oreinabarriga
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15.7.08
E agora o Post do Casamento
Atravessei a nave central. Arrastava comigo um penoso véu, uma cauda crua imensa e uma criatura trajada de anjo. Para trás ficava um exercito de pessoas e os seus murmúrios. Um exercito de pessoas por baixo de caricatos chapéus.
(Queria livrar-me do braço apertado ao meu braço)
As rugas fundas do abade, estavam cada vez mais próximas, mais fundas (e o braço, cada vez mais apertado ao meu braço).
Os olhos azuis do abade, misericordiosos, cada vez mais azuis, cada vez mais misericordiosos e o braço que não folgava o meu.
Caí de joelhos num manto de veludo e tinha o nó do cabelo a desfazer-se. Olhei a cruz e um Deus humilhado (com a cabeça muito direita e hirta para não acabar de desfazer o nó do cabelo). A mão do Eduardo procurava a minha. Devia ser quente e pegajosa. Comecei a bater com as biqueiras dos sapatos uma na outra. O abade, em monólogo teatral. Os murmúrios suspensos e aquela mão quente e pegajosa a derreter a minha.
- Sim, sim! Já disse que sim, não me beijes mais.
Atravessamos a nave central. A claridade do sol, passou de um rectângulo com raios luminosos a abranger totalmente as nossas cabeças e as pétalas de flores também e o arroz à mão cheia.
No copo d’ água, o exercito de pessoas a fazer ruídos metálicos e os lábios dele outra vez impiedosos em cima dos meus.
A minha mãe de olhos cor do manto de veludo, o meu pai com eles emocionados (certamente como no dia em que me viu pela primeira vez). Abracei-me aos dois (precisava desmaiar urgentemente)
No quarto do hotel, eu escovava os cabelos e o Eduardo por trás de mim começou a desapertar os botões minúsculos do vestido. Eu continuei a escovar os cabelos e ele a desapertar os botões, um a um, com uma minúcia paciente. Comecei a abrir e a fechar prendas e ele ainda a desapertar o vestido. Comecei a abrir e a fechar a boca e ele ainda à altura da minha nuca...
Finalmente rasgou-o até ao fim! Finalmente o som do pano a rasgar.
Finalmente o meu peito desapertado e ele, a pegar na minha mão, com as dele (quentes e pegajosas) e a pedir desculpa.
Publicado por
Carmina Burana
| Livro de Exclamações:
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35 comentários:
Um Post literário. Está bem assim easy guy?
It is enough for you?
Yes my dear, it's enough for me, your talent is more than I could expect.
Do more (Posts like that) I need your talent more than your feed
Quem era o noivo sininho? Para teres casado assim tão contrariadita?
Não era ninguém. Isto é um Post literário! Li-te-rá-ri-o.
Tem apenas uma função estética.
Texto literário: conotativo (liberdades poéticas)
Texto não literário: denotativo (palavras em "estado de dicionário")
Ah pois é!
Tinha-me esquecido do literario.
Eu até à bem pouco tempo achava que a língua Italiana era a mais sensual (mais precisamente até às 14:41 horas d' hoje)
Eu até pensei que o noivo (no sentido conotativo) fosse o João Ayres quando tem aqueles ataques de ... timidez? Quando está mais sensível. E que se tivesse esquecido de lavar as mãos.
Enganaste-te Becas eu neste Post faço de padre (abade), sou o dos "olhos azuis misericordiosos"
Matas-me com o teu olhar, perdão, sentido de humor.
Se fosses tu rasgavas não era João?
Não tens vergonha Rainha reles? a meteres-te com um padre (abade)...
Nenhuma. Estou a meter-me no sentido conotativo (liberdades poéticas).
"Se fosses tu rasgavas não era João?"
Re: se fosse eu fazia tudo sem tocar no vestido (sou um anjo)
Anjinho
sou um anjinho. vivo na cidade dos anjos e tudo
Eu já li o disparate que escreveste no post "Agrupador (leitor) de Feeds" já, I'm watching you João Ayres.
How Do I look Today?
I'm attractive?
You are too flirty today.
too flirty?
I'm a little bit shy
That's what I am
Yes, you are a little bit shy and you are easy and you are a well-behaved boy... ... ...
Don't play whit me João Ayres!!
I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don't you like me?
Why don't you like me?
(Getting angry doesn't solve anything)
I must go back to work, you also. But you have to work until 5:30PM to compensate this conversation, don't you?
goodbye my little
GRRRRRRRRRRRRR!!
Eu fiz-te uma pergunta meu lindo(João Ayres): " Se fosses tu rasgavas (o vestido) não era João?"
e tu respondes que "se fosse eu fazia tudo sem tocar no vestido (sou um anjo)" e
"neste Post faço de padre (abade) sou o dos olhos azuis misericordiosos" e blá, blá, blá... e eu vou ao Post
do "Agrupador (leitor) de Feeds" e deparo-me com... aque... aqui... ó meu lindo, vais levar poucas vais (da manuela)
Eu parece que já a estou a ouvir...
Filho...
... tu não nasces-te mesmo para padre (abade)
:)
Já tinha saudades disto.
Sou mesmo uma manteiga no verão pá...
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