oreinabarriga

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18.6.10

1922 - 2010




"Minutos, dias"

Todos os dias têm a sua história, um só minuto levaria
anos a contar, o mínimo gesto, o descasque miudinho duma palavra, duma sílaba,
dum som, para já não falar dos pensamentos, que é coisa de muito estofo, pensar
no que se pensa, ou pensou, ou está pensando, e que pensamento é esse que pensa
o outro pensamento, não acabaríamos nunca mais.

José Saramago In Levantado do Chão, Ed. Caminho, 14.ª ed.,

p. 59 (Selecção de Diego Mesa)



Obrigada. Obrigada pelos livros, obrigada por me obrigar a pensar e por me ter deixado o seu Caderno. Obrigada.

4 comentários:

Gema disse...

As obras que lemos (os romances), dos autores que conhecemos começam num imprevisto real, que pode perfeitamente acontecer e partem para o caos, para situações limite, os romances de J. Saramago começam onde os outros terminam, onde já não há continuação possível porque entra o desconhecido ou o inimaginável, ou o inenarrável. Depois de ler a obra de Saramago temos que voltar a ler a obra de Saramago porque não me parece haverem sucessores desta escrita incrível.

Gema disse...

Ainda por cima era controverso e polémico (e ateu e comunista e tinha um ego do tamanho do mundo, mau génio e tudo :) só para nos dar que pensar...

Carmina Burana disse...

"Memorial da Árvore

Teu avô, contaste-nos, intuindo o final da sua existência na terra, foi dizendo adeus aos amigos, à sua família, à natureza, porque queria estar lúcido e presente quando a morte chegasse. Por isso, abraçava-se às árvores que guardavam as páginas escritas da sua vida. Chega-me a triste notícia da tua morte e evoco-te, o verão passado, na biblioteca da tua casa de Lanzarote. Voltas a ser o perfeito anfitrião, o homem cortês, inteligente, generoso, que gosta de partilhar a amizade. Honra-me ser teu convidado. (...) Tu que foste também todos nomes, não terminas aqui. 2010 já é, para sempre, o ano da morte de José Saramago, os teus livros formam um maravilhoso bosque de dignidade. E eu abraço-me à árvore para manter a tua memória."

Primeiro Ministro espanhol,
José Luis Zapatero

Carmina Burana disse...

Não me canso de ler isto. É poético e emocionante.
Às vezes apetece-me apanhar "A jangada de Pedra".