a uma hora destas (é meia-noite!) e se sou apanhada a atirar electrões e protões aos átomos, antes do amanhecer? A ASAE fecha-me o blogue e lá tenho eu que voltar a escrever em guardanapos de papel. E depois não só não te encostas a mim, como não me vês mais.
Fiz-te um Post e tu ficas assim? Cheio de mimo? Afinal o que é te falta? Nada. Não te falta nada. Estamos todos aqui. Até o Jorge Palma.

21.5.08

"Ser homem... esqueçam lá o dia das mulheres!"

Ser homem é
- a dor física de uma bolada nos "#$!!
- usar fato e gravata no verão
- (des)fazer a barba todos os dias
- usar cuecas apertadas (custa não custa Bequinhas? Aquelas da Calvin Klein underwear? Mas vale o sacrifício, acredita em mim)
- fingir indiferença perante uma mulher sem soutien
- resistir a olhar para pernas bonitas ou para a mulher lindíssima que está deitada na praia na toalha do lado
- não reparar no decote da colega
- viver sob o risco permanente de ter que andar à porrada com outro homem (cobiçar a mulher dos outros, há radicais que gostam de viver assim, em perigo eminente :))
- ter sempre que resolver os problemas do carro (do carro da mulher, da mãe, da amiga da mãe, da amiga da mulher...)
- cada vez que a mulher compra um vestido, ter que repara nisso
(porque é que mudas-te de perfume?)
(isso não posso dizer)
- ter que reparar no novo corte de cabelo (1 cm apenas)
- jamais reparar que ela tem celulite
- jamais dizer que ela engordou, mesmo que seja de "caras"
- ter por obrigação ser um atleta sexual
- e meiguinho
- e deixar bilhetinhos (ou fazer copy paste das letras de Jorge Palma, do Pedro Abrunhosa...)
- Viver com a suspeita que tantos gemidos e suspiros são apenas para nos incentivar
- ouvir um NÃO (me apetece), virar para o lado conformado e dormir, quando nos apetece partir o quarto todo e fazer um escândalo!
(por causa de um fio de cabelo)
- o problema de não ter mais espaço em casa para embutir armários, enquanto o problema das mulheres é estou sem roupa para vestir!

Esqueçam lá o dia das mulheres! Só porque têm (síndrome?) período?
(E as dores do parto, vá)

"Casa de Bonecas"

Nora vive um casamento sufocante dentro de uma "casa de bonecas" não menos sufocante. E guarda um segredo que por ser segredo, não vou contar.
A linguagem tem que ser natural e o modo de expressão tem que ser diferente de personagem para personagem por ser característico de cada uma das pessoas na vida real, a partir daqui, nesta peça, já não há personagens, nem actores. "... from now on there are no actors or characters, there are real people".

Ninguém se expressa da mesma maneira. Durante os ensaios tudo o que não soa a natural e espontâneo, é corrigido tantas e tantas vezes, e de todas elas com uma espécie de raiva, até as falas atingirem credibilidade e realismo. De vez em quando o professor perde a veia (só para descontrair, até porque há quem chore a ache que não é capaz)
- I'm sorry you don't do anything to seduce me! How is that possible? I' m so easy
Para laura (Nora):
- The public is sitting there and listening what happens in real life. No person is expressed in the same way, can you forget who you are? Where do you live?
- In Lakewood, in a 3 rd floor
- Here you live in a house of dolls, whit a pressure.

Há falas que já sei de cor. Gosto de Ibsen (pouco mais que Peer Gynt, mas gosto), gosto de teatro (não sabes tu outra coisa), gosto muito mais de ti. Que posso dizer mais (aqui?). Que cada vez que olho para o vídeo tenho uma vontade enorme de entrar por ele a dentro e interromper uma aula tua? Para te dizer que tenho orgulho (temos todos), tu transpiras talento e força, és exuberante, e dominas (tudo), inteiramente e que aqui é apenas o lugar mais bonito que tu conheces.

Henrik Ibsen - "Casa de Bonecas" - Cena Final

HELMER - Que estás para aí a dizer?
NORA - Deixa-me estar só, para me avaliar a mim e a tudo o que
me rodeia. Não posso continuar a viver contigo! Esta noite fico em casa da
Kristina.
HELMER – Proíbo-te! Mas tu estás louca?
NORA - De agora em diante não me proíbes mais nada. Levo tudo
o que me pertence. De ti não quero nada, nada, nem agora, nem nunca mais.
HELMER – Mas o que é te deu?
NORA - Amanhã parto para
casa... quer dizer, para o lugar onde nasci... lá encontrarei mais facilmente um
trabalho.
HELMER – Criatura cega e inexperiente.
NORA - Tenho que fazer o possível para adquirir
experiência.
HELMER – Abandonar o lar, o marido, os teus filhos! Não
pensas naquilo que vão dizer as pessoas?
NORA - Não posso pensar nisso. Sei unicamente que para mim,
isto, é indispensável.
HELMER – Serias capaz de negar a tal ponto os teus deveres
mais sagrados?
NORA - E quais são meus deveres mais sagrados, no teu
parecer?
HELMER – Não serão os que tens para com o teu marido, os teus
filhos?
NORA - Tenho outros tão sagrados como esses.
HELMER – E quais poderão ser?
NORA - Os meus, para comigo mesma.
HELMER – Antes de mais nada és esposa e és mãe!
NORA - Já não creio nisso. Creio que antes de mais nada sou
um ser humano, tanto quanto tu... ou pelo menos, devo tentar vir a sê-lo. Sei que
a maioria te dará razão. Torvald. E que essas ideias também estão impressas nos
livros. Eu porém já não posso pensar pelo que diz a maioria nem pelo que se
imprime nos livros. Preciso reflectir sobre as coisas por mim mesma e tentar
compreendê-las.
HELMER – Pareces uma criança a falar. Não percebes nada da
sociedade em que vivemos!
NORA - Não, nada. Mas quero chegar a entender e certificar-me
de qual de nós tem razão: se a sociedade ou eu.
HELMER – Estás doente! Convenço-me que perdes-te o
juízo.
NORA - Sinto-me esta noite mais lúcida e mais segura de mim
do que jamais me senti.
..
(A Doll's House foi escrita pelo dramaturgo Norueguês em 1897 Ibsen mostra o que pode estar por de trás de belas fachadas: duplicidade moral, isolamento, obediência, traição e uma constante insegurança. 1897 (parece que foi ontem não parece?)

20.5.08

We do not need your money, we need your support

http://www.lightamillioncandles.com/

Contra a pornografia infantil

Está em curso uma petição online para acabar com os sites de pornografia infantil. A única coisa que vos pedem é para acender uma vela virtual. O objectivo é acender um milhão de velas em 4 meses. O link está mais abaixo. Entrem no site, cliquem em "light yor candle now" acender-se-á um fosforo primeiro, com esse fósforo procurem uma vela apagada e acendam-na. Eu já acendi a minha, as crianças agradecem. O (resto) do mundo também.

"Humano, demasiado humano"

As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para
manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia
física.

Friedrich Nietzsche, "Humano, demasiado humano."

Actor (de teatro)

"Actor (no feminino actriz) é uma pessoa que representa uma
personagem criada pelo dramaturgo. Intervém no decurso da representação, através da sua
sensibilidade e inteligência.
Ao longo dos tempos a relação actor/ personagem
vai-se modificando.
Tradicionalmente o actor fazia-se coincidir totalmente
com a personagem, por forma a haver uma fusão total entre a realidade e a
ficção. Mais modernamente alguns dramaturgos (autor) entre eles Bertolt Brecht, recusam
proporcionar essa identificação. O actor deve adquirir uma técnica de forma a
levar o espectador a não confundir o real com o imaginário."
Extraído integralmente de Dicionário para o
Estudo do Português, ASA Editores
Henrik Ibsen foi o fundador da dramaturgia moderna. Agora percebo porque não gostas de encenar Ibsen e cálculo que também não gostes de Bertolt Brecht (a tua arte está em fundir totalmente a realidade e a ficção).
Calculo que gostes de dramaturgia Francesa: Jean Paul Sartre; Moliére: O Avarento, O Tartufo (são os meus preferidos);Victor Hugo: Os Miseráveis, O Corcunda de Notre Dame; Cromwell, depois talvez os Norte Americanos Tennessee Williams: Um eléctrico Chamado Desejo; Arthur Miller: Morte de Um Caixeiro Viajante... (já me pedis-te para ler, "Lê se não leste, é lindo, o mundo irreal que ele tenta mostrar aos filhos")
Já só me falta perceber porque é que não gostas de comida Italiana.

19.5.08

Os pontos

Às duas horas o Miguel vai tirar os pontos.
- Hoje, filho, vamos à Sr.ª enfermeira, ela vai por um remédio fresquinho e tirar os pontos
- Não é bizizo (não é preciso).
- É sim filho, para não fazer mais comichão
- Não quéu í. Miguel já nem tem comichão!

Rosa-dos-ventos

1 café... 2 cafés... uma noite mal dormida e a minha Rosa-dos-ventos ficou logo incoerente. Alguém sabe alinhar pontos cardeais?
Urgente.

18.5.08

Essa Miúda

Essa miúda é uma fogueira
Que te acende as noites em qualquer lugar
E tu desejas arder com ela
Enquanto bebes o perfume
Que ela deita nos seus trapos de cor
Para te embriagar
Essa miúda é um exagero
Diz que sem ti não sabe voar
E tu adoras voar com ela !
E enquanto inventas espaços novos
Ela vai arquitectando uma teia
Para te aconchegar
Essa miúda faz-te acreditar
Que o Sol é um presente que a aurora traz
Principalmente para ti
Essa miúda é uma feiticeira
Prende-te a mente e põe-se a falar
E tu bem tentas compreendê-la
Mas o que sai da sua boca
Não parece condizer com o que ela te diz com o olhar
Essa miúda faz-te acreditar
Que o Sol é um presente que a aurora traz
Principalmente para ti

Jorge Palma

Quando me aparece o Jorge Palma via satélite, pronto, a minha antena começa logo a apanhar mal.
Mas não estou assim tão frágil, que nem consiga ser ágil...

17.5.08

Pavarotti "Vesti La Giubba" I Pagliacci de Leoncavallo

Desculpem

Isto poe-me fora de mim...

Este país está cheio de cobardes de merda

No mesmo Jornal Nacional, uma notícia vergonhosa, daquelas que me tiram do sério, me tiram a fome, o sono, a tesão, tudo. Uma enfermeira proprietária de um lar para idosos em Pedrouços põe os utentes a dormir numa cave a partir das 5 da tarde (hora que acabam as visitas dos familiares – quando as há).
As assistentes Sociais que deviam aparecer nos lares de surpresa, aparecem à hora da visita com certeza e os psicólogos e restante equipa médica tapam os olhos ao que se passa debaixo dos seus próprios narizes.
O dinheiro não é tudo *******!
Como é que vocês são capazes de receber dinheiro, remuneração, de serem cúmplices de um comportamento indigno, desumano, vergonhoso, horrível! Como é possível?
Os Brasileiros que trabalham no lar como auxiliares, coitados, pensavam eles que iam emigrar da pobreza... Nem os brasileiros nem qualquer outro povo do mundo trata tão mal os idosos como os Portugueses!
A doença (a Alzheimer, a esclerose múltipla, a idade - chamada velhice) não escolhe idades, estratos sociais, é aleatória, a-le-a-tó-ri-a! Isso não vos passa pela cabeça? Será que não param para pensar? Será que os homens e mulheres que carregam à noite para uma cave para dormirem amontoados como mercearias estragadas não vos faz lembrar os vossos pais? Vocês próprios velhos e doentes, amanhã? Daqui a 20 anos?
Quem me dera que espécie de gente como vós fosse imediatamente exonerada da profissão, banida da sociedade e dos telejornais. Me deixassem jantar, dormir, fo*** em paz!
Mas este país está cheio de cobardes de merda e ninguém faz nada??

Vasco Pulido Valente

Outro irónico.
Uma das poucas vezes que o meu filho me deixa ver os Jornais da televisão, foi ontem. Uma das poucas vezes que não mudei de canal a ver a TVI foi ontem. Vasco Pulido Valente é o novo comentador (todas as 6ªs-feiras) do Jornal Nacional. Um dos temas de análise (escolhido pelo próprio) foi o novo acordo ortográfico que a esta hora está em cima da secretária do Presidente Jorge Sampaio para ratificar.
- Este acordo ortográfico tem quanto a mim, duas virtudes. Uma é estúpido. Duas é inútil.
Já tinha saudades, até porque me tenho esquecido de comprar o jornal Público.

"Conselhos às mal-casadas"

(As mal-casadas são todas as mulheres casadas e algumas solteiras).
Livrai-vos sobretudo de cultivar os sentimentos humanitários. O humanitarismo é uma grosseria.
Escrevo a frio, raciocinadamente, pensando em vosso bem-estar, pobres mal-casadas.
A arte toda, toda a libertação, está em submeter o espírito o menos possível, deixando ao corpo, que se submeta à vontade. Ser imoral não vale a pena, porque diminui, aos olhos dos outros, a vossa personalidade, ou a banaliza. Ser imoral dentro de si, cercada do máximo respeito alheio. Ser esposa e mãe corporeamente virginal e dedicada, e ter, porém, contactos carnais inexplicáveis com todos os homens da vizinhança, desde os merceeiros até aos - eis o que maior sabor tem a quem realmente quer gozar e alargar a sua individualidade, sem descer ao método da criada de servir, que, por ser também delas, é baixo, nem cair na honestidade rigorosa da mulher profundamente estúpida, que é decerto filha do interesse.
Segundo a vossa superioridade, almas femininas que me ledes, sabereis compreender o que escrevo.
Todo o prazer é do cérebro, todos os crimes, que se dão, é só em sonhos que se cometem! Lembro-me de um crime belo, real. Não o houve nunca. São belos os que nós não conhecemos. Bórgia cometeu belos crimes? Acreditai-me que não cometeu. Quem os cometeu belíssimos, profusos, frutuosos, foi o nosso sonho de Bórgia, foi a ideia de Bórgia que há em nós. Tenho a certeza que o César Bórgia que existiu era um banal e um estúpido, tinha de o ser porque existir é sempre estúpido e banal. Dou-vos estes conselhos desinteressadamente, aplicando o meu método a um caso que me não interessa. Pessoalmente, os meus sonhos são de império e glória; não são sensuais de modo algum. Mas quero ser-vos útil, ainda que mais não seja, só para me arreliar, porque detesto o útil. Sou altruísta a meu modo. Proponho-me ensinar-lhes como trair o seu marido em imaginação.
Acreditem-me: só as criaturas ordinárias traem o marido realmente.
O pudor é uma condição sine qua non de prazer sexual. O entregar-se a mais de um homem mata o pudor.
Concedo que a inferioridade feminina precisa de macho. Acho que, ao menos, se deve limitar a um macho só, fazendo dele, se disso precisar, centro de um círculo, de raio crescente, de machos imaginados.
A melhor ocasião para fazer isso é nos dias que antecedem os da menstruação. Assim:Imaginam o seu marido mais branco de corpo. Se imaginam bem, senti-lo-ão mais branco sobre si. Retenham todo o gesto de sensualidade excessiva. Beijem o marido que lhes estiver em cima do corpo, e mudem com a imaginação o homem num olhar - lembrem quem lhes estiver em cima da alma. A essência do prazer é o desdobramento. Abram a porta da janela ao Felino em vós. Importa que o marido às vezes se zangue. O essencial é começar a sentir a atracção pelas coisas que repugnam, não perdendo a disciplina exterior. A maior indisciplina interior junta à máxima disciplina exterior compõe a perfeita sensualidade. Cada gesto que realiza um sonho ou um desejo, irrealiza-o realmente. A substituição não é tão difícil como julgam. Chamo substituição à prática que consiste em imaginar-se a gozar com um homem A, quando se está copulando com um homem B.
Minhas queridas discípulas, desejo-lhes, com um fiel cumprimento dos meus conselhos, inúmeras e desdobradas volúpias com o, não nos actos do, animal macho a que a Igreja ou o Estado as tiver atado pelo ventre e pelo apelido. É fincando os pés no solo que a ave desprende o voo. Que esta imagem, minhas filhas, vos seja a perpétua lembrança do único mandamento espiritual. Ser uma cocotte, cheia de todos os modos de vícios, sem trair o marido, nem sequer com um olhar - a volúpia disto, se souberdes consegui-lo.
Ser cocotte para dentro, trair o marido para dentro, está-lo traindo nos abraços que lhe dais, não ser para ele o sentido do beijo que lhe dais - oh mulheres superiores, ó minhas misteriosas Cerebrais - a volúpia é isso. Por que não aconselho eu isto aos homens também? Porque o Homem é outra espécie de ente. Se é inferior, recomendo-lhe que use de quantas mulheres puder: faça isso e sirva-se do meu desprezo quando. E o homem superior não tem necessidade de nenhuma mulher. Não precisa de posse sexual para a sua volúpia. Ora a mulher, mesmo superior, não aceita isto: a mulher é essencialmente sexual."

O Livro do Desassossego
Bernardo Soares/ Fernando Pessoa

16.5.08

Senhor Primeiro Ministro Eng.º Sócrates

Exmo. Senhor Primeiro Ministro
Eng.º José Sócrates

Se o Senhor vai ou não deixar de fumar a mim não me interessa eu peço-lhe é que não volte a prevaricar (e já agora não seja queixinhas, que se o Senhor não desse logo com a língua nos dentes: "Ai ali o Manuel Pinho também fumou, ele até foi o primeiro a puxar da cigarrilha" o Ministro da Economia escusava de ter sido apanhado a fumar também), é que eu à 3 Post's atrás escrevi um texto que se chama "Tanto fumo para nada" achava eu que era para nada, ora o Senhor vá lá ver os comentários ao Post, vá lá ver o que fez. Está ali uma bela folha de serviço está. É que se o Senhor pode prevaricar, os (e)leitores deste blogue também julgam que podem! Isto assim não é um blogue nem é nada. Olhe, o Senhor em vez de se desfazer em mil perdões para o Senhor Presidente Hugo Chávez que estava mas era interessado na comunicação social portuguesa, não era em si, para enviar os seus recados à Europa em particular e ao mundo em geral (ou acha que ele estava ralado se o Senhor vai ou não largar o vício?), devia era pedir desculpas a este blogue. Isso é que era bonito.
Carmina b.

Senhora Administradora do blogue tal

Exma. Senhora Administradora do blogue tal

Acabei de vir do Post "Tanto fumo para nada", li os comentários e digo-lhe muito sinceramente, foi precisamente por isso que eu tomei a iniciativa de fumar uma cigarrilha no avião não fosse o Manuel Pinho (que esse sim é um viciado, fique a senhora a saber) querer fazer escala na Portela só porque estava com défice de nicotina, mais, eu próprio, devo confessar, ando enamorado, caídinho, aluado pronto, por uma escritora que escreve num guardanapo de papel (também já gostei duma que escrevia num blogue, mas esta encanta-me mais, sempre que ela escreve no guardanapo de papel... bem, adiante) e não fosse eu ter fumado aquela cigarrilha, lá tinha o avião que parar na Cordilheira Cantábrica para eu matar esta maldita dependência. Já viu? O tempo que levávamos a chegar a Caracas com esta brincadeira? Quando lá chegássemos já a cimeira tinha acabado.
José Sócrates, eng.º

Ai

... se eu apanho a espertinha que me ensinou a fazer um blogue! Eu esfanico-a! E ao João Ayres que um dia, Ah e tal, devias fazer um blogue só para os comentários.
Onde é que vocês estavam com a (minha) cabeça hã?!

Estou aqui à espera

Diz-me a Rita (a Fiori, o Cata-vento):
- Chiça que tudo me cai em cima! Alguém me quer falar!
De maneira que eu, estou aqui à espera que a qualquer momento me caia um Boing 747 em cima.

15.5.08

É para ti


"Star" - Reamon



Tell me if you got a problem
Tell me if it's in your way
Tell me if there's something bothering you
Tell me what should I say
You know I'd do most anything
You know I'd change the world
You know I'd do most anything, for my little girl
Tell me if you got a problem
Tell me now what's inside
Show me if you broke your heartstrings
You know you never need to hide
You know I'd do most anything
You know I'd paint the sky
You know I 'd do most anything, for you my guiding light
You'r my Star,
Shining on me now,
A love from worlds apart
I need for you,
You are my shining star
My star
A love from worlds apart
I need for you,
You are my shining star
Once upon a time a memory
Once upon a time a girl
Once upon a time a perfect life
Once upon a perfect world
You know I'd do most anything, for you my guiding light
You know I'd do most everything, to keep you in my life
You'r my Star,
Shining on me now,
A love from worlds apart
I need for you,
You are my shining star
My star
A love from worlds apart
I need for you,
You are my shining star

Just a memory
Every dream is of you and me
If I wish upon a star
Well I hope
That's where you are
When heavens turn
You know you'll shine
You're in my heart, for all time
When heaven turns
You know you'll shine in worlds apart
Cause, yeah, you are my Star,
Shining oh me now
A love from worlds apart
I need for you,
You are my shining star,
My star
A love from worlds apart
I need for you,
You are my shining star,
Shining on me now
A love from worlds apart, (you shining on me now)
I need for you,
You are my shining star!

Tanto fumo para nada!

O Senhor Primeiro-Ministro foi apanhado a fumar uma cigarrilha a bordo do voo para Caracas. Foi apanhado a prevaricar. Olha meste, hã. A alínea 2 do artigo 4.º da lei do tabaco refere ser proibido fumar nos "transportes rodoviários, ferroviários, aéreos, marítimos e fluviais", então o Senhor PM aprova a Lei e depois já não se lembra? Ai, ai. E depois ainda vem para as estações de rádio com aquela conversa: Ah e tal, Portugueses e Portuguesas e Venezuelanos (já agora) peço perdão e faço aqui uma jura, nunca mais me apanham a prevaricar que eu até já decidi: "Vou deixar de fumar!"
Já não bastava o Chefe da ASAE logo no 1º dia de vigência da Lei ter sido apanhado a fumar cigarrilhas no Casino Estoril? Hum?
O porta-voz da TAP apressou-se a justificar que "pedir para fumar" num voo fretado é tão "normal" como solicitar uma "refeição especial" ou a distribuição de determinados jornais a bordo. Ó com franqueza, então quer dizer que a próxima vez que eu (distraída) puxar de um cigarro (pode ser? É que eu cigarrilhas não gosto) no café Teatro e vier de lá um Senhor com um tom muito consternado:
- A menina se faz favor, não me acenda o cigarro aqui dentro que senão somos todos multados…
Eu posso responder:
- Então mas se o Senhor PM pode… e o Senhor Chefe da ASAE idem, porque é que eu não hei-de poder? Ainda por cima ter vontade de fumar depois do café e antes das pancadinhas de Moliére é uma coisa tão "normal" como "mandar vir uma refeição a bordo", quem diz uma refeição, diz o jornaleco. Vá lá, é só este, eu prometo que amanhã deixo de fumar.
Ó Senhor Primeiro-ministro, o Senhor pague mas é a multazinha está bem? Os 50 a 750 Euros. Que é para aprender a não aprovar Leis, enfim, que depois não apetece mesmo nada cumprir.

Depois disto, lavar os dentes, tapar o menino e cama!


Cama, chão, tapete.

14.5.08

Sorrateiramente (homenagem)

"Talvez a melhor vitória
Sobre o tempo e a gravidade -
Passar sem deixar um rasto,
Seguir sem deixar a sombra
Vencer pela recusa?
Apagar-se do espelho?
Como Lérmontov, passar sorrateiramente
Pelo Cáucaso sem alarmar as rochas.
Ou talvez - mais divertido
Com o dedo de Bach, não
Tocar no eco do órgão
Extinguir-se sem deixar cinzas
Pela mentira?
Riscar-se das latitudes o nome
Passar sorrateiramente pelo tempo
Como pelos mares,
sem despertar as águas..."

"Depois da Rússia"
Marina Tsvetáeva
Marina Tsvetáeva nasceu a 6 de Setembro de 1892 em Moscovo. Aos 18 anos editou o 1º livro de poesias: Álbum nocturno, e em 1912 o segundo: Lanterna Mágica.
Em 1922 emigrou para o estrangeiro onde viveu dezassete anos (Boémia, Alemanha e França). De 1922 a 1928 foram editados vários livros seus de poesia e várias peças teatrais em verso, bem como as suas obras autobiográficas em prosa.
Em 1939 voltou com o filho Gueórgui para a U. Soviética para se juntar ao marido e à filha que tinham regressado em 1937. Dois anos depois a filha e o marido de Tsvetáeva foram presos e condenados: a filha a oito anos de trabalhos forçados, o marido à pena máxima (foi fuzilado). Em Agosto de 1941, na altura da invasão nazi, a escritora foi evacuada juntamente com o seu filho para a cidade de Elábuga, nas margens do rio Kama.
Suicidou-se a 31 de Agosto desse ano.

Isto sou eu...

... a dizer que tenho muitas saudades.