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6.5.08

Liberdades poéticas

Perdoai-me se este fado é feito com
Liberdades poéticas
Não é tanto pela rima ou pelo som
nem pelas frases assimétricas
É apenas que o ciúme violento
Que tanta vez o fado canta
Neste fado é só um lume
Bem mais lento, bem mais brando
Aveludando a garganta
Eu não quis pôr neste fado um novo som
Nem liberdades poéticas
Dá-me a entrada, guitarrista, dá-me o tom
Teu estilo é minha estética
Não porei na minha voz nem um lamento
Se soubessem do meu fado
Meu amor deixou-me um dia
Pus a mão na lage fria
Dei-o assim por enterrado
Mas não há fado que não seja feito com
Liberdades poéticas
Sem buscar na diferença o mesmo som
E o sentir numa outra métrica
E por isso ainda que triste esta alegria
Acompanha o meu trinado
Bate as horas ao meio dia
faz-me boa companhia
Pr'á noite
cantar o fado
Perdoai-me se este fado é feito com
liberdades poéticas
Não é tanto pela rima ou pelo som
Nem pelas frases assimétricas
Meu ouvido corre aberto pelas ruas
Que será do meu amado
Não me deixa esta amargura
É mais leve que a loucura
E só por isso canto o fado!

Voz: Misia
Letra: Sérgio Godinho

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