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26.8.07

Dar tempo ao tempo

Os filhos não são engenhos que se possam programar com uma espécie de comando para ares-condicionados. Se não, certamente aos 2 anos já fariam xixi no bacio e não na fralda ou nas cuecas e iriam para a caminha sempre à mesma hora, sem histórias, sem miminhos, provavelmente sem choramingar. Os filhos não são engenhos que se possam programar através do PC, não vêm com ship incorporado, bluetooth, nem wirelless, nem fios tão pouco! Se não, não andariam agarrados às saias da mãe, não teriam medo de pisar a água do mar, não dariam conversa nem confiança a estranhos, não abririam a porta de casa para fugir para a escada nem enfiavam a cabeça nas grades da varanda. Comiam sempre a horas e deixavam a tijela limpinha, como se tivesse sido lambida. Não os ouviamos chorar nunca. Na doença, curavamos os nossos filhos com infra-vermelhos, raios lazer, ultra-violetas e outros efeitos especiais e íam para a natação e para o Karaté, virtual, obviamente.
Hoje uma funcionária da escola contou-me que o netinho dela (para além de ter perdido um dente ou dois, de leite e ter levado 4 pontos na cabeça devido a um daqueles mirabolantes trambolhões) decidou sózinho, por iniciativa própria, sem ser empurrado, aliciado com bombons ou brinquedos, passar férias com ela. Um menino que nunca foi capaz de dormir longe da mãe! E não é que não chorou dia nenhum? E não é que não sentiu a falta da mãe? Nem à noitinha?
Se o nosso filho não anda, andará quando for capaz.
Se o nosso filho não fala, falará quando chegar a altura.
Se o nosso filho não dorme sózinho, dormirá sózinho quando perder o medo
Se o nosso filho não faz xixi no bacio é porque ainda é cedo. É porque não é o momento...
Há que dar tempo ao tempo.

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