O meu filho anda sempre atrás de mim (se possível pendurado em mim), persegue-me para todo o lado, tropeça nos meus passos. Desta vez não o levei comigo. Não deixei sequer que fosse comigo até à porta.
Disse-lhe "volto já", "Faz um desenho para a mãe, porque é que não pintas a baleia que comeu o Pinóquio?".
Achei que ia ficar entretido, que não ia ficar triste, nem dar pela minha falta.
Quando voltei o meu filho deu-me um papel dobrado tantas vezes até ficar um quadrado minúsculo, com muita fita cola (que pediu ao pai) a selar o desenho.
- Toma a baleia que comeu o Pinóquio!"
E a baleia era uma raiva.
E é assim que os filhos nos desarmam.
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