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25.6.09

A aula de música

Assisti (encantada) a uma aula de música do meu filho. Como todos os meninos do Jardim d' infância sabem bem quem sou, tive uma recepção em grande:
- Eeeeeeeehhh! É a mãe do Miguel! Olha, é a mãe do Miguel!

A Educadora Hortense organizou uma roda de meninos à minha volta, fizeram-me imensas perguntas e tive muitos beijos (melados, como chupa-chupas), o meu filho, sem sair do lugar que lhe coube na roda, não tirou os olhos de mim, mas sem ciúmes, só com vaidade (" - É a mãe, ela é a minha mãe", ia dizendo ao ouvido dos outros, aquilo que eles sabiam, era só para confirmar). O melhor do mundo são as crianças, com música é "ganhar o dia".

À hora marcada o Prof. Mário João entrou na sala com 2 caixas cheias de instrumentos! Panderetas, reque-reques, caixinhas, maracas, tamborinhos, blocos de madeira e pauzinhos de 2 sons...), ao Miguel coube uma pandereta...

Prof. Mário João: - Ainda te lembras Miguel, como se chama o teu instrumento?
Miguel: Pandereta de carácter popular. - Respondeu prontamente.

e continuaram a ensaiar o "Quebra nozes" de Tchaicovsky.
Assisti encantada, pela primeira vez, a uma aula de música do meu filho. O meu filho numa outra perspectiva: a tocar um instrumento musical (dois! dois instrumentos: a pandereta de carácter popular e pauzinhos de 2 sons), a entrar no tempo certo (o menino mais pequenino da orquestra, a entrar no tempo certo), a usar a força que lhe era pedida, não muita, na medida certa.

O Miguel não se desconcentrou um momento por eu estar ali, também não se exibiu, quando era a vez das maracas ou do reque-reque, ou seja, quando não era a vez dele, fitava-me pelo canto dos olhos e sorria (eu sei que estás aí, mamã), queria apenas que eu soubesse que estava atento à batuta, à voz do professor e que não se enganaria. O meu filho sorria numa outra perspectiva dele que eu não conhecia...

Aprender música é uma coisa que não se "fecha ali", é uma coisa ilimitada, é aprender tanto de outras coisas. É aprender a ter noção de ritmo, compasso e harmonia. É aprender a disciplina, a ordem, a obediência, começando por obedecer a uma batuta (a batuta estará sempre presente pela vida fora, na nossa cabeça, nas mãos dos outros), a atenção, a "altura certa" para entrar, para deixar...

E no fim, fica o "prato a ressoar", tal como numa orquestra de verdade.

A aprender música também se aprendem os primeiros (com) passos do comportamento, mais tarde da profissão que escolhermos, da nossa própria existência. Aprende-se a interpretar cada dia, todas as coisas, o que aprender música nos dá, são as bases, assim como a matemática e a língua portuguesa.

Prof. Mário João: - O Miguel tem grande sensibilidade para a música. Espero contribuir para estimular o gosto, que ele venha a gostar sempre de música.

Amanhã é a festa "Final de ano" no jardim de infância. Amanhã é dia dos meninos, entre eles o mais pequenino da orquestra (o meu filho), representarem o que ensaiaram e tocar o... Quebra nozes.

É um privilégio ter o Mário João por professor de música do Miguel. É um privilégio maior, ser o primeiro. Porque o primeiro é aquele que cativa, que cultiva, é o que deixa lá a semente, ou não deixa nada.

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4 comentários:

Becas disse...

Eu mantenho tudo o que disse no post "expressão" musical" mas agora, terrivelmente assustado.

Becas disse...

:D

Jo disse...

Pandeireta de carácter popular...essa ainda não tinha ouvido..
Conheço bem esta descrição de uma aula com público...
"aprender música é uma coisa que não se 'fecha ali'"... gostei...
A sensibilidade do Miguel vem de certeza da mãe...(não desfazendo o pai, que não conheço)...aqui, deste lado do ecrã, o prato ainda soa...

Carmina Burana disse...

Jo: Pois é "no final, fica o prato a ressoar".
Também nunca tinha ouvido o nome deste instrumento: Pandeireta de carácter popular, aprendi com o meu filho.
Eu o pai e o Miguel somos sensiveis, piegas eu diria, uma cambada de piegas!

Becas: Ca teimoso.