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21.2.09

"O meu pé de laranja lima"




Depois de "O Principezinho" de Antoine Saint-Exupery e de a "Estrela" de Vergílio Ferreira, o Miguel assistiu outra vez a uma peça, no Teatro Politeama, desta vez "O meu pé de laranja lima", do escritor Brasileiro José Mauro de Vasconcellos, a história de um menino de 5 anos muito pobre (Zezé), que conversa com um pé de laranja lima e estabelece uma bonita relação de amizade com um Português: Manuel Valadares (o "Portuga").


É uma história dramática, o Miguel é muito pequenino e não está ainda preparado para perceber porque é que tanta coisa má acontece a um menino bom, apenas um pouco "traquina", como todos os meninos de 5 anos. Porém não desviou os olhos do palco nem por um momento, nem quando me fazia perguntas (difíceis).


Desta vez o papá foi trabalhar e não pode ir connosco, fomos os dois de metro:

- Vamos viajar num comboio que anda por baixo do solo!

- No escu(r)o?

- Sim! No escuro iluminado.


Já dentro da carruagem, a parte mais empolgante para o Miguel era a partida do metro em cada estação, aqueles segundos em que ganha "muita vocilidade!" (velocidade)


Passeamos pelo Rossio e demos corridas pela Praça da Figueira para fazermos os pombos esvoaçar (não sei quem é mais criança). A certa altura correu para um sem abrigo a dormitar num banco e foi meter-se com ele antes que eu tivesse tempo de o puxar por um braço:

- Sinhôi? Ito não são hoas de domie!


Lanchámos na esplanada de um café onde já estive com amigos, namorados, com o meu marido ou sozinha no meio de estranhos e de turistas. O meu filho é de certo, a minha melhor companhia. De todos os tempos. Capaz até de me escolher os sapatos numa grande sapataria da Baixa. Como nos entendemos tão bem os dois... No metro, na rua, no teatro... só se dá com quem simpatiza, aos outros, baixa a cabeça, refugia-se, não fala, nem quer sequer ouvir o que têm para lhe dizer, ele tem o puro instinto, a intuição dos meus animais preferidos: os cavalos. Quando simpatiza com alguém sociabiliza-se, fala. Os cavalos também falam. Das poucas vezes que eu os cativo.
No fim dos dias coloco-o para dormir, aconchego-o à roupa quentinha e com beijos e fico a olhar para a minha melhor companhia, é nessas alturas (e noutras, mas esta é uma altura especial) que sinto a verdadeira felicidade por dentro, e que Deus existe. Não só existe, como é Grande.

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