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20.5.09

Jardim Buddha Eden (O jardim da paz)

O budismo diz que é quase impossível descrever ou explicar o Nirvana. É uma coisa que se sente. Aqui, no Jardim Buddha Eden, quase se pode sentir o Nirvana. Não é o paraíso, não é o céu, não morremos, no entanto é o lugar ideal para nos "apagar-mos".

As estátuas de Santos budistas espalhadas por este parque, transmitem uma certa paz, vontade de meditação, mas sobretudo paz, ficamos "de bem com o mundo", ficamos um bocado "Zen". Eu fiquei.
Os Santos budistas (ao contrário dos Santos da igreja católica) sorriem de olhos fechados como se estivessem a ter um pensamento bom. As figuras dos Santos católicos estão sempre de olhos abertos, nunca sorriem, algumas imagens choram, representam o sofrimento ou a piedade, até há as que choram lágrimas de sangue. Não há chagas no corpo dos santos budistas, nem setas espetadas para além do mais, são todos gordinhos e gostam muito de estar sentados (ou deitados), os Santos da religião católica estão sempre de pé numa espécie de penitência. São magros, por baixo do manto é só pele e ossos.

Até na posição das mãos há diferenças, não seguram livros pesadíssimos, nem espadas, nem uma ovelha, nem uma criança, dão-nos a ilusão de um movimento, podem estar a segurar uma jóia leve ou a dançar, repousam a maior parte das vezes.
A sensação do Nirvana é o fim de toda a paixão e do desejo. O meu Nirvana acontece mal entro numa igreja, ainda não pisei a 1ª pedra, cai-me o Nirvana todo em cima, imposição de toda aquela carga histórica, patrimonial, de monjes, de cristandade, com túmulos por baixo, o próprio olhar que os Santos me lançam lá do alto dos altares, por respeito a Jesus Cristo que está invariavelmente crucificado lá em baixo ao fundo, já as imagens budistas dão-nos a sensação do Nirvana mas sem dor, é que não se dá por nada. Quando damos por nós "apagámo-nos" e é boa essa sensação de nada sensorial (nem desejo, nem medo, nem dor, nem amor muito menos ódio), é um estado de alma descansado como a imutabilidade.

Eu acho que vivo entre o estado Nirvana e aquilo que é intenso, seja sofrimento ou alegria: a expressão da igreja católica. Mas mais para o lado do intenso.


"O Jardim da Paz é um espaço com cerca de 35 hectares,
idealizado e concebido pelo Comendador José Berardo, em resposta à destruição
dos Budas Gigantes de Bamyan, naquele que foi, um dos maiores actos de barbárie
cultural, apagando da memória obras primas, do período tardio da Arte de
Gandhara. Em 2001, profundamente chocado com a atitude do Governo Talibã, que
destruiu, intencionalmente, monumentos únicos do Património da Humanidade, o
Comendador Berardo deu início, a mais um, dos seus sonhos, a construção deste
extenso jardim oriental. Prestando, de certo modo, homenagem aos colossais Budas
esculpidos na rocha do vale de Bamyan, no centro do Afeganistão, e que durante
séculos foram referências culturais e espirituais.

Pretende-se, que o Jardim da Paz seja um lugar reconciliação.
Sem nenhuma tendência religiosa, abrimos as portas, a todas as pessoas,
independentemente, da religião, etnia, nacionalidade, sexo, idade, condição
cultural ou social, convidando à união, comunicação e meditação, como forma de
redescobrir a felicidade. Ambicionamos, assim, percorrer o caminho contrário à
destruição do ser humano e disseminar a cultura da paz..."
Localização: Saida 12 na A8 seguindo os sinais 'Buddha Eden' durante +/- 2km.
Entrada: Gratuita
Horário: 7 dias por semana, desde o nascer até ao pôr do Sol.
Para ler o texto na íntegra e ver o vídeo consulte o site da colecção Berardo .

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