oreinabarriga

este blogue está protegido pelos direitos de autor © todos os direitos reservados ao autor designado como carmina burana. a cópia não autorizada de conteúdos de propriedade intelectual e criativa protegidos pelos direitos de autor é ilícita e pode fazê-lo incorrer a si em processos civis e criminais ao abrigo da lei 16/2008 de 1 de abril.







este blogue tem Livro de Exclamações

4.9.08

Dr. House e Anatomia de Grey

Os médicos Italianos estão contra a falta de rigor clínico nos guiões das séries de televisão de grande êxito como «Dr. House», «Anatomia de Grey», «Serviço de Urgência» (...) e apelaram ao fim da sua transmissão.
Segundo a agência EuropaPress, os médicos consideram que aqueles programas reflectem mal as práticas médicas, exigindo por isso aos canais de televisão italianos que se abstenham de os transmitir.
A presidente da Federação Nacional de Faculdades de Medicina, Annalisa Silvestro, explicou que aquelas séries «estão a ensinar aos espectadores formas inexactas de aplicar medicina, desinformando a população», além de estarem «repletas de erros médicos e detalhes equivocados».

Fonte: iol Portugal diário, 25-08-2008 - 11:25h

Alguém pode explicar a estes palermazecos destes médicos Italianos que a Anatomia de Grey, Dr. House e outras séries de tv são obras de ficção?
E que na suspeita de tumor cerebral não vamos a correr aplicar os conhecimentos adquiridos a ver a Anatomia de Grey e o Dr. House em ratinhos? Faremos antes uma RMI (ressonância magnética intracoronária) num hospital de verdade e depois não chamamos o Dr. Derek para nos abrir a cabeça, chamamos um neurocirurgião a sério?

«estão a ensinar aos espectadores formas inexactas de aplicar medicina, desinformando a população»

Mas quem é que lhes disse que a população assiste à Anatomia de Grey para aprender medicina? Eu vejo a Anatomia de Grey (e se me tirassem a Anatomia de Grey do ar eu desafinava) nem é para ficar informada, é porque gosto do Patrick Dempsey e porque a série tem um humor e um contexto brilhantes, porque se eu quisesse aprender medicina, ia assistir às aulas da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

«aquelas séries estão repletas de erros médicos e detalhes equivocados»

Na Itália não sei, mas os Hospitais Portugueses estão repletos de "erros médicos e detalhes equivocados" e nunca ninguém se lembrou de pedir com tanta paixão que "se abstenham" disso. É que numa série de ficção sobre médicos, haverem "erros médicos e detalhes equivocados" é com' ó outro, perdoamos os actores com uma certa facilidade, já uma série de "erros médicos e detalhes equivocados" em se tratando da vida real...

Não sejam palermazecos, nós (população) não aprendemos procedimentos clínicos nem cirúrgicos exatos a ver séries como estas, já os médicos podem aprender muito com elas: a serem humanos, a tratarem os doentes com dignidade, a respeitarem o direito do utente a ser informado detalhadamente sobre a doença que lhe foi diagnosticada e sobre os procedimentos cirúrgicos a que vão ser submetidos.
Querem saber? O Dr. Derek é um neurocirurgião tão giro que eu estou farta de o ver fazer operações na Anatomia de Grey e ainda não consegui saber como é que se extrai um coágulo do cérebro como deve ser e antigamente, via o X-Files compulsivamente e não fiquei verde fluorescente por causa disso.

15 comentários:

Becas disse...

Quer dizer que as séries de ficção sobre médicos podem dar origem a frustrações em médicos de verdade.

Becas disse...

Antes destas séries passarem na tv, ou antes de darem no dvd devia aparecer uma legenda a dizer: Não aconselhado a médicos de verdade, a confusão entre realidade e ficção pode provocar depressões.

Carmina Burana disse...

Eles têm é inveja de não serem o Patrick Dempsey, não terem a sensibilidade e inteligência do Dr. Derek ou o génio do Dr. House, a Presidente da Federação das faculdades inveja de não ser a atriz que faz de Izzie. Mais, percebo o incómodo que a Anatomia de Grey provoca nos médicos de verdade, é que na série, os pacientes são tratados com dignidade, são informados detalhadamente sobre a doença que lhes foi diagnosticada e são informados dos procedimentos cirurgicos a que vão ser submetidos. Os utentes são tratados com humanidade. É descofortável de facto para médicos de verdade assistir a isto, em série, continuadamente. Tens razão Becas, veem uma temporada da Anatomia de Grey e ficam frustados, com uma grande depressão, no mínimo.

Becas disse...

Não queria estar na pele deles não (médicos), é que a ficção mete-os a um canto.

Rainha Reles disse...

A PJ já veio dizer em relação ao CSI que não é assim que se faz investigação criminal? Não vá a gente pensar que é.

Carmina Burana disse...

Não ainda não veio dizer nada. O António Gamito também ainda não se manifestou contra a série “Desaparecidos” nem a Ordem dos Advogados contra a “Justiça sem Limites” (que eu tivesse dado por isso, claro).

Rainha Reles disse...

António Gamito??

Carmina Burana disse...

António Gamito, fotógrafo, participou no programa "Survivor".

Rainha Reles disse...

Bem visto! Loool!

Carla Boavida disse...

Eu gostei muito deste Post, particularmente pela acutilante critica aos médicos semi-camuflada pelo humor (já é um hábito).
Houve uma altura que via muitos episódios do Dr. House e adorava (adoro) o médico Gregory House, personagem representada pelo actor Hugh Laurie o dos diagnósticos hilariantes que acontecem sem método? Não sei. Por acaso? Sei que faz rir a maneira como lida com os pupilos, as piadas machistas, faz-me rir e é uma série originalíssima e que "prende". A "minha classe" (aquela parte que deve estar louca, aquela parte que confunde ficção com realidade, etc.) também veio criticar a demasiada confraternização afectiva que caracteriza alguns dos protagonistas da série Anatomia de Grey. Lembrei-me de uma vez comentar em 'off consigo(e concordou comigo porque já exerceu funções numa clinica)que o meio hospital é propício a relacionamentos de média/ alta afectividade, ou nenhuma também! Amorosos, paixonetas, etc., para isso contribuem os casos da vida que nos aparecem e fragilizam, a pressão das decisões que temos que tomar sobre vida-ou-morte que nos tornam mais humanos, depois há aquelas fases que queremos nos agarrar à vida e áquilo que ela tem de bom antes que nos aconteça uma fatalidade, ou até pela carga horária a que estamos por vezes sujeitos, nos hospitais vivemos uns com os outros e todos com os doentes e muito pouco com os membros da nossa familia (filhos incluídos), às vezes regressamos a casa, depois de uma "temporada" (leia-se turno) e a familia até parece estranha, e os filhos estão maiores, diferentes? Bom, isto é tudo um exagero, mas de facto é um ambiente "sui generis", que de facto pode tornar-se inspirador para romances ... Não vejo é mal nenhum em uma série de ficção televisiva retratar isso. Eu também sou uma viciada na Anatomia de Grey e muito por culpa do romance Meredith e Derek (Patrick Dempsey) é enternecedor, é uma comédia dramática... também presto muita atenção à parte da narração no início e no final de cada episódio, dá sempre que pensar, às vezes até nos emociona não é? Sou uma romantica. E como tal gosto de ficção e até de ficcionar. Para vida real já bem basta a minha!

Carla Boavida disse...

Ai credo! Parece que acabei de escrever um livro, desculpem. Estou a comentar pelos cotovelos, já não bebo mais cafés hoje.

Carmina Burana disse...

Eu sempre achei que a sua vida dava um livro.

Carmina Burana disse...

Já lhe aconteceu um paciente dizer-lhe que viu determinado procedimento no Dr. House e perguntar porque não lhe fazem o mesmo? Ou dizer que na série o problema era o síndrome tal e que o seu diagnóstico pode estar errado? Ou até uma paciente a querer ser tratada pelo Derek?

Carla Boavida disse...

Não propriamente, mas não imagina as vezes que contestam os nossos procedimentos, diagnósticos, tratamento porque “viram na Internet”.
As coisas que as pessoas vêem na Internet!
Se isso me acontecesse eu dizia que "- na série o paciente salvou-se porque convinha naquele episódio que o paciente se salvasse, pode trazer-me o episódio da Anatomia de grey que eu tento fazer o mesmo mas não garanto mesmo nada que se salve."
Uma paciente a querer ser tratada pelo Derek é que é pior, primeiro estou eu.
Beijinhos a todos (um beijinho especial ao McDreamy)

Carmina Burana disse...

A propósito do comentário lá de cima, são comuns os relacionamentos amorosos entre o pessoal médico e de enfermagem sim, entre estagiários também, comigo não aconteceu, mas o meio também era pequeno.
O que inevitavelmente acontece é o envolvimento emocional com alguns pacientes, há uns até que nos marcam para a vida. Até os médicos e pessoal mais racional e insensível em alguma altura deixam cair isso. Há sempre casos que nos emocionam e pessoas. Um beijinho Dr.ª