oreinabarriga

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este blogue tem Livro de Exclamações

28.2.09

O blogue comercial ou o ângulo de Courbet


"A PSP de Braga apreendeu hoje numa feira de livros de saldo, alguns
exemplares de um livro sobre pintura considerando que o quadro reproduzido na
capa, do pintor Gustave Courbet, é pornográfico, disse fonte da empresa
livreira."

Braga, 23 Fev, agência Lusa
..
Para os que já leram e ouviram tudo o que havia a dizer sobre este assunto, eu prometo que vou (tentar) ser original.
Mandaram as mulheres de Braga, talvez alguns homens também, para mim todos uma cambada de afroditas (que se reproduzem sem acto externo de geração), eu diria, que se apreendesse a obra, e a PSP assim fez.
De que fala o livro (pintura ou não) pouco se sabe, quem é o autor do quadro "A Origem do Mundo" exposta no Museu D' Orsay em Paris, não interessa nada, o que realmente interessa é que se trata de uma cona. Trata-se de coxas e o sexo de uma mulher, mas eu prefiro chamar-lhe cona porque não resisto a provocar um Ai! Credo!
Não resisto a uma boa ofensa quando se trata de gente casta, cheia de pudores (afroditas), e aqui posso (ser indecente, não ter vergonha, insultar com gíria obscena gente tão virtuosa, porque me dá prazer e o blogue é meu), já agora, fico aqui um bocadinho à espera que as mulheres de Braga e a PSP venham buscar a minha).
A PSP não é a PIDE, não apreendeu a obra com certeza por motivos de censura, apreendeu (e eu ponho-me no lugar dos PSP's de Braga) porque se eu fosse um PSP de Braga também apreendia todas as conas que pudesse.
Agora a mim o que me leva a escrever um post sobre o livro, ou sobre o quadro, não é o ângulo de Courbet (muito menos o facto da "origem do mundo" naquele tempo - 1866 salvo o erro, não ser depilada), a mim o que me preocupa é que isto dos blogues é uma coisa comercial. O meu blogue é comercial. Sem "sexo", "beijos, mais beijos", fotos de gajos (giros) não chega a ser um blogue "interessante".
Eu faço um post literário, daqueles textos saídos a ferros, cheios de liberdades poéticas...
"... sempre escritos com o sangue nos dedos,
correndo misturado e juntamente
com o sangue da caneta."
Mário Viegas

e comentários: zero.
Visitantes: 1 (2?).
Já este, que não diz nada, só porque tem a imagem do quadro de Courbet vai ter imensos visitantes (os do costume como se nunca tivessem visto, os que pesquisarem Courbet ou Bragança no google, e os que pesquisarem cona também são capazes de vir cá parar), este, que não tem nada, nada de literário, só porque tem escrito um palavrão, vai ter para cima de 80 comentários.
Por exemplo este post de certo ninguém leu, escolhi-o ao calhas, nem é dos que custou mais a sair, mas chama-se "Eu e a vida falamos", ora se fosse "Eu e os PSP de Bragança falamos", agora "Eu e a vida falamos" é uma coisa que não desperta a curiosidade de ninguém. Nem sequer a curiosidade de saber: falarão de quê? Já este post só porque diz "orgasmo", vão lá ver, foi comentado 127 vezes!
Eu escrevo um texto a explicar Porque razão não faço um post literário à tanto tempo, sobre o vómito da escrita que tantas vezes fica a meio da garganta (a falta de tempo) e vão lá ver se não tenho razão, comentários: 1? 2?, já o post mais a baixo com o nome sugestivo de Manobras de diversão com a imagem não menos sugestiva do homem eleito o mais sexy do ano, tem comentários que nunca mais acaba.
Para os que já leram e ouviram tudo o que havia para dizer sobre este assunto, posso não ter sido original, mas este é um blogue igual aos outros (comercial) e se amanhã alguém se lembrar de publicar um livro e pôr na capa o retrato do c##++*lho do gajo que fo#+eu a origem do mundo eu farei um post disso.

26.2.09

Porque razão não faço um post literário à tanto tempo

O meu marido perguntou-me hoje porque razão não faço um post literário à tanto tempo. Assim como quem diz "estou um bocado farto de post's patetas que não me dizem nada", ou "finjo que não dou importância ao teu género literário, mas gosto do teu génio literário, vá lá, inspira-te, tu sabes fazer melhor que isso".


Respondi que tenho alguns rascunhos (e meia dúzia de manuscritos) mas não tenho tempo. Alguma coisa entre nós, o nosso menino, a nossa casa, tem que ficar para trás.


Mas o pior meu amor, é que a inspiração é uma bodega que vem nas piores alturas. Quando há trabalho, quando não há tempo, quando estou no supermercado e sabes? Os pacotes de cereais não têm um raio d' um espacinho em branco para apontar de repente uma ideia, a frase perfeita é uma coisa tão fugaz, tão depressa se acende como desaparece, não sendo uma coisa palpável (é uma construção da nossa cabeça), não se pode apanhar, chega à caixa registadora do supermercado toda desfeita, desmoronada, ou simplesmente já lá não está.


Hoje fui fazer um exame (rastreio ao cancro da mama), no fim, a médica não escreveu o resultado numa ficha, pegou antes num pequeno gravador e -lo em voz baixa, para o aparelho. O resultado de um exame médico é uma coisa importante. Aquilo que eu escrevo não é. O resultado de um exame médico é uma coisa que pode mudar a vida de uma pessoa, aquilo que eu escrevo não muda nada. Não pode mudar nada. Não influencia nada, a influenciar, actua apenas sobre a minha dor, injeta uma certa analgesia no meu organismo que alivia (a vontade de escrever dói, para quem não sabe). Se o resultado do que eu escrevo fosse tão importante como um diagnóstico médico, palavra de honra se não ia já à Worten comprar um gravador daqueles para "apanhar" a inspiração quando ela me visita, onde ela mais gosta: um lugar insólito.


A inspiração é uma bodega, que vem sempre em má altura (ou num lugar insólito), por outro lado, se eu me sentar à noite em frente ao computador, cheia de madrugada para escrever, ela é capaz de não vir.

23.2.09

Manobras de diversão

Viram como foi fácil? Tirar os (per) seguidores deste blogue do post que já ia nos 78 comentários? Foi só publicar um artigo sobre o Hugh Jackman com fotografia e o mulherio saiu todo do dito post a correr (o mulherio e os rapazes que não podem ver um tipo com um certo charme que têm que vir logo comentar que lhe encontraram um pêlo a sair do nariz, um bocado de massa de folhado de salsicha num dente, enfim...). Já sabem, quando estiverem a ser alvo da (per) seguição de comentadores à vossa vida privada (mais de setenta comentários é assédio), pumga, espetem com um artigo sobre o Hugh Jackman no blogue (uma foto do Patrick Dempsey ainda resulta melhor), é limpinho.

O Musical de Hugh Jackman

Hugh Jackman com Anne Hathaway
..
Hugh Jackman e Beyoncé Knowles
..
Fotos retiradas daqui
..

Hugh Jackman, foi o primeiro não-humorista a apresentar a cerimónia dos Oscars (pelo menos desde à umas décadas) e ainda bem, porque desta vez, a escolha resultou em graça. Preparou um musical para dar inicio à cerimónia. Cantou, dançou, fez humor, enfim, espalhou (demasiado) charme em Los Angeles, no Kodak Theatre, num tributo aos principais filmes Norte-americanos deste ano, distinguidos pela mais famosa academia do planeta: a Academia de Artes e Ciências cinematográficas dos Estados Unidos da América.

Tanto Sex appeal caramba! a começar por aqui, pelos ensaios.

21.2.09

"O meu pé de laranja lima"




Depois de "O Principezinho" de Antoine Saint-Exupery e de a "Estrela" de Vergílio Ferreira, o Miguel assistiu outra vez a uma peça, no Teatro Politeama, desta vez "O meu pé de laranja lima", do escritor Brasileiro José Mauro de Vasconcellos, a história de um menino de 5 anos muito pobre (Zezé), que conversa com um pé de laranja lima e estabelece uma bonita relação de amizade com um Português: Manuel Valadares (o "Portuga").


É uma história dramática, o Miguel é muito pequenino e não está ainda preparado para perceber porque é que tanta coisa má acontece a um menino bom, apenas um pouco "traquina", como todos os meninos de 5 anos. Porém não desviou os olhos do palco nem por um momento, nem quando me fazia perguntas (difíceis).


Desta vez o papá foi trabalhar e não pode ir connosco, fomos os dois de metro:

- Vamos viajar num comboio que anda por baixo do solo!

- No escu(r)o?

- Sim! No escuro iluminado.


Já dentro da carruagem, a parte mais empolgante para o Miguel era a partida do metro em cada estação, aqueles segundos em que ganha "muita vocilidade!" (velocidade)


Passeamos pelo Rossio e demos corridas pela Praça da Figueira para fazermos os pombos esvoaçar (não sei quem é mais criança). A certa altura correu para um sem abrigo a dormitar num banco e foi meter-se com ele antes que eu tivesse tempo de o puxar por um braço:

- Sinhôi? Ito não são hoas de domie!


Lanchámos na esplanada de um café onde já estive com amigos, namorados, com o meu marido ou sozinha no meio de estranhos e de turistas. O meu filho é de certo, a minha melhor companhia. De todos os tempos. Capaz até de me escolher os sapatos numa grande sapataria da Baixa. Como nos entendemos tão bem os dois... No metro, na rua, no teatro... só se dá com quem simpatiza, aos outros, baixa a cabeça, refugia-se, não fala, nem quer sequer ouvir o que têm para lhe dizer, ele tem o puro instinto, a intuição dos meus animais preferidos: os cavalos. Quando simpatiza com alguém sociabiliza-se, fala. Os cavalos também falam. Das poucas vezes que eu os cativo.
No fim dos dias coloco-o para dormir, aconchego-o à roupa quentinha e com beijos e fico a olhar para a minha melhor companhia, é nessas alturas (e noutras, mas esta é uma altura especial) que sinto a verdadeira felicidade por dentro, e que Deus existe. Não só existe, como é Grande.

19.2.09

"Bambi"

Amanhã é a festa de Carnaval na escolinha do Miguel e o meu filho vai de...

....



.. Bambi!

Antes e depois

Antes do meu filho ir para o jardim d’ Infância, por cada empurrão que outra criança lhe desse ele caia e ficava a chorar. Cada vez que um menino corresse pela areia do parque e fizesse questão de lhe mandar a areia toda do parque para os olhos ele não se vingava. Hoje a Lina fez “queixinhas” do meu filho. Pela primeira vez fez (me) queixinhas do meu filho. Parece que o Miguel leva um empurrão e dá outro logo a seguir, parece até que já é capaz de dar empurrões sem ter sido empurrado (parece também que já se ajeita a dar pontapés aos outros).
E eu não estou zangada. Estou contente (até q' enfim filho).
A Lina fez (me) queixinhas do Miguel e riu-se “Faz parte mamã, ele está a abrir”.
O meu filho está a abrir. E isso, para mim que conheço o meu filho, isso, é uma coisa boa.
Como este blogue (espero) não é lido por nenhuma educadora (por acaso até é, por duas, pelo menos, bom, adiante) uma das razões porque eu queria “mandar” o meu filho para o Jardim d’ Infância aos 3 anos era porque sabia que no Jardim d’ Infância ele ia aprender (entre outras coisas) a regra do “dás-me um tabefe levas logo um xuto". Eu não quero criar um ser agressivo, um menino mau, um "puto estúpido" mas também não quero nenhum "betinho" e resolvi "mandar" o meu filho para um Jardim d' Infância por não saber como é que isso se faz. É que eu, sempre que me atingem o filho, a minha vontade é: “Levaste um tabefe? Davas logo um pontapé!” mas sai-me um: “Foi a brincar filho. Os meninos maus são os que dão pontapés. E tu és um menino bom.”
Ora, está visto que (só) com a minha educação ele não chegava a lado nenhum…

"Nenuco"

Em contrapartida, nas mãos da Patricia, da Inês, da Aissatu, da Rafaela, da Marina, da Juliana e de todas as meninas da escolinha, o meu filho é um...
..




... Nenuco.

(Nenuco no cabeleireiro, Nenuco no médico, Nenuco come a papa, Nenuco querem descalçar-lhe os sapatos para lhe dar banho, ...)

E não consta que o meu filho não goste que as meninas façam dele Nenuco trinta-por-uma-linha (deve por isso que já começaram os pontapés aos Action Man's).

Ensino especial

Foto retirada daqui APPACDM do Fundão



O governo pretende fechar todas as escolas do ensino especial que trabalham com crianças que têm necessidades educativas especiais. A ideia é promover a "inclusão", a meu ver no entanto, sem preparar as escolas e os professores e os educadores para receber estas crianças tão especiais. Não é fácil incluir um menino cego numa escola regular cheia de obstáculos que todos conseguem ver, menos ele,
não é fácil incluir um menino surdo numa escola regular onde a barreira do som é imposta não é uma condição,
e muito menos é fácil incluir numa escola regular um menino com deficiência mental, porque tem que se ter em conta o nível cognitivo.
O governo pretende que todas as crianças com necessidades educativas especiais sejam integradas no sistema de ensino regular e "transformar até 2013 as escolas de ensino especial em Centros de Recursos para a Inclusão", que é uma coisa que eu ainda não percebi o que é, até porque ainda não existe, o que eu percebo, é que era por fazer existir essa coisa “Centros de Recursos para a Inclusão” que o governo devia começar.
"Nós" não só deviamos cuidar que todas estas crianças tivessem direito à diferença, devíamos cuidar que não fossem incluidas nem excluidas, tivessem simplesmente o direito a serem diferentes, "nós" não só devíamos assegurar todas as escolas do ensino especial, como devíamos criar mais, e como ainda seria pouco, repito: seria pouco, devíamos criar um mundo só para eles, à sua medida, à medida das suas necessidades.
Os cegos não vêem o céu nem a estrada, devíamos cuidar que o chão não tivesse buracos nem obstáculos e depois criar um céu que eles pudessem contemplar.
(eles merecem, por serem tão especiais)

Este Post é dedicado ao meu querido Hugo e à mamã do Hugo (a minha grande amiga Sandra Godinho)

e é dedicado às crianças e aos funcionários da APADP (Associação de Pais e Amigos de Deficientes Profundos),

CERCITOP (Centro de Educação e Reabilitação de Deficientes de Todo o País),

CECD (Centro de Educação para o Cidadão Deficiente),

LPDM (Liga Portuguesa de Deficientes Motores),

CERCI -Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas,

Crinabel-Cooperativa de Ensino Especial e Solidariedade Social

e às crianças e funcionários de todos os Colégios e Escolas do Ensino Especial.


17.2.09

Pausa para café

Entre um café e um olhar à volta, quase sempre me surge esta frase: tenho que blogar isto.

16.2.09

Nesta altura do ano...

... o sítio melhor para comprar um livro (à vontadinha, e sem filas de espera intermináveis), é na net, ou nas finanças.

Há uma altura do ano em que as livrarias se enchem

Há uma altura do ano em que as livrarias se enchem. Não todas. Algumas livrarias.
Estava à pouco à mesa de um café e olhei como habitualmente para a montra da livraria (a única que conheço para além da municipal, na Pontinha) e deparei-me com um cenário invulgar (eu pelo menos nunca tinha visto): a livraria estava cheia! De pessoas. Mais pessoas que livros, eu diria. Estranhei. Depois olhei para o lado e percebi porquê. Ao canto, na montra, haviam colocado um papel que dizia:
"Preenchimento e entrega de IRS - impressos nas finanças ou
via Internet - entregue-nos os documentos e nós tratamos de tudo! -
prazos de entrega - 1ª fase (...)"
..
Há uma altura do ano em que as livrarias se enchem (de 1 de Fevereiro a 15 Abril começa a primeira enchente e de 16 de Março e 25 de Maio a 2ª avalanche). Não todas, algumas livrarias. As livrarias que 'nos' tratam dos papéis para o IRS.

13.2.09

Obrigado Fiori!

Que seria deste blogue sem ti querida? (tirando a parte que a Rainha Reles ainda anda aos papéis). Não seria nada. Não havia blogue. Pra ninguém.

Agora para fugir à (per)seguição, vou ouvir a Alicia Keys. Tenho o CD à mais de 1 ano e ainda não saí da faixa 4. Às vezes lá ouço a faixa 1 que é um instrumental e não conheço mais nada do álbum, é lamentável. Vou ouvir Alicia Keys e vou ouvir esta faixa (inevitavelmente e ininterruptamente) até enjoar.

Deviam era inventar o dia dos casados. E nós amanhã, em vez de pormos a roupa mais gira (para ficarmos cheios de sex appeal), irmos jantar fora, trocar epitélios (aquela coisa que se faz com as línguas) no escurinho do cinema, íamos para a mesa da sala, de robe (para ficarmos cheios de borbotos se nos tocassemos) discutir o orçamento familiar, trocávamos LDL "mau colesterol" (que é aquela coisa que se faz com as facturas) e depois a meio da noite, quando o nosso filhinho tossisse, acordávamos os dois ao mesmo tempo e íamos de mão dada dar-lhe o xarope e cantar "O ser poeta" até ele finalmente adormecer outra vez...

Ai, enganei-me... ainda não é hoje.

Feliz dia ds namrads gajinh!

12.2.09

Podemos voar

"Todos temos asas, só que alguns não sabem porquê"

in Never tear us apart (INXS)

11.2.09

O post a seguir...

... é outro Dejá (eu sei) para os "residentes" deste blogue, era um post de 2006, revisitei-o por força de duas pessoas que tocaram recentemente no assunto: a origem do pseudónimo Carmina Burana (ou da alcunha carmina bê). Limpei-lhe o pó, liguei o rádio à ficha para que possam clicar no play e ouvir uma área da musica e trouxe-o à superfície.

A origem do pseudónimo Carmina Burana

Lembram-se de uma área da "Carmina Burana" celebrizada por um antigo anúncio da "Old Spice"? Lembram-se do mesmo trecho na abertura do concerto dos The Doors: "Os filhos de Morrison" em 2003 no Pavilhão Atlântico? Serviu também de banda sonora para filmes como "Excalibur", ou de fundo para Jim Morrison em "The Doors" de Oliver Stone.




(para o caso de não se lembrarem)

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Se me fosse dado escolher a banda sonora para a minha vida, eu escolheria a "Carmina Burana" de Carl Orff. Por ser uma composição belíssima, intensa, o coro é forte, a marcação da percussão, tudo é intenso (choro sempre no "finalle" é a adrenalina provocada por aquela força crescente). "Carmina Burana" é na sua origem uma colecção manuscrita de cerca de 200 poemas e canções medievais encontrados na abadia de Benediktbeuern, na Alemanha. Eram poemas de monges e eruditos errantes (os goliardos). “Carmina Burana” (tanto quanto li) é uma expressão em latim, é o plural de Carmen que significa canções (Canções de Benedikt Beuern).



Foto retirada daqui, Carl Orff homepage

Carl Orff, musicólogo, pegou neste conjunto de poemas e formou esta cantata magnífica, com o símbolo da Antiguidade — A roda da fortuna, girando eternamente, trazendo alternadamente boa e má sorte, como pano de fundo.


"Carmina" representa a mudança constante: uma condição da vida humana. Começa com o apelo à Deusa da Fortuna passa pelo encontro do homem com a natureza e pela ode ao vinho e ao amor na área "In taberna" que culmina com o coro "Ave, formosíssima" que depois se repete grandiosamente no final (que é aquela força crescente onde tudo é intenso e a adrenalina se liberta em estado líquido).

E obrigada pai! por me teres dado a ouvir e a conhecer tão boa música (clássica e não só, música é música). Devo a ti, pai, a minha vida ter banda sonora, momentos banais tornados raros, horas como as outras, inesquecíveis. E as associações... Que memórias se levantam quando eu ouço a "Carmina Burana"... o anúncio da Old Spice; Jim Morrison...


Direitos de autor: Carmina Burana. É o que vai aparecer agora em rodapé. Sou eu. Euzinha.


10.2.09

Tinta de guache

A minha mãe (a avozinha Ana) estende-me hoje o bibe amarelinho (amarelinho por baixo) do Miguel e diz assim:
- Toma, isto é o bibe do teu filho todo tingido de guaches.
(daí eu dizer bibe amarelinho por baixo)
- Viva! O Miguel anda à um mês na escolinha e finalmente sujou o bibe!
Finalmente filho! Uma coisa é não andar com remelas, não andar com caca no nariz, nem com as unhas crescidas ou com cera nos ouvidos, outra coisa é andar com o bibe da escola todo limpinho, isso não se faz filho, andar com o bibe da escola todo limpinho. Sem um salpico de tinta. Quem diz o bibe, diz o nariz, as bochechas (bocados de plasticina dentro dos bolsos). Pinta tudo filho, pinta tudo e depois leva as mãos cheias de tinta ao bibe para a mamã ter a certeza que pintas o mundo todo, não só o meu.

7.2.09

Mais de mim...

Ainda aí uma corrente que quer saber mais de mim. Banda preferida. O que é que eu já fiz do outro mundo (experiência mais radical). Livro da minha vida. Eu já li a corrente (achei piada ao que vocês fizeram do outro mundo), tem imensas perguntas, quando eu estiver para aí virada, digo mais sobre mim e depois "passo a outro e não ao mesmo", não é?

Estas ficam já despachadas, "Banda preferida" são duas:

Search and DownloaMoee
E "A coisa mais radical que fiz na vida" foi ter um filho (sem epidural).
(sem epidural, no Amadora/ Sintra e na mudança de turno, vá lá, não houve nenhum Benfica x Porto nesse dia)
..
Bandas: INXS (never tear us apart) e Depeche Mode (enjoy the silence) retiradas daqui .

6.2.09

Geração roubada

Governo e Igreja em poder de uma Lei, arrancavam crianças Australianas mestiças aos pais para as evangelizarem e "civilizarem". Não era uma coisa boa. Não há nada pior que arrancar um filho a uma mãe. Não há nada pior para uma mãe (para um pai), não há nada pior para um filho.
As crianças não eram roubadas por serem vitimas de maus tratos, por serem filhos de pais alcoólicos ou criminosos, não eram levadas para terem uma vida melhor, eram roubadas para que se extinguisse a raça aborígene mestiça e seus costumes. E ficassem os brancos, a "raça pura". Os brancos sempre se julgaram a raça pura, civilizada e culta e cometeram ao longo da história os genocídios mais bárbaros. A "nós" brancos resta-nos a vergonha do que ficou para a história e que brancos puros venham a seguir e sejam ao menos capazes (como a Austrália fez em 2007) de reconhecer e pedir desculpa pelo genocídio, porque não se pode apagar a história.
..
“Pedimos desculpa pelas leis e diferentes
políticas adotadas pelos parlamentos e governos sucessivos
que infligiram profunda pena, dor e perda
aos nossos compatriotas australianos, às mães e pais, aos
irmãos e irmãs, por termos separado famílias e comunidades, pedimos perdão (…)
E pelo atentado à dignidade e a humilhação infligida a um povo orgulhoso de si
mesmo e da sua cultura, pedimos perdão”
..
2007 Discurso de Kevin Rudd primeiro-ministro australiano no parlamento pedindo desculpas à “geração roubada”, e também a todos os aborígenes vítimas de “maus-tratos”.

Austrália, o filme



O filme é lindo Baz Luhrmann (realizador). A banda sonora do filme é fantástica (David Hirschfelder), a fotografia também por culpa da Austrália cobrir quase toda a Oceania de uma beleza rara. A Nicole Kidman (Sarah Ashley) e o Hugh Jackman (Drover) são lindos, e protagonizam uma belíssima história de amor em tempo de guerra com uma soberba carga dramática ("ninguém resiste a uma belíssima história de amor em tempo de guerra pois não? mesmo um dejá vù. nós, não"). Brandon Walters (Nullah) é uma criança aborígene encantadora que faz magia ("... gostas de crianças encantadoras que fazem magia, vais apaixonar-te pelo Nullah"). O filme tem tudo aquilo que eu gosto: drama, romance, banda sonora intensa, bons actores, boa fotografia e uma criança encantadora que faz magia. É um filme que fala de coragem, de dignidade (orgulho?) as características da personalidade que mais me fascinam num ser humano (e a sensibilidade) e tem como pano de fundo a abordagem à que ficou conhecida na história como a Geração Roubada ou Stolen Generation.

Tinhas razão. És a minha alma gémea (cinematográfica).






5.2.09

Isto promete...

... promete. O meu filho já conseguiu encantar uma miúda no Jardim d' Infância, qual será o próximo passo? Deixa-me adivinhar... vai largar a chucha.

"O que é apaixonada?"

Perguntei ao meu filho se ele sabia que a Inês estava apaixonada por ele, respondeu assim:
- Sabia. Só que a Inês não é da minha sala, tem chovido muito e não temos ido ao recreio, de modo que tem sido difícil encontrar-me com ela."
Mentira! A resposta do meu filho foi:
- Main? O que é apaixonada?

4.2.09

Talento não chega

- Estou muito apaixonada pelo Miguel!
..
Diz a Inês (que tem 3 anos e anda na escolinha do meu filho) para a mamã (que por acaso é minha colega). O Miguel por quem ela está apaixonada é o meu filho, justamente (que também tem 3 anos).
O que é que eu digo à Inês (que tem 3 anos)? Que o meu filho (que também tem 3 anos) é um rapaz discreto, um gentleman e não fala dessas coisas?
Eu achava que tinha imenso talento para sogra. Eu acho que tenho imenso talento para sogra, mas... Logo já vou perguntar ao meu filho (que tem 3 anos) que intenções tem ele para com a menina (ainda por cima é filha de uma colega minha!), nada de iludir as coleguinhas em falso e depois não assumir os compromissos e se for preciso cito-lhe aquela parte da história do principezinho que diz assim: - "És responsável por tudo aquilo que cativas."
Eu achava que tinha imenso talento para sogra. Eu acho que tenho imenso talento para sogra, mas... ter talento não chega.
(estou a rir!)

2.2.09

Austrália, o filme

E agora queria escrever sobre Austrália, o filme, sobre três horas de cinema, fossem seis, dez... Sobre a chuva torrencial (romântica, intensa) de sábado à noite que caía em cascatas e esbarrava nas vidraças do Alegro e nós a fumar um cigarrinho debaixo daquele choro violento e de ter entrado para a sala de cinema e ter dado pela falta da mala e ter saído a correr (devo estar senil), escada rolante a correr, elevador, corredor do piso zero a fora até ao Starbucks para resgatá-la, devo estar senil porque para um homem eu me ter esquecido da mala é normal "tinhas o casado, o saco que tinha as calças que compraste na salsa, eram muitas coisas, é normal teres-te esquecido de pegar na mala" mas eu devo estar a ficar senil porque uma mulher anda uma vida inteira de mala, assim como é capaz de andar uma vida inteira com dedinhos nos pés, de modo que se lhe faltarem os dedinhos nos pés ela dá por isso e eu não dei pela falta da mala, foi preciso o filme estar a começar para me dar um "ai", um "mas" e finalmente um "caneco! então onde está a minha mala?". Ai, ai. Mas fica tudo para outro post, a mala cá canta, o filme é lindo o Hugh Jackman é lindo (é impossível falar do Austrália e não dizer que o Hugh Jackmam é lindo), o filme tem três horas, fossem seis, eu é que já estou na eminencia de dormir já aqui... em cima do teclado...

Sentido único

O mundo em que vivemos é bárbaro, povoado por bárbaros, a vida às vezes é cruel é injusta para as pessoas cheias de bondade, o mundo é um lugar perigoso, a natureza que um dia nos deslumbra, no outro pode tolher-nos num mar ou terramoto, num diluvio, num incêndio, na lava d'um vulcão ou na queda de um astro. Há minas debaixo de terra nalguns lugares do mundo. Há crianças que empunham armas e são capazes de matar, há crianças que não foram feitas para brincar. Nada faz muito sentido. Porque é que estamos aqui? Às vezes perguntamos. Para que é que vivemos? Porque é que isto me aconteceu? E depois quando temos um filho, o mundo continua bárbaro, povoado por bárbaros, a vida é cruel é injusta para as pessoas cheias de bondade, mas faz sentido (se eu agora tivesse uma mina de baixo dos pés), a vida afinal, faz sentido.