oreinabarriga

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25.3.07

O Principezinho




Dia 25 de Março de 2007. Domingo, 16 Horas. O Principezinho de Antoine Saint Exupéry. Politeama. Lisboa. A Primeira vez que o Miguel foi ao Teatro...
Se guardou lembranças não sei. Que viu a primeira parte da peça toda viu, alegremente e ía apontando para o palco soltando exclamações àquilo que lhe era familiar: um menino, um avião, estrelas... Na segunda parte adormeceu ao meu colo, como um verdadeiro Principezinho... Gosto daquela frase: "És responsável por tudo aquilo que cativas..."

23.3.07

Senhora do meu nariz

Hoje acordei senhora do meu nariz.
Se há coisa em mim que em nada me abona, é precisamente, o meu nariz. Penca, Narigão, Nariz, é favor. Acordar, portanto, senhora do meu nariz, devería querer dizer, acordar indisposta, de mau humor, de mal com o mundo, mas nada disso.
Nunca tive complexos em relação ao meu nariz porque nem sempre tive nariz de Júlio Isidro. Nasci praticamente sem nariz. Fiz a primária de nariz pequeno e aperfeiçoado. Fui para o ciclo e nos dois anos que lá andei o nariz portou-se lindamente e só quando fui para o Liceu é que se começou a indignar-se e muito embora as minhas mentiras fossem daquelas mentirinhas da cáca (e diga-se era sempre apanhada) certo que o nariz explodiu cara a fora e toda eu era nariz. Tive sorte, porque no Liceu, os rapazes olhavam mas era para as minhas saliências e para o meu rabo e pouco reparavam que a minha cara toda ela era nariz. Quando reparavam eu sorria e parecendo que não, disfarçava.
Apesar da minha penca, sempre me deram emprego.E ainda consegui namorar com dois dos rapazes dos meus sonhos.
As crianças são muito cruéis como se sabe, umas com a outras, de modo que se o meu nariz se tivesse manisfestado na minha infância, estaria a fazer tratamentos num qualquer consultório de psicologia. Mas não, a coisa passou-se assim, tal e qual como a descrevi e hoje em dia até me dou ao luxo, de me levantar de manhã e sentir-me Dona do meu nariz! O que é bom. Há coisas melhores, é certo. Mas é bom.

18.3.07

Pode chamar-se Rui Veloso, mas mais correcto é ser o fim.

”Foi nesse dia que percebi
Nada mais por nós havia a fazer
A minha paixão por ti era um lume

Que não tinha mais lenha por onde arder…”

Esse dia foi hoje. O que já só eram brasas, agora é um quarto escuro, foi num quarto escuro onde tudo começou e acabou, mas já sem ninguém.

Tenho o coração cheio, os meus pais ocupavam quase todo o espaço, chegou o meu filho e apertadinho, cabemos todos dentro dele, as memórias empurram-se para o lado, outras por força das circunstâncias vazei-as fora. As brasas apagaram-se, o coração sangra um nadinha porque rebentou de cheio, entretanto.

Fui ver uma casa que podia bem ser a casa dos meus sonhos. Podia ter sido uma canção e não ter sido uma casa. Podia ter sido a nossa viagem de férias e não ter sido uma casa, podia ter sido um quadro, uns sapatos… Mas enfim era uma casa. Uma casa que não tinha janelas, tinha portas e varandas. Uma casa grande daquelas que giram em torno do sol. Lá do último andar avistavam-se outras casas e outras varandas todas arrumadinhas e limpas e árvores, muitas árvores salpicadas num prado verde.
A casa tinha todas as comodidades. Mas eu muito embora aprecie todas as comodidades, não é por aí. Eu não sonho obviamente com estores eléctricos, quem me conhece bem sabe que gosto de abrir os braços com as janelas e empurrá-las para a luz do dia, e à noitinha, gosto de fechar os braços com as janelas.
Eu não sonho com uma garagem, o meu carro dorme sossegado lá fora ao luar como cão no quintal, era engraçado abrir o portão em dias de chuva para os amigos entrarem na minha garagem, sobretudo os que têm filhos, mas não, não sonhei com a garagem para quatro. Pus-me a sonhar que abria as portas e as varandas daquela casa, que ela começava o seu percurso de translação e as crianças brincavam alegremente, o que não quer dizer que estivessem todas aos gritos.
Sonhei com o chão de madeira que torna acolhedora todas as casas.
Sonhei que estava sossegada à varanda a fumar o meu cigarro e que as pessoas vazavam o lixo nos contentores apropriados. Sonhei que à noitinha dava uma volta pelas lojas e pelos cafés, de mão dada com o meu filho, ambos de cabeça levantada porque o chão está limpo, ambos sem medo porque as ruas estão iluminadas.
O Centro Comercial ser mesmo ali ao lado também não é factor relevante, pois fiquei sem saber a que posto médico recorreria, a que repartição de finanças pertenceria, a que hospital… isso sim é relevante. Mas é uma coisa simpática. O F.N., os restaurantes, as lojas para comprar presentes… Sou urbana. Estilo citadina com pinceladas de romântica aqui e ali…
Podia ter sido um quadro e não tinha ninguém a quem o mostrar. Podia ter sido uma viagem de férias e não tinha com quem ir. Em vez de uma casa podia ter sido uma canção…

“Mas tu não ficaste nem meia-hora
Não fizeste um esforço p'ra gostar e foste embora
Contigo aprendi uma grande lição
Não se ama alguém que não ouve a mesma canção”

O meu coração continua cheio. Os meus pais cabem mais à vontade, talvez sobre mais espaço para eles e para aquilo que é verdadeiramente importante, o meu filho brinca pelo meu coração inteiro a correr alegremente. As brasas vou vazá-las como às memórias que já só ocupavam espaço.

Era uma casa. Não era Saturno. Era uma viagem de percurso curto não íamos passar a fronteira nem precisava-mos ir de avião, era logo ali… Mais à frente dos olhos, um bocadinho… Era um sonho como outro qualquer e no fim, nem por agrado, nem por eu ser mãe, nem por eu trabalhar tanto, nem pela lealdade (que às vezes custa mais a cumprir que a interromper, ninguém aqui é de ferro), nem pelo prazer de partilhar os sonhos bonitos. “Sim também quero ir lá ver, também estou curioso para saber afinal, como é a casa dos teus sonhos!” Em vez de “Se ganhares o euromilhões, pode ser que eu vá lá ver a tal da casa.”

(esta desilusão de resposta merecia um saquinho daqueles que há nos aviões para a gente vomitar quando se vê em aflição. É que estamos à espera de certas palavras e depois dizem-nos outras que, meu Deus, ninguém conhece ninguém essa é a pura da verdade.)

“Tu eras aquela que eu mais queria
P'ra me dar algum conforto e companhia
Era só contigo que eu sonhava andar
P'ra todo o lado e até quem sabe?
Talvez casar
Ai o que eu passei, só por te amar
A saliva que eu gastei para te mudar
Mas esse teu mundo era mais forte do que eu
E nem com a força da música ele se moveu”

Quando as brasas se apagam faz um nadinha de frio. Mas vou para cama agora. Sossegada, aliviada, já não preciso de andar a ver carros sem me apetecer só para ser agradável, nem ter que gramar almoços de família e tardes a ver a TVI sem me apetecer mesmo nada, só para não fazer desfeita a quem tanto gosta de mim. Vou sonhar se Deus quizer, assim, aliviada, por já não ter que sentir nada. Não é amor, não é respeito, não é lealdade, já não é nada. Posso dizer até que enfim! Finalmente não
tenho que sentir mais nada!

Tu eras aquela que eu mais queria
para me dar algum conforto e companhia
era só contigo que eu sonhava andar
para todo o lado e até quem sabe ?
Talvez casar

Ai o que eu passei
só por te amar
a saliva que eu gastei
para te mudar
mas esse teu mundo era mais forte do que eu
e nem com a força da música
ele se moveu

Mesmo sabendo que não gostavas
empenhei o meu anel
de rubi
para te levar ao concerto
que havia no Rivoli

Era só a ti que eu mais queria
ao meu lado no concerto nesse dia
juntos no escuro
de mão dada a ouvir
aquela música maluca sempre a subir

Mas tu não ficaste
nem meia-hora
não fizeste um esforço para gostar
e foste embora
contigo aprendi uma grande lição
não se ama alguém que não ouve a mesma canção

Mesmo sabendo que não gostavas
empenhei o meu anel
de rubi
para te levar ao concerto
que havia no Rivoli

Foi nesse dia que percebi
nada mais por nós havia a fazer
a minha paixão por ti era um lume
que não tinha mais lenha por onde arder

Carlos Tê: letra
Rui Veloso: música

16.3.07

Carnaval 2007

Desta vez foi de peixe.
Ele era excursões atrás de nós no Fun Center: Olha o Nemo! Houve até quem tirasse fotos ao peixinho!
Enquanto o pai decidia se comprava carro novo ou não, o Miguel entretinha-se a ver uma revista.
"Gostavas que o papá comprasse um SEAT Altea filho?"
"Eu preferia que o papá comprasse o táxi do Noddy mamã."
O papá deixou crescer a barbicha, também é digno de registo...















15.3.07

A gravidez da Vivaldina

A Vivaldina (que é a nossa árvore da borracha, isto para quem não se lembra) está grávida. Toda ela está grávida! Cheia de rebentos pelo caule a fora, uma delícia!