"Lembro-me de perder tudo.
Por onde quer que andasse eu deixava tudo o que era meu em todo o lado.
Lembro-me de como a minha mãe me doía. por mim. por eu esquecer tudo quanto era
meu em todo o lugar. deixei aquela caneta naquele café, mãe. deixei a mochila
dentro da sala. perdi dois casacos. perdi tanta coisa e tu doías-me por dentro
ao me dizeres que eu não podia ser assim. que um homem não pode ser assim. hoje,
se me ponho a pensar nisto, vejo que não perco nada há muito tempo. há anos. há
anos em viagem. que não perco nada. não perco nada, mãe, porque ao deixar de me
esquecer das coisas esqueci-me de mim. fechado dentro daquela sala. naquela
caneta. que agora não perco, por não haver eu. por haver um homem. um homem que
é por dentro uma memória que nunca esquece."
oreinabarriga
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2.4.08
Amanhecer
Postado por David Santos. Este Blogue ( http://a-manh-ser.blogspot.com/) é lindo...
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