Fonte: iol Portugal diário, 25-08-2008 - 11:25h
Alguém pode explicar a estes palermazecos destes médicos Italianos que a Anatomia de Grey, Dr. House e outras séries de tv são obras de ficção?
«estão a ensinar aos espectadores formas inexactas de aplicar medicina, desinformando a população»
Mas quem é que lhes disse que a população assiste à Anatomia de Grey para aprender medicina? Eu vejo a Anatomia de Grey (e se me tirassem a Anatomia de Grey do ar eu desafinava) nem é para ficar informada, é porque gosto do Patrick Dempsey e porque a série tem um humor e um contexto brilhantes, porque se eu quisesse aprender medicina, ia assistir às aulas da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
«aquelas séries estão repletas de erros médicos e detalhes equivocados»
Na Itália não sei, mas os Hospitais Portugueses estão repletos de "erros médicos e detalhes equivocados" e nunca ninguém se lembrou de pedir com tanta paixão que "se abstenham" disso. É que numa série de ficção sobre médicos, haverem "erros médicos e detalhes equivocados" é com' ó outro, perdoamos os actores com uma certa facilidade, já uma série de "erros médicos e detalhes equivocados" em se tratando da vida real...
Não sejam palermazecos, nós (população) não aprendemos procedimentos clínicos nem cirúrgicos exatos a ver séries como estas, já os médicos podem aprender muito com elas: a serem humanos, a tratarem os doentes com dignidade, a respeitarem o direito do utente a ser informado detalhadamente sobre a doença que lhe foi diagnosticada e sobre os procedimentos cirúrgicos a que vão ser submetidos.
15 comentários:
Quer dizer que as séries de ficção sobre médicos podem dar origem a frustrações em médicos de verdade.
Antes destas séries passarem na tv, ou antes de darem no dvd devia aparecer uma legenda a dizer: Não aconselhado a médicos de verdade, a confusão entre realidade e ficção pode provocar depressões.
Eles têm é inveja de não serem o Patrick Dempsey, não terem a sensibilidade e inteligência do Dr. Derek ou o génio do Dr. House, a Presidente da Federação das faculdades inveja de não ser a atriz que faz de Izzie. Mais, percebo o incómodo que a Anatomia de Grey provoca nos médicos de verdade, é que na série, os pacientes são tratados com dignidade, são informados detalhadamente sobre a doença que lhes foi diagnosticada e são informados dos procedimentos cirurgicos a que vão ser submetidos. Os utentes são tratados com humanidade. É descofortável de facto para médicos de verdade assistir a isto, em série, continuadamente. Tens razão Becas, veem uma temporada da Anatomia de Grey e ficam frustados, com uma grande depressão, no mínimo.
Não queria estar na pele deles não (médicos), é que a ficção mete-os a um canto.
A PJ já veio dizer em relação ao CSI que não é assim que se faz investigação criminal? Não vá a gente pensar que é.
Não ainda não veio dizer nada. O António Gamito também ainda não se manifestou contra a série “Desaparecidos” nem a Ordem dos Advogados contra a “Justiça sem Limites” (que eu tivesse dado por isso, claro).
António Gamito??
António Gamito, fotógrafo, participou no programa "Survivor".
Bem visto! Loool!
Eu gostei muito deste Post, particularmente pela acutilante critica aos médicos semi-camuflada pelo humor (já é um hábito).
Houve uma altura que via muitos episódios do Dr. House e adorava (adoro) o médico Gregory House, personagem representada pelo actor Hugh Laurie o dos diagnósticos hilariantes que acontecem sem método? Não sei. Por acaso? Sei que faz rir a maneira como lida com os pupilos, as piadas machistas, faz-me rir e é uma série originalíssima e que "prende". A "minha classe" (aquela parte que deve estar louca, aquela parte que confunde ficção com realidade, etc.) também veio criticar a demasiada confraternização afectiva que caracteriza alguns dos protagonistas da série Anatomia de Grey. Lembrei-me de uma vez comentar em 'off consigo(e concordou comigo porque já exerceu funções numa clinica)que o meio hospital é propício a relacionamentos de média/ alta afectividade, ou nenhuma também! Amorosos, paixonetas, etc., para isso contribuem os casos da vida que nos aparecem e fragilizam, a pressão das decisões que temos que tomar sobre vida-ou-morte que nos tornam mais humanos, depois há aquelas fases que queremos nos agarrar à vida e áquilo que ela tem de bom antes que nos aconteça uma fatalidade, ou até pela carga horária a que estamos por vezes sujeitos, nos hospitais vivemos uns com os outros e todos com os doentes e muito pouco com os membros da nossa familia (filhos incluídos), às vezes regressamos a casa, depois de uma "temporada" (leia-se turno) e a familia até parece estranha, e os filhos estão maiores, diferentes? Bom, isto é tudo um exagero, mas de facto é um ambiente "sui generis", que de facto pode tornar-se inspirador para romances ... Não vejo é mal nenhum em uma série de ficção televisiva retratar isso. Eu também sou uma viciada na Anatomia de Grey e muito por culpa do romance Meredith e Derek (Patrick Dempsey) é enternecedor, é uma comédia dramática... também presto muita atenção à parte da narração no início e no final de cada episódio, dá sempre que pensar, às vezes até nos emociona não é? Sou uma romantica. E como tal gosto de ficção e até de ficcionar. Para vida real já bem basta a minha!
Ai credo! Parece que acabei de escrever um livro, desculpem. Estou a comentar pelos cotovelos, já não bebo mais cafés hoje.
Eu sempre achei que a sua vida dava um livro.
Já lhe aconteceu um paciente dizer-lhe que viu determinado procedimento no Dr. House e perguntar porque não lhe fazem o mesmo? Ou dizer que na série o problema era o síndrome tal e que o seu diagnóstico pode estar errado? Ou até uma paciente a querer ser tratada pelo Derek?
Não propriamente, mas não imagina as vezes que contestam os nossos procedimentos, diagnósticos, tratamento porque “viram na Internet”.
As coisas que as pessoas vêem na Internet!
Se isso me acontecesse eu dizia que "- na série o paciente salvou-se porque convinha naquele episódio que o paciente se salvasse, pode trazer-me o episódio da Anatomia de grey que eu tento fazer o mesmo mas não garanto mesmo nada que se salve."
Uma paciente a querer ser tratada pelo Derek é que é pior, primeiro estou eu.
Beijinhos a todos (um beijinho especial ao McDreamy)
A propósito do comentário lá de cima, são comuns os relacionamentos amorosos entre o pessoal médico e de enfermagem sim, entre estagiários também, comigo não aconteceu, mas o meio também era pequeno.
O que inevitavelmente acontece é o envolvimento emocional com alguns pacientes, há uns até que nos marcam para a vida. Até os médicos e pessoal mais racional e insensível em alguma altura deixam cair isso. Há sempre casos que nos emocionam e pessoas. Um beijinho Dr.ª
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