oreinabarriga

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5.3.08

E o que é a amizade?

Dois homens, gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões. A sua cama estava junto da única janela do quarto. O outro homem tinha de permanecer sempre deitado de costas. Os homens conversavam horas a fio sobre suas mulheres, famílias, suas casas, seus empregos, seus entretens, seus mundos estacionados lá fora...
Todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela. O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu pobre estado era animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela. Essa janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes, chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre flores de todas as cores. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma ténue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte. Enquanto um dos pacientes descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o outro fechava os seus olhos e imaginava as pitorescas cenas. Um dia, o homem perto da janela retratou com tal pormenor um desfile que ia a passar, que o outro até conseguia ver e ouvir a banda a tocar...
Dias e semanas passaram. Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto com a água para os seus banhos e encontrou sem vida, o homem perto da janela. Tinha falecido calmamente enquanto dormia. Com tristeza a enfermeira e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo. Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse que sim e procedeu à troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a Enfermeira deixou o quarto. Lentamente, cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiou-se no cotovelo, para poder contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava afinal, para uma grande parede de tijolo! Quando a enfermeira entrou no quarto, o homem perguntou -lhe porque é que o seu falecido companheiro de quarto lhe tinha descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela. A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede de tijolo...
Recebida via e-mail, adaptada por Carmina Burana, autor desconhecido