oreinabarriga

este blogue está protegido pelos direitos de autor © todos os direitos reservados ao autor designado como carmina burana. a cópia não autorizada de conteúdos de propriedade intelectual e criativa protegidos pelos direitos de autor é ilícita e pode fazê-lo incorrer a si em processos civis e criminais ao abrigo da lei 16/2008 de 1 de abril.







este blogue tem Livro de Exclamações

30.10.10

No restaurante...

Ele: - Pagas tu (a conta) ou pago eu?
Ela: - Pagas tu ora! Cabeleireiro e unhas 30.00€, blusa 26.90€, sapatos 79.00€, lingerie 39.90€, Perfume 37.50€, depilação: pernas 30.00€ (cada perna), pílula contracetiva 15.00€, só para sair contigo, e tu ainda perguntas!?

Os melhores presentes do mundo

"... quando um dos meus irmãos era pequenino, o meu pai fez anos e o presente que o miúdo lhe deu foi uma torrada embrulhada num guardanapo de papel. Nunca vi o meu pai tão comovido. Uma vez uma das minhas filhas, quando era pequenina, deu-me vinte cinco tostões, nos meus anos. Foi o melhor presente que me deram. Estou a dizer isto e estou a comover-me [pausa] nunca me deram tanto dinheiro."
António Lobo Antunes em entrevista a  Ricardo Araújo Pereira  In Visão

As asneiras



Miguel: C#!
Eu: (fiz ouvidos de mercador)
Miguel: C#
Eu: (Não tarda estás a levar uma galheta, eu que só tinha intenção de dar-te uma galheta quando fosses da minha altura)
Miguel: C#

Pelo canto do olho percebi que me estáva a fazer um teste: "até onde é que eu posso ir?" e não me contive mais

Eu: Ó filho estás muito chateado?
Miguel: Não
Eu: Diz lá! Estás zangado? Irritado? Correu mal a escola foi? Ninguém quer brincar contigo, os carros dos outros meninos andam mais que os teus? A professora é uma chata?
Miguel (baixinho e com uma cara de espanto): ... Não...
Eu: Então pra que é que estás a dizer asneiras?!

E foi palavra que nunca mais se ouviu cá em casa.

26.10.10

Lidl 19:30PM

"Se quer cativar um homem bonito, não olhe para ele mais que uma vez" podia ler-se no rótulo da garrafa de água que acabei de colocar no cesto das compras. Fui até à prateleira das especiarias à procura de um frasquinho de coentros, que nem é para mim, é para os meus vizinhos do lado que me perguntam sempre se não tenho coentros

(que maçada, estou a fazer uns pasteis e pensava que tinha coentros, não tem por acaso coentros?)

e eu nunca tenho,

(pronto paciência, lá vai ficar a açorda outra vez sem coentros, ou, estamos a cozinhar um polvo, eu ia jurar que ainda havia coentros)

e eu procuro em todo o lado e nos frascos todos e tenho tudo (anis, baunilha, cravo-da-índia que é uma coisa parecida com pregos, pimenta, tudo menos aquilo com que se tempera o jantar dos vizinhos do lado.

Da próxima vez, tenho coentros.
Dei meia volta a pensar "da próxima vez tenho coentros" e esbarrei contra os meus vizinhos do lado que tinham acabado de entrar no Lidl com uma caçarola na mão... mentira, esbarrei num homem de calças de ganga azuis escuras, decote em V, cara de anjo mau e olhos cinzentos (cinzentos? sim, cinzentos), cinzentos transpirados (isto visto de baixo para cima porque eu quando esbarro em alguém ou em alguma coisa é porque estou a olhar para os bicos dos pés). Não pude pedir desculpa do embaraço porque estava a tentar lembrar-me da frase que podia ler-se no rótulo da garrafa de água "Se quer cativar um homem bonito, não olhe para ele mais que uma vez" e lembrei-me, consegui lembrar-me antes dele acabar de sorrir e eu ficar tentada a olhar para ele outra vez, ou seja, resolvi assumir tudo com ele ali mesmo, e tudo é deixar que ele não tire os olhos de mim enquanto eu não olhar para ele outra vez, tudo é esta espécie de relação que tivemos com estranhos, durante toda a nossa vida, em supermercados, em paragens de táxi, no transito, na livraria, ... em menos de 30 segundos projectamos uma vida inteira ao lado desses estranhos, o que inclui uma viagem a Xangai, sexo escaldante no carro dele, pequeno almoço na cozinha daquela que podia ter sido a casa dos nossos sonhos, imaginamos o desenho da sua letra, a raça do cão, a expressão de dor quando se magoa, enfim, toda uma vida com a maravilhosa particularidade de não haver... discussões. Nem traições. Nem faturas do Gás. Uma vida de sonho em menos de 30 segundos. Sem cobranças, sem números de telemóvel.
Depois há as pessoas (quase todas mulheres) que gostam de estragar tudo. Retribuem sorrisos, olham à segunda, terceira, ... dão o número do telemóvel e deixam vir as discussões. As traições e as facturas do Gás.
(o cão era tão giro) Desculpam-se.
(e o desenho da letra também era) Desculpas.
À saída do supermercado lembrei-me de carregar o telemóvel no multibanco (lembrei-me que me tinha esquecido de comprar wollites, uma escova de dentes nova e uns... mas não me apeteceu voltar atrás. Lembrei-me que tenho que secar os ténnis do menino porque amanhã é ginástica, lembrei-me do nome da mulher do Sr. Pilar, há mais de 10 anos que não me lembrava do nome da mulher do Sr. Pilar) isto tudo enquanto carregava o telemóvel. Depois saí para a rua, andei até ao carro, estendi o braço, abri com o comando, olhei para o lado, para o carro do lado e lá estava o MacBrasa a sorrir para mim como se as coincidências fossem uma coisa de crianças e eu tivesse comprado um carrinho da Disney (porque todos os meninos acham que de um saco das compras vai sair um carrinho da disney e então as caras iluminam-se,  num sorriso grande).
A chuva começou a cair-me em cima mais intensa e eu (a chuva é uma desculpa como outra qualquer, podia ter sido a caligrafia), resolvi estragar tudo e ... Sorri. 
O MacBrasa, quase só num mexer dos lábios, bem articulado, quase sem nenhum som, como na linguagem dos surdos-mudos, a chuva a molhar as palavras disse: " - O bri-ga-do pe-lo sor-ri-so!"
Eu: " - De nada, tenho um sorriso fácil"
MacBrasa: Mas foi difícil (e ficou ali a fazer: agora vamos ver quem acaba com o sorrido primeiro, eu não tenho a mínima vontade de ser).
Entrei depressa para dentro do meu carro, sai de marcha atrás sem olhar uma última vez, parei no semáforo já quase a chegar a casa, tirei uma garrafinha de água do saco das compras e podia ler-se no rótulo:
"Se quer cativar um homem bonito, não olh..." mentira! O rótulo da garrafa dizia: "
"Captação: Caldas de Penacova, Contrato de concessão HM 22 ecoponto amarelo 50 cl"

19.10.10

Albano Jerónimo para a EDP



A EDP devia recompensar-me com um ano de facturação à borla porque este post pelas estatísticas do blogue, está no encalço dos post's mais visitados (Patrick Dempsey, Jon Kortajarena e João Ayres com a Drew Barrymore). 
Já veio gente da Micronésia, do Lemem, de Myanmar, da Eritreia e do Turquemenistão, que eram países que estavam às escuras no meu mapa das estatísticas.
(Vai-se lá saber o porquê desta afluência toda)

18.10.10

Tás tão magra

Há 38 anos que oiço“ - Tás tão magra, …”.
Até aos oito anos diziam à minha mãe " - A sua menina tá tão magra", como se ela não me desse a papa toda, a partir dos oito começaram a dizer-me face to face “ - Tás tão magra, qualquer dia desapareces!"
Se eu antes dos oito não gostava de ouvir a frase porque a minha mãe nunca se esqueceu vez nenhuma de me dar a papa (tomara eu na altura que ela nunca se lembrasse disso), depois dos oito comecei a responder: “ - Tás tão gorda, qualquer dia não cabes nas calças!” mentira, não comecei nada a responder. Este post é só um elogio às pessoas que dizem tudo o que pensam, às frontais, e francas (como eu vos venero!), às que não fazem cerimonia, às directas, objectivas, claras de ideias, ou já agora, às que não são hipócritas como eu, mas vá lá, deixem-me ser magrinha (vá lá, deixem), e ser aquilo que sou desde os oito: uma cachopa (trinca-espinhas, é certo), que toda a vida soube medir (pesar, neste caso), as palavras.

Pisco

O meu filho (tal como eu em pequena) é um pisco a comer.
(pisco = a passarinho pequenino, que debica um grãosinho e fica logo com a barriguita cheia)

No 1º dia dos novos peixes cá em casa, o meu filho pegou no recipiente da comida deles (uns flocos multicolores de farinha de camarão e larvas), apertou o recipiente muito bem com as duas mãos e contra o peito e disse: "- Ai como eu gostava de ser peixinho, assim só tinha que comer dois ou três flocos destes por dia!"

16.10.10

Não se ama alguém que não houve a mesma canção

(post a propósito do iPod do blogue)

"Juntos no escuro de mão dada a ouvir.
Aquela música maluca, sempre a subir.
"Mas tu não ficaste, nem meia hora
Não fizeste um esforço para gostar e foste embora.
Contigo aprendi uma grande lição
Não se ama alguém que não houve a mesma canção."

"Paixão" Carlos Tê

Façam um esforço para gostar, se gostam de mim (daquela música maluca sempre a subir).
Fiquem a ouvi-la... fiquem pelo menos, meia hora.

(este post era também para escrever sobre amar e viver ao lado de alguém que sempre viveu noutro mundo que não é o nosso, mas, inesperadamente, afinal não somos só nós e não há só dois mundos, houve alguém que já o fez)


"... Será que somos capazes de amar e viver ao lado de alguém que sempre viveu numa outra realidade? Será o amor um catalizador tão eficaz que anula diferenças de princípio? De entre todas as diferenças quais são as realmente inultrapassáveis?

Percebi, com o passar dos tempos e algumas nódoas negras emocionais, que o amor não resolve tudo, aliás, no mais das vezes, nem sequer ajuda nada. Serve apenas de analgésico (de qualidade duvidosa) e atordoa-nos os sentidos, permitindo-nos continuar a viver num estado de semi-vigília enquanto tudo o resto se vais desmoronando e perde qualquer sentido. Quando acordamos, geralmente com uma ressaca monstruosamente acumulada, já nem nos lembramos das razões que nos levaram ao patamar onde agora estamos, e que nos parece, apenas, desconfortável, e constrangedor, como uma saia demasiado curta, que não nos cobre o suficiente para estarmos socialmente confiantes.

É este o resultado de tentar combinar pessoas com interesses e circunstancialismos totalmente distintos.

E o que é "a mesma canção"? Não me refiro, naturalmente, a questões financeiras. Mas a coisas muito mais determinantes: Carreira, ambições, valores e interesses culturais. Desisti de tentar adaptar-me a homens que não querem da vida mais do que eu, que me acham excêntrica pela mania dos livros e do jazz, a quem incomoda, mais ainda do que o interesse pela política e economia, as noites passadas no escritório ou à frente do portátil entre 38456 papéis.

Eu não sou só aquilo que sou de alguém, eu sou sobretudo aquilo que faço, e ainda mais, aquilo que quero.

E o que eu quero é um homem que eu possa admirar e que me faça querer estar em bicos de pés para chegar até ele, não alguém que eu tenha de me baixar para tentar perceber.

Descobri, que no amor, ao contrário da vida, tenho vertigens, e raramente gosto do que vejo quando olho para baixo... Pior, o mais certo é perder o equilíbrio e, invariavelmente, estatelar-me... "

publicado por Laura Abreu Cravo In Mel com Cicuta

11.10.10

Love is our resistance





Os Muse tem-me inspirado para muitos post's que não escrevo. Tenho uma data de fios soltos na cabeça. É assim, quando não escrevo. 
O amor é a nossa resistência (oposição, defesa).
Viver e manter intactas as nossas convicções. Viver e manter intacta a nossa (in)genuidade.
Viver é resistir, resistir, (opor, defender) ... O amor é a nossa resistência (Love is our resistance).
Pelo menos a minha, é. 
(Era mais ou menos isto, mas ainda tenho fios soltos).

O meu filho reconhece todos os instrumentos da banda (os pratos e as baquetas da bateria do Dom, a guitarra, o piano e o vocal que é outro instrumento, do Matthew Bellamy, e o baixo de Chris Wolst...). E gosta mais da bateria.

Eu sei de cor o filme "Cars" da Disney e o meu filho ouve a minha música e os Muse podiam não ser uma banda interessante para um menino de 5 anos.

(nem os INXS, nem os Depeche Mode).

8.10.10

Aviões

São padrões de sons interessantes para mim (ou barulhos que me extasiam):

"INXS" no Hard Rock Café

"Carmina Burana" em DTS

"Turandot" de Puccini com o Pavarotti

Ferraris da F1
A trovoada

Um Puma helicóptero a aterrar/ amarar ou levantar

Um North American OV-10B Bronco



(é o único bronco nesta vida que dá nos meus sonhos), até vou pô-lo a voar outra vez (só tenho brevet para pôr aviões destes a voar num blogue, já não é mau, ter o comando dos sonhos)


(a foto é da airpictures.net)

Agora fiquei com pele de galinha.

[Depois na "cama" e como rapariga paradoxa que sou (não é parada nem paradócha, é paradó que ça), gosto do som do silêncio ou daquele verbo que os gatos sabem reprozudir muito bem].

Nota: Este post era sobre aviões.

7.10.10

Acórdão casa Pia


Aos que defenderam que era "fantasia criada pelos ex-alunos", aos que não confiaram no trabalho da PJ e do psiquiatra Álvaro de Carvalho, aos que julgaram (mal) a juíza Ana Peres e os restantes magistrados, mas sobretudo para os que "Pedófilo? Eu??!" aqui vai na integra (ou praticamente na íntegra, só não tem o nome das vítimas), o Acórdão (sentença do Processo Casa Pia)


Agora vou ver se ainda consigo mexer os dedinhos das mãos porque foram muitos anos a fazer figas para estes filhos da p#! destes tarados levarem com este calhamaço (1735 páginas de acórdão) na tromba.

5.10.10

Breve história do dia 5 de Outubro de 1910


Ora hoje comemora-se uma coisa que foi... um golpe de estado organizado pelo Partido Republicano Português? Não, nada disso, hoje comemora-se uma coisa que foi um cavalheiro que desfilou uma rua a baixo com uma bandeira branca na mão e as pessoas que estavam à janela ou à varanda (o José Relvas por exemplo estava à varanda, à varanda da câmara municipal de Lisboa), e que estavam na rua e dentro dos carros (Ford, os carros em 1910 eram todos Ford) pensaram que a monarquia estava a... render-se.

O cavalheiro era um diplomata Alemão e as pessoas que pensaram que a monarquia estava a render-se eram Portuguesas. Como é que se chama a isto? Implantação da quê?

A Década de 10 (1910) foi marcada por grandes acontecimentos mundiais (a revolução Russa, a 1ª guerra mundial, o Titanic afundou-se, ...) Portugal não ia agora ficar para trás.
..
A imagem lá em cima (para os que pensam que me enganei), representa o símbolo da República Francesa num quadro de Eugène Delacroix (não, não me enganei), podia ter publicado uma imagem com o símbolo da República Portuguesa, mas era igual. A única diferença é que a nossa República é uma alentejana de Arraiolos.

Antes que me perguntem...

... eu não tenho nada de veemente contra a República, muito pelo contrário, até devia ter sido implantada mais cedo porque houve uma data de Reis que não valiam a ponta dum coiso e foram justamente assassinar o D. Carlos I por causa disso, que é dos Reis que eu mais gosto.
Era culto, cientista, sensível, pintava, era um diplomata (ficou até com esse cognome, "O diplomata"), dignificou o nome de Portugal por todos os lugares do mundo por onde viajou... Bastava ele só ter deixado o Aquário Vasco da Gama para eu gostar assim tanto dele.
Não tenho mesmo nada contra a Republica, muito pelo contrário, só acho que foi em má altura.

Aquário Vasco da Gama

Os animais divertem-me quando estou triste. Os animais relembram-me o instinto de sobrevivência quando acho que o perdi. Os animais fazem-me bem. Relaxam-me. Assim como quem vai para o pé do mar, eu vou para onde houverem animais.

Também costumo ir curar-me para o Jardim Zoológico de Lisboa (o tratamento sai é um bocado mais carote que uma entrada no Aquário), por isso quando eu não estou bem, é bem provável que me encontrem aqui...


"Aquário Vasco da Gama"

Gosto de tudo neste lugar. O Rei D. Carlos I ainda é o perceptor do Aquário, apesar de já ter uns 150 anos (e de já ter morrido inclusivamente). Cada vez que vou ao Aquário o Rei D. Carlos ensina-me uma coisa nova. Gosto até do sacana deste armário


que quando eu era pequenina me parecia muuuuuuuuito maior, e me intrigava por demais.